Como educar as crianças contra o esbanjamento
Hoje em dia aquilo que tem menos interesse é o que se compra. O importante é comprar e quanto mais melhor.
Um tema interessante para ser abordado pelas escolas é a «educação do consumidor», que se deve iniciar na etapa infantil e continuar até ao final do Secundário. O seu objectivo é dotar as crianças com os recursos que lhes permitam viver nesta sociedade de consumo como pessoas conscientes, críticas e responsáveis. Não nos esqueçamos que a melhor via para o consumismo é a ignorância, e é por isso que as crianças desde pequenas devem ser educadas convenientemente de modo a que de futuro se possam defender contra a praga do consumismo e para além de tudo defender o seu maior bem, que é a natureza.
Na Educação Infantil, dada a idade dos alunos (entre os 0 e os 6 anos), estas actuações escolares para além de serem extremamente importantes para a criança devem também ser dirigidas aos pais para dotá-los dos conhecimentos necessários e sensibilizá-los para o tema, de forma a que invistam na educação dos seus filhos. A escola deve pôr em andamento estratégias tanto para usar na aula como para utilizar em família, tais como: oficinas para trabalhar material reciclado, onde existam materiais que parecem não ter utilidade (caixas, tecidos usados, cordas, botões, etc.) mas com que se podem construir brinquedos divertidos e que despertam a imaginação da criança, para além de ser aproveitado material que só iria contribuir para poluir um pouco mais o nosso ambiente; a existência de um Hospital para brinquedos também é muito importante, pois seria um espaço onde as crianças aprendem que nem tudo o que se quebra deve ser atirado fora e comprar outra coisa para substituição. Tratar com fita gomada as folhas dos livros que se rasgam, ou colar as rodas do camião pode ser muito interessante. Não devemos promover-lhes a filosofia do usar e deitar fora, pois existem bens que são duráveis e que se se estragarem, consertam-se e ficam novamente bons para usar. Mas também devemos ensiná-los a cuidar e dar valor as suas coisas.
Com a ajuda dos Educadores e professores, as crianças podem construir muitos produtos que já não serão necessários comprar; como cartões de natal ou de aniversário, colares, quadros, etc.
As crianças necessitam que lhes façam tomar consciência do consumo, o que pode ser incluído em temas dados nas aulas, onde se podem incluir aspectos de educação face ao consumo. Assim, por exemplo, quando tratarem o tema da água, além de ensinar-lhes as suas propriedades, de onde vem ou para que serve, será preciso também informá-los de que a água é um bem essencial para a vida e que não se pode esbanjar. Mas não é só nas aulas que o Educador pode sensibilizar as crianças para tal. O Educador pode aproveitar as saídas extra-escolares, pois mediante visitas a fábricas ou a centros comerciais, aprenderão que as coisas valem dinheiro, que há algumas mais caras do que outras e que nem sempre o que é mais caro é o melhor.
Para além de todo o esforço e dedicação do Educador deve haver também uma colaboração dos pais, pois é importante que estes saibam que tipo de jogos são adequados para cada idade, que escolham com critério, que digam não ao excesso e aos brinquedos muito sofisticados, que não ofereçam tudo o que está na moda nem cedam a pedidos como «Eu quero porque a Marta também tem».
As crianças devem ser educadas para que ofereçam ao futuro um Mundo melhor, onde o consumismo e o esbanjamento seja mínimo e onde se dê mais valor e se aprenda a aproveitar as pequenas coisas que a natureza e a vida nos oferece.