Não há riqueza maior do que a felicidade que
eu poderia dar-te,
Mas você desperdiçou a chance de poder ser feliz ao
meu lado.
Destruiu os sonhos perfeitos que eu tinha.
Desmoronou meus castelos, meus sentimentos mais belos.
Talvez eu tenha edificado alto e não tão seguro.
Talvez eu não tenha construído em terra firme.
Amei mais do que devia, percebo.
Entreguei-me mais do que poderia.
Seria eu culpado pelo nosso fracasso?
Seríamos nós crianças irresponsáveis?
Ou seria o mundo nosso pior pesadelo?
Das certezas que tenho, a única que realmente sei
É que meu amor valeu a pena.
Fui feliz ao teu lado, sabia?
E mesmo distante, sentia-me seguro, protegido, querido.
Mas onde está o amor antes declarado?
Em que coração se esconde sentimento abstrato?
Procuro e não vejo caminho.
Eu, ainda entre os escombros de minha agonia,
Danço agora para a morte eterna.
Queimado vivo, que fui, por tuas palavras
perdidas.
Devo reerguer-me das cinzas, bem sei.
Refazer-me e recomeçar.
Edificar novos castelos em corações solitários.
Mas, ainda capazes de amores verdadeiros.
Sentimentos nobres, dignos de todos os mortais.
Para que reacenda em mim a chama da alegria.
Que resplandeça em meus olhos o brilho
da felicidade.
E Que grite forte em meu peito o coração de carne
que tenho.
Movido pelo sentimento bom de amar novamente,
Porque de amor sou feito e amor é tudo o que tenho.
Se oferto-me nesta busca incessante,
É este, pois, o motivo de minha existência.
Existo para amar quantas vezes forem precisas.
E a tantos quantos necessitem ser amados.
Homens, mulheres, velhos, crianças.
Não há no mundo quem não mereça o carinho
do beijo.
Não existe quem não mereça a alegria de receber
um sorriso.
Serei sempre eu- mesmo que em tantos corpos.
Percorrerei artérias e morrerei em almas.
Antes cansadas, mas vívidas, após
beberem do suor de meus póros.
Darei prazer, êxtase, loucura.
Fragmentar-me-ei em mil pedaços e cores.
Beijarei todas as bocas sedentas de calor
Porque em mim há apenas amor e amor é tudo o que tenho.
(Edinaldo do Espírito
Santo)
06.01.2000