R4.: Especialistas analisam
o grande volume de informações gerado pelas etapas iniciais da pesquisa e a partir
daí obtêm um razoável conhecimento sobre a espessura, constituição, profundidade
e comportamento das camadas de rochas existentes numa bacia sedimentar, o que
permite a escolha dos melhores locais para a perfuração. Porém tudo isso pode,
no máximo, sugerir que certa área tem ou não possibilidades de conter petróleo,
mas jamais garantir a sua presença. Esta somente será confirmada pela perfuração
dos poços.
R5.:
Todas as bacias sedimentares
brasileiras foram pesquisadas, em graus diferentes. A intensidade do esforço exploratório
tem variado em função dos resultados obtidos. Em algumas bacias, houve descobertas
logo na fase inicial de exploração, e o número de poços perfurados cresceu rapidamente.
Em outras, esse sucesso não ocorreu, e o trabalho foi interrompido, só tendo sido
retomado após o reestudo das informações e com o emprego de novas idéias ou métodos.
Esta é a prática adotada por todas as grandes companhias de petróleo.
R6.: A Petrobrás perfurou
o primeiro poço marítimo em 1968, em frente ao Espírito Santo, e o segundo, no
mesmo ano, no litoral de Sergipe, que resultou na descoberta do campo de Guaricema.
A atividade nas bacias marítimas foi acelerada progressivamente desde então, em
decorrência dos avanços tecnológicos e dos êxitos alcançados. Em 1974, foi descoberto
petróleo na bacia de Campos, no litoral fluminense, que se tornou a mais importante
província produtora do País.
R7.: A perfuração em terra
é feita através da sonda de perfuração, constituída de uma estrutura metálica
de mais de 40 metros de altura (a torre) e de equipamentos especiais. A torre
sustenta um tubo vertical, a coluna de perfuração, em cuja extremidade é colocada
uma broca. Através de movimentos de rotação e de peso transmitidos pela coluna
de perfuração à broca, as rochas são perfuradas.
R8.: É um fluido especial,
composto basicamente de uma mistura de argila, aditivos químicos e água, injetado
no poço por meio de bombas, a fim de manter a pressão ideal para que as paredes
do poço não desmoronem. A lama de perfuração serve, também, para lubrificar e
resfriar a broca e deter a subida do gás e do petróleo, em caso de descoberta.
R9.: Sim. Enquanto se processa
a perfuração, todo o material triturado pela broca vem à superfície, em mistura
com a lama. O geólogo examina os detritos contidos nesse material e, aos poucos,
vai reunindo a história geológica das sucessivas camadas rochosas vencidas pela
sonda. A análise desses dados pode dar a certeza de que a sonda encontrou petróleo
e que a perfuração deve continuar ou, então, de que não há esperança de qualquer
descoberta.
R10.: Não, nem sempre. Apesar
do grande progresso dos métodos de pesquisa, mais de 80% dos poços pioneiros não
resultam, no Brasil e no mundo, em descobertas aproveitáveis. Quando um poço não
revela a presença de petróleo, é tamponado com cimento e abandonado. Embora secos
ou subcomerciais, esses poços podem fornecer indicadores e informações importantes
para o prosseguimento das perfurações, porque permitem maiores conhecimentos sobre
a área explorada.
R11.: Na fase da pesquisa
petrolífera denominada avaliação, determina-se se o poço contém petróleo em quantidades
que justifiquem sua entrada em produção comercial. Para isso, são realizados testes
de formação, para recuperação do fluido contido em intervalos selecionados; se
os resultados forem promissores, executam-se os testes de produção, que podem
estimar a produção diária de petróleo do poço.
R12.: No mar, as atividades
seguem etapas praticamente idênticas às de terra. As perfurações marítimas podem
ser executadas através de plataformas fixas ou flutuantes e de navios-sonda.
R13.: As plataformas mais
comuns são de dois tipos: as semi-submersíveis, que se apóiam em flutuadores submarinos,
cuja profundidade pode ser alterada através do bombeio de água para dentro ou
fora dos tanques de lastro, permitindo que os flutuadores fiquem posicionados
sempre abaixo da zona de ação das ondas, o que dá ao equipamento grande estabilidade.
As plataformas auto-eleváveis se apóiam no fundo do mar por meio de três ou mais
pernas com até 150 metros de comprimento, que se movimentam verticalmente através
do casco. No local da perfuração, as pernas descem até o leito do mar e a plataforma
é erguida, ficando a uma altura adequada, acima das ondas. Finda a perfuração,
as pernas são suspensas, e a plataforma está pronta para ser rebocada. Já os navios-sonda
parecem navios convencionais, mas possuem, no centro, uma torre e uma abertura
pela qual é feita a perfuração.
R14.: Em algumas partes
do mundo, já foram feitas perfurações em lâminas d'água (distância da superfície
ao fundo do mar) superiores a 2.000 metros e há projetos para dobrar esta marca.
No litoral brasileiro, já houve perfurações em águas de 1.845 metros de profundidade.
R15.: Os poços iniciais
são chamados pioneiros e têm por objetivo testar áreas ainda não produtoras. Caso
se realize uma descoberta com o pioneiro, são perfurados outros poços para estabelecer
os limites do campo. São os chamados poços de delimitação ou extensão. Todos eles
são, em conjunto, classificados como exploratórios. Se for confirmada a existência
de área com volume comercialmente aproveitável de óleo, são perfurados os poços
de desenvolvimento, através dos quais o campo é posto em produção. Em muitos casos,
os poços pioneiros e os de delimitação também são aproveitados para produzir.
R16.: Uma perfuração mobiliza
numerosos equipamentos e dezenas de profissionais especializados, entre os quais
se incluem eletricistas, mecânicos, sondadores, torristas, plataformistas, soldadores,
sem falar na presença obrigatória de geólogos e engenheiros especializados.
R17.: Desde o momento em
que a perfuração é iniciada, o trabalho se processa sem interrupção e só termina
quando atinge os objetivos predeterminados. O objetivo de um poço, em termos de
perfuração, é traduzido na profundidade programada: 800, 2.000, 6.000 metros,
etc. Isto requer trabalho árduo e vigília permanente. À medida que a broca avança,
são acrescentados tubos em segmentos de dez metros. Em geral, uma broca tem vida
útil de 40 horas. Para trocá-la, tem-se de retirar toda a tubulação em segmentos
de três tubos e recolocá-los. É fácil imaginar o trabalho e o tempo que se leva
se a perfuração estiver, por exemplo, a 4.000 metros de profundidade.
R18.: O desenvolvimento
de um campo, ou seja, sua preparação para produzir, só ocorre se for constatada
a viabilidade técnico-econômica da descoberta, verificando-se se o volume de petróleo
recuperável justifica os altos investimentos necessários à montagem de uma infra-estrutura
para produção comercial.
R19.: Através do dimensionamento
das reservas. Determinam-se, primeiro, as quantidades de óleo e gás existentes
na jazida (volume original provado), por meio do reconhecimento de fatores como
sua extensão, espessura das camadas saturadas com óleo ou gás, quantidade de água
associada, percentagem de gás dissolvido no óleo, porosidade da rocha, pressão,
temperatura, etc. A seguir, é calculado o volume de hidrocarbonetos que pode ser
recuperado, multiplicando-se o volume original provado por um fator de recuperação.
As reservas são reavaliadas anualmente, e seu volume oscila em função de novas
descobertas, das quantidades de petróleo extraídas a cada ano e dos avanços técnicos
que permitem elevar o fator de recuperação dos fluidos existentes no interior
da rocha-reservatório.
R20.: As reservas se classificam
em provadas, prováveis e possíveis. Reservas provadas são aquelas cuja existência
é considerada de alta certeza; as prováveis são as de média certeza, enquanto
as possíveis são de baixa certeza. Essas três classificações representam o petróleo
explotável, ou seja, que pode ser extraído economicamente pelos processos existentes.
Há ainda uma outra classificação, a de reservas não definidas, utilizada para
identificar o óleo cujo aproveitamento depende de estudos mais aprofundados ou
de tecnologia ainda não disponível.
R21.: Quando um poço é produtor,
inicia-se o estágio de completação: uma tubulação de aço, chamada coluna de revestimento,
é introduzida no poço. Em torno dela é colocada uma camada de cimento, para impedir
a penetração de fluidos indesejáveis e o desmoronamento de suas paredes. A operação
seguinte é o canhoneio: um canhão especial desce pelo interior do revestimento
e, acionado da superfície, provoca perfurações no aço e no cimento, abrindo furos
nas zonas portadoras de óleo ou gás e permitindo o escoamento desses fluidos para
o interior do poço. Outra tubulação, de menor diâmetro (coluna de produção), é
introduzida no poço, para conduzir os fluidos até a superfície. Instala-se na
boca do poço um conjunto de válvulas conhecido como árvore-de-natal, para controlar
a produção.
R22.: Na fase de produção,
o óleo pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos
gases. Nesses casos, temos os chamados poços surgentes. Quando isso não ocorre,
é preciso usar equipamentos para promover a elevação artificial dos fluidos. O
bombeio mecânico é feito por meio do cavalo-de-pau, montado na cabeça do poço,
que aciona uma bomba colocada no seu interior. Existem ainda os bombeios hidráulico,
centrífugo e a injeção de gás, com o mesmo objetivo.
R23.: É de cerca de 30 anos.
Nas operações de produção, o que se procura é extrair o petróleo da maneira mais
racional possível, para que este período não se reduza.
R24.: Retiram-se, em média,
apenas 25% (fator de recuperação). Portanto, 75% do petróleo ficam retidos, esperando
que surjam novas técnicas, capazes de aumentar a eficiência dos meios de extração.
R25.: Ele varia segundo
a natureza dos reservatórios (porosidade das rochas) e as características do petróleo
(maior ou menor viscosidade). Pode-se aumentar o fator de recuperação com técnicas
especiais, chamadas recuperação secundária e terciária. Elas consistem na injeção
de água, gás, vapor ou substâncias especiais no interior do reservatório, para
estimular a saída do petróleo. Utiliza-se também o método de combustão in situ,
que provoca uma espécie de incêndio controlado nas profundezas do reservatório,
conseguindo-se, assim, maior fluidez do óleo.
R26.: É o gás existente
nas jazidas. Algumas vezes, é produzido juntamente com o petróleo - é o chamado
gás associado, comum nos poços da bacia de Campos. Há também o gás natural não-associado,
existente em jazidas sem petróleo, como nos poços do campo de Juruá, na Amazônia.
R27.: Sim. Ao sair do poço,
o petróleo não vem só. Embora existam poços que só produzem gás, grande parte
deles produz, ao mesmo tempo, gás, petróleo e água salgada. Isto prova que o óleo
se concentra no subsolo, entre uma capa de gás e camadas de água na parte inferior.
Depois de eliminada a água, em separadores, o petróleo é armazenado e segue para
as refinarias ou terminais.
R28.: O gás natural é submetido
a um processo onde são retiradas partículas líquidas, que vão gerar o gás liquefeito
de petróleo (GLP) ou gás de cozinha.
R29.: Após processado, o
gás é entregue para consumo industrial, inclusive na petroquímica. Parte deste
gás é reinjetado nos poços, para estimular a produção de petróleo.
R30.: Os sistemas de produção
marítimos utilizam plataformas fixas especialmente construídas ou plataformas
de perfuração, do tipo semi-submersível, adaptadas para produzir. A Petrobrás
desenvolveu tecnologia própria para produção marítima, através dos sistemas flutuantes
de produção, largamente utilizados na bacia de Campos. Os êxitos sucessivos obtidos
na concepção e operação desses sistemas colocaram a Companhia na vanguarda mundial
da produção de petróleo em águas profundas, onde o Brasil vem obtendo sucessivos
recordes tecnológicos, destacando-se o de produção em maior lâmina d'água do mundo.
R31.: Sim. Entre a descoberta
de uma jazida e o início da produção são mobilizados centenas de profissionais
e aplicados bilhões de reais para montar uma complexa infra-estrutura que permita
a extração do petróleo e seu escoamento até as refinarias. São necessários enormes
investimentos para a construção de plataformas de produção marítima, oleodutos,
gasodutos, estações coletoras de petróleo, instalações de tratamento e terminais
petrolíferos.
R32.: A Petrobrás possui
dez refinarias e uma fábrica de lubrificantes. São elas:
1. Refinaria Landulpho Alves (Rlam) - Mataripe, Bahia
2. Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) - Cubatão, São Paulo
3. Refinaria Duque de Caxias (Reduc) - Campos Elíseos, Rio de Janeiro
4. Refinaria Gabriel Passos (Regap) - Betim, Minas Gerais
5. Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) - Canoas, Rio Grande do Sul
6. Refinaria de Paulínia (Replan) - Paulínia, São Paulo
7. Refinaria de Manaus (Reman) - Manaus, Amazonas
8. Refinaria de Capuava (Recap) - Mauá, São Paulo
9. Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) - Araucária, Paraná
10. Refinaria Henrique Lage (Revap) - São José dos Campos, São Paulo
11. Fábrica de Asfalto de Fortaleza (Asfor) - Fortaleza, Ceará
As unidades industriais da Petrobrás se completam com duas fábricas de
fertilizantes nitrogenados (Fafen), localizadas em Laranjeiras (Sergipe), e em
Camagari (Bahia).
R33.: Sim. Ao ser criada
a Petrobrás, o governo manteve as autorizações concedidas a grupos privados. Esta
é a razão da existência das refinarias Ipiranga, no Rio Grande do Sul, e Manguinhos,
no Rio de Janeiro, ambas de pequeno porte.
R34.: O refino é constituído
por uma série de operações de beneficiamento às quais o petróleo bruto é submetido
para a obtenção de produtos específicos. Refinar petróleo, portanto, é separar
as frações desejadas, processá-las e transformá-las em produtos vendáveis.
R35.: A primeira etapa do
processo de refino é a destilação primária. Nela, são extraídas do petróleo as
principais frações, que dão origem à gasolina, óleo diesel, nafta, solventes e
querosenes (de iluminação e de aviação), além de parte do GLP (gás de cozinha).
Em seguida, o resíduo da destilação primária é processado na destilação a vácuo,
na qual é extraída do petróleo mais uma parcela de diesel, além de frações de
um produto pesado chamado gasóleo, destinado à produção de lubrificantes ou a
processos mais sofisticados, como o craqueamento catalítico, onde o gasóleo é
transformado em GLP, gasolina e óleo diesel. O resíduo da destilação a vácuo pode
ser usado como asfalto ou na produção de óleo combustível. Uma série de outras
unidades de processo transformam frações pesadas do petróleo em produtos mais
leves e colocam as frações destiladas nas especificações para consumo.
R36.: O petróleo, em estado
natural, é uma mistura de hidrocarbonetos - compostos formados por átomos de carbono
e hidrogênio. Além desses hidrocarbonetos, o petróleo contém, em proporções bem
menores, compostos oxigenados, nitrogenados, sulfurados e metais pesados. Todos
esses elementos combinam-se de forma infinitamente variável. Conhecer a qualidade
do petróleo a destilar é fundamental para as operações de refinação, pois sua
composição e aspecto variam segundo a formação geológica do terreno de onde o
petróleo foi extraído e a natureza da matéria orgânica que lhe deu origem. Assim,
há petróleos leves, que dão elevado rendimento em nafta e óleo diesel; petróleos
pesados, que têm alto rendimento em óleo combustível; petróleos com alto ou baixo
teor de enxofre, etc. O conhecimento prévio dessas características facilita a
operação de refino.
R37.: A Petrobrás produz,
em suas refinarias, mais de 80 produtos diferentes.
R38.: Estes rendimentos
dependem do tipo do petróleo e da complexidade da refinaria. No caso das refinarias
da Petrobrás, a produção média é a seguinte:
Aproveitamento de um barril de petróleo
Derivados %
GLP 8,75
Gasolinas (automotivas e aviação) 21,31
Nafta 8,96
Querosenes (iluminação e aviação) 4,36
Óleo diesel 34,83
Óleos combustíveis 16,85
Outros 4,94
Derivados e sua utilização
Produto Utilização
Gás ácido - Produção de enxofre
Eteno - Petroquímica
Dióxido de carbono - Fluido refrigerante
Propanos especiais - Fluido refrigerante
Propeno - Petroquímica
Butanos especiais - Propelentes
Gás liquefeito de petróleo - Combustível doméstico
Gasolinas - Combustível automotivo
Naftas - Solventes
Naftas para petroquímica - Petroquímica
Aguarrás mineral - Solventes
Solventes de borracha - Solventes
Hexano comercial - Petroquímica, extração de óleos
Solventes diversos - Solventes
Benzeno - Petroquímica
Tolueno - Petroquímica, solventes
Xilenos - Petroquímica, solventes
Querosene de iluminação - Iluminação e combustível doméstico
Querosene de aviação - Combustível para aviões
Óleo diesel - Combustível para ônibus, caminhões, etc.
Lubrificantes básicos - Lubrificantes de máquinas e motores em geral
Parafinas - Fabricação de velas, indústria de alimentos
Óleos combustíveis - Combustíveis industriais
Resíduo aromático - Produção de negro de fumo
Extrato aromático - Óleo extensor de borracha e plastificante
Óleos especiais - Usos variados
Asfaltos - Pavimentação
Coque - Indústria de produção de alumínio
Enxofre - Produção de ácido sulfúrico
n-Parafinas - Produção de detergentes biodegradáveis
R39.:
Petróleo, derivados e álcool podem ser transportados por navios ou dutos. Os navios,
operados pela Frota Nacional de Petroleiros (Fronape), unidade da Petrobras, são
utilizados no transporte de petróleo e seus derivados do exterior para os terminais
marítimos brasileiros, e do Brasil para o exterior. A Fronape efetua, também,
o transporte de cabotagem de petróleo, seus derivados e álcool ao longo da costa
brasileira. Os dutos são classificados em oleodutos (transporte de líquidos) e
gasodutos (transporte de gases) e em terrestres (construídos em terra) ou submarinos
(construídos no fundo do mar). Os oleodutos que transportam derivados e álcool
são também chamados de polidutos. Outras modalidades de transporte, como o rodoviário
e o ferroviário, são ocasionalmente empregadas para a transferência de petróleo
e derivados.
R40.:
Nem todos. A Petrobrás dispõe de navios especializados para o transporte de petróleo,
derivados e álcool, assim como de navios mínero-petroleiros (que levam minério
e trazem petróleo) e outros destinados ao transporte de produtos químicos. A capacidade
própria de transporte é complementada com navios afretados de terceiros, mediante
o pagamento de um aluguel ou frete por carga transportada.
R41.:
As operações de carga e descarga dos navios são feitas em terminais marítimos,
que dispõem de facilidades para atracação e sistemas de tubulações e bombas para
a transferência da carga transportada, bem como de tanques para seu armazenamento.
A Petrobrás possui terminais para petróleo, derivados e álcool, cujas sedes estão
localizadas nas cidades de São Francisco do Sul (SC), São Paulo (SP), Duque de
Caxias (RJ), Ipojuca (PE) e na Ilha de Madre de Deus (BA). Nas operações de cabotagem,
os navios também descarregam nos portos que possuem instalações especializadas
para este fim.
R42.:
Dos campos de produção terrestres e marítimos o petróleo é transportado por oleodutos
para as refinarias. Quando importado, ele é descarregado nos terminais marítimos
e transferido para as refinarias, também através de oleodutos. Depois de processado
nas refinarias, seus derivados são transportados para os grandes centros consumidores
e para os terminais marítimos, onde são embarcados para distribuição em todo o
País. O gás natural, por sua vez, é transferido dos campos de produção para as
plantas de gasolina natural, de onde, depois de processado para a retirada das
frações pesadas, é enviado aos grandes consumidores industriais e à rede de distribuição
domiciliar. A Petrobrás dispõe de extensa rede de oleodutos, gasodutos e polidutos
que interligam campos petrolíferos, terminais marítimos e terrestres, bases de
distribuição, fábricas e aeroportos.
R43.:
Os oleodutos, gasodutos e polidutos são o meio mais seguro e econômico para transportar
grandes volumes de petróleo, derivados e gás natural a grandes distâncias. Além
disso, o sistema permite a retirada de circulação de centenas de caminhões, economizando
combustível e reduzindo o tráfego de veículos pesados nas rodovias. Resultado:
melhora-se a circulação, preservam-se as estradas e diminui a emissão de gases
tóxicos.
R44.:
Pesquisa centífico-tecnológica é a procura sistemática e planejada de novos conhecimentos
e de novos métodos para a produção de bens de consumo e serviços.
R45.:
São eles: 1) racionalizar e aperfeiçoar os trabalhos de exploração, lavra, industrialização,
transporte e distribuição de petróleo, seus derivados, gases naturais e raros,
xisto e seus derivados; 2) diminuir o dispêndio cambial da indústria brasileira
de petróleo e petroquímica, possibilitando a substituição de matérias-primas importadas
e dos serviços técnicos contratados no exterior por equivalentes nacionais; 3)
contribuir para a criação e o desenvolvimento de novos processos, produtos, equipamentos
e métodos de interesse da indústria do petróleo e petroquímica adequados às condições
brasileiras; 4) incentivar a inovação e o aperfeiçoamento dos métodos de expansão
e organização do conhecimento científico e tecnológico.
R46.:
Com equipamentos, instalações, conhecimentos científicos e, sobretudo, com a perseverança
e o talento do pesquisador, é possível gerar benefícios à sociedade sob a forma
de maior variedade de bens de consumo, produtos mais baratos e de melhor qualidade.
R47.:
O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (Cenpes),
cujos laboratórios estão localizados no campus da Universidade Federal do Rio
de Janeiro. Como órgão coordenador e executor das atividades de pesquisa, desenvolvimento
e engenharia básica da Petrobras, o Cenpes tem contribuído, dentro do esforço
global da Companhia, para o domínio das tecnologias utilizadas em suas operações
e para sua adaptação à realidade brasileira. Essa atuação tem crescido nos últimos
anos, devido aos grandes desafios que se apresentam na exploração, produção e
refino dos petróleos nacionais, acrescidos da constante preocupação com a proteção
ao meio ambiente e com a manutenção dos níveis de qualidade.
R48.:
Ao longo de quase 30 anos, as atividades do Cenpes apresentaram reflexos econômicos
importantes, inclusive no balanço de pagamentos do País, em função da economia
de divisas com assistência técnica, compra de projetos e pagamento de royalties.
Importante também é a utilização de matérias-primas, equipamentos e materiais
fabricados no País e o incentivo à capacitação tecnológica de empresas brasileiras
de equipamentos e prestação de consultoria técnica.
R49.:
O Cenpes coordena três projetos estratégicos, que estão entre as prioridades tecnológicas
da Petrobrás: o de Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Avançado em Águas Profundas
e Ultraprofundas, o de Recuperação Avançada de Petróleo e o de Desenvolvimento
de Tecnologias Estratégicas de Refino. Entre os programas tecnológicos conduzidos
pelo Cenpes, destaca-se o Programa de Tecnologia Offshore, com o objetivo de otimizar
os custos nas atividades de exploração, perfuração e produção no mar. O Cenpes
desenvolve também projetos em parceria com outras empresas petrolíferas e centros
de pesquisa e desenvolvimento no exterior.
R50.:
Sim. O homem conhece e utiliza outras fontes de energia, como a hidrelétrica e
a nuclear. Existem também as chamadas energias alternativas, que têm baixo custo
ambiental, como a energia solar, a energia eólica (dos ventos) e a produzida por
óleos vegetais, por exemplo. Entre essas energias alternativas, encontra-se o
álcool anidro, que, no Brasil, tem sido utilizado com sucesso como combustível
automotivo e matéria-prima para obtenção de produtos tradicionalmente produzidos
a partir de petróleo. O uso do álcool foi uma resposta brasileira à crescente
necessidade de substituição do petróleo.
R51.:
Sim. Além de colaborar na distribuição de álcool anidro, a Petrobras produz também
óleo de xisto, semelhante ao petróleo. O Brasil possui a segunda maior reserva
de xisto do mundo.
R52.:
O Brasil detém a patente internacional do único processo moderno, em operação
comercial, para extração do óleo de xisto - o processo Petrosix. Em 1972, a Petrobrás
colocou em operação em São Mateus do Sul, Paraná, a Usina Protótipo do Irati,
para provar a possibilidade de operar o Petrosix em escala comercial, testar e
desenvolver novos equipamentos, levantar dados básicos para o projeto da usina
industrial e desenvolver tecnologia de proteção ambiental. O Módulo Industrial,
que entrou em operação em 1991, produz óleo combustível, nafta industrial, enxofre,
gás combustível e GLP (gás de cozinha).
R53.:
A Petrobrás adota uma política baseada em responsabilidade, prioridade e prevenção,
com ênfase na adoção de atitudes pró-ativas, na transparência de suas ações e
na execução de programas que promovam a integração e o bom relacionamento com
as comunidades. Para isso, a Companhia desenvolve diversos projetos de melhoria
operacional, que visam reduzir os impactos ambientais decorrentes de suas atividades,
para preservar o meio ambiente, respeitando as comunidades e a natureza, além
de atender às crescentes expectativas da sociedade com produtos de qualidade cada
vez melhor.
R54.:
Entre outras iniciativas, a Petrobrás eliminou, em 1989, a adição de chumbo tetraetila
à gasolina, contribuindo de maneira decisiva para a melhoria da qualidade do ar.
Brasil e Japão foram os primeiros países do mundo a eliminar o chumbo da gasolina.
Em 1992, a Petrobras lançou o diesel metropolitano para uso nos grandes centros
urbanos, onde os níveis de poluição do ar são mais acentuados. Com apenas a metade
do teor de enxofre do diesel usado para outras finalidades, esse produto reduz
o volume de dióxido de enxofre lançado no ar das grandes cidades brasileiras.
R55.:
Nas fases de perfuração e produção, os cuidados maiores são com o lançamento de
efluentes e resíduos sólidos, além da prevenção e do controle de acidentes nos
poços. No transporte de petróleo e derivados, a preocupação da Companhia é dirigida
para a adoção de medidas preventivas e de controle, para evitar derrames de óleo.
Nas refinarias, a Petrobrás tem desenvolvido e implantado sistemas de tratamento
para todos os efluentes potencialmente poluidores: chaminés, filtros e outros
dispositivos e instalações que evitam a emissão de gases, vapores e poeiras tóxicas
para a atmosfera. Os despejos líquidos são tratados por processos físico-químicos
e biológicos antes de serem lançados nos rios ou no mar. Os resíduos sólidos são
reciclados para utilização própria ou venda a terceiros. Os não reciclados são
tratados em unidades de recuperação de óleo e de biodegradação natural, onde microorganismos
do solo degradam os resíduos sólidos. Outros resíduos sólidos são enclausurados
em aterros industriais constantemente controlados e monitorados.
R56.:
O respeito ao meio ambiente marinho, de onde provém 75% da produção brasileira
de petróleo, tem levado a Petrobrás a intensificar os programas de treinamento
para os empregados que trabalham nas atividades que interferem com esse sistema.
Como uma das conseqüências, a Fronape, desde 1992, vem registrando uma acentuada
redução de ocorrências que resultam em poluição do mar. A Petrobrás mantém centros
de Prevenção, Controle e Combate à Poluição do Mar por Óleo em todos os terminais
marítimos. Estes centros treinam empregados da Petrobras e de outras entidades
para dar combate imediato e especializado a vazamentos acidentais de petróleo
ou derivados.
R57.:
Sim. Na área de educação ambiental, a Petrobrás patrocina os projetos Brigada
Mirim Ecológica, em Angra dos Reis (RJ), Cetáceos, no litoral fluminense, e Baleia
Jubarte, no arquipélago de Abrolhos (BA). A Companhia também apóia projetos do
Ibama, como o de preservação do Parque Nacional de Monte Pascoal e o projeto Tamar,
de proteção das tartarugas marinhas. Considerada uma das mais importantes patrocinadoras
do País, a Petrobras também apóia projetos culturais, esportivos e sociais.
R58.:
É uma filosofia de gestão que tem por objetivo engajar todos os empregados na
busca permanente de níveis mais elevados de eficiência e produtividade. Esses
princípios podem ser resumidos em satisfação dos clientes, respeito à sociedade,
satisfação dos acionistas e valorização dos empregados.
R59.:
Além das atividades da Holding, o Sistema Petrobrás inclui cinco subsidiarias
- empresas independentes com diretorias próprias, interligadas a Sede.
São elas: Petrobrás Química S.A (Petroquisa), que atua na indústria petroquímica;
Petrobrás Distribuidora S.A. - BR , na distribuição de derivados
de petroleo; Petrobrás Internacional S.A. - Braspetro , nas atividades de exploração
e produção e na prestação de serviços técnicos
e administrativos no exterior; Petrobrás Gas S.A. - Gaspetro, responsável
pelo Gasoduto Bolívia-Brasil e a Petrobrás Transporte S.A. - Transpetro, criada
para executar as atividades de transporte marítimo da Companhia.