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O que torna hoje um profissional integrado às exigências da nova era é a competência. E é muito importante entendermos esse conceito, uma vez que no novo profissional ele está associado ao conceito de congruência. Desse modo, chegamos a conclusão de que um profissional competente é também congruente. O mercado de trabalho busca com enorme interesse por profissionais que já se deram conta disso e que, portanto, se destacam dos demais. Esse sucesso tem origem num desenvolvimento global e na capacidade de adquirir as novas habilidades, de forma que elas expressem uma coerência interior do profissional, isto é, a correspondência entre pensamento e ação. Veremos quais são e como esses requisitos estão interligados em mais de uma área do saber, formando um conjunto equilibrado, harmonioso, reflexos de um profissional completos.

CARACTERÍSTICAS ÁREA DO CONHECIMENTO PREDOMINANTES


O novo profissional tem iniciativa, não espera que ninguém tome as decisões por ele, responsável pelo crescimento do seu setor e de si mesmo. Esse profissional é questionador, não aceita passivamente nenhuma idéia imposta, sabe expressar de maneira lúcida as suas opiniões, e sugere novas possibilidades para os negócios. As atitudes do novo profissional devem levar em conta um sistema, pois nas empresas modernas todos os setores estão interligados, podendo desencadear efeitos globais benéficos ou negativos, se ele mantiver uma atitude egoísta e fora de contexto. Outras características ultrapassadas e que podem adiantar uma aposentaria, podem se expressar nos profissionais que trabalham por obrigação, terminando assim por exercer a função com má vontade. Isso não quer dizer eu se deva vestir a camisa da empresa, algo que também já saiu de moda, e sim, ser independente, ter respeito pela empresa, não deixando de cultivar uma postura crítica que identifica uma pessoa ativa, que é muito mais necessária do que aquela apática, que não contribui em nada. Não se deve também, esperar uma atitude paternalista da empresa, pensar que ela vai promover seu plano de carreira, promovendo na "hora certa", restando ao funcionário apenas esperar pela aposentadoria. Esse tipo de "atitude profissional" é temerária, pois o profissional fica defasado, cai no esquecimento, e não se torna necessário na hora da tomada de decisões, além de perder o emprego sem ter condições de encontrar outro. O mercado de trabalho está em constante mudança, pleno de novidades e requisitos, exigindo uma adaptação e qualificações constantes. A atualização requer leitura de revistas especializadas, cursos sobre as mais diversas áreas de atuação possíveis, além de uma bagagem cultural extensa. Vejamos agora qual é o novo perfil ou modelo procurado pelas empresas.
Em primeiro lugar é o empreendedor. É aquele que aceita desafios, que não tem medo de propor novas idéias e de resolver problemas, em outras palavras, aquele que sente prazer na sua função sendo capaz e de dar uma contribuição real e efetiva para a empresa.
Esse profissional também se preocupa com o seu marketing pessoal, planejando a sua carreira passo a passo, se atualizando e buscando a qualidade de vida. Esta é fundamental e consiste numa vida saudável, conservando o equilíbrio da mente e do corpo, trazendo para com isso uma imagem positiva de si mesmo, que vai ser vivenciado dentro da empresa em benefício próprio. Ele também saberá conciliar o saber especialista e o saber generalista, tendo uma visão polivalente que o ajudará a manter interações com vários campos de conhecimento evitando uma perspectiva estrita e fragmentada da realidade. E entendendo as conexões entre as diversas áreas da empresa esse profissional terá ampliado o seu poder de decisão sobre problemas variados.
Flexibilidade e poder de abstração para não ficar preso a detalhes técnicos em detrimento da totalidade do problema, é outra característica. Por exemplo, o advogado não pode ser um simples aplicador de leis, mas tem que conhecer o lado financeiro da empresa, os concorrentes que ela tem, como ela e relaciona com seus parceiros e clientes para apresentar a melhor solução para uma questão jurídica específica. O que define um emprego hoje não é mais o cargo com características específica, restritas e estanques, portanto a preocupação com a empregabilidade deve existir sempre.
Criatividade é outro fator importante do profissional moderno. É através dela que podemos nos distinguir dos demais. Mostrar os nosso talentos, podendo caracterizar o "cartão de visitas" de cada um. Para desenvolver essa característica basta apenas uma dose autoconfiança, de livre expressão das idéias e percepções, sem uma outro censura exagerada. Deixar a mente livre para pensar é o que vai permitir que a sua criatividade apareça. Depois, basta usá-la com critério e bom senso, tendo a convicção de que ela vai ajudar muito a sua empresa, além de manter o seu equilíbrio mental e emocional em dia.

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A Polivalência e a "Síndrome De Ler"

Paulo Décio Ribeiro

Estava fazendo uma visita técnica a uma fábrica, quando sob o comando de um alto-falante, todos os operadores se levantaram iniciando a execução de exercícios de ginástica cadenciada. Esta situação que para o leigo pode parecer ficção, ou levar alguém a imaginar que tivesse acontecido no Japão, ocorreu numa fábrica de montagem de televisores em Manaus. Duas vezes ao dia, durante 15 minutos, os montadores fazem exercícios programados, para combater a "LER" - Lesão por Esforço Repetitivo. Atualmente a doença de "LER" vem sendo constatada em setores onde funcionários executaram durante anos a mesma atividade, submetidos a esforço repetitivo e continuado, causando afastamento do trabalho e necessidade de tratamento médico especializado. Para recuperar o funcionário cujos músculos foram exigidos durante anos ao limite, e torná-lo novamente apto a exercer atividades produtivas, é necessário um programa de reabilitação, ou em casos extremos, readaptá-lo para novas funções, distintas da anterior. Como diz o ditado: "O cachimbo faz a boca torta!" Mas antes que a doença ataque provocando lesões por esforço repetitivo, é preciso prevenir, cortando o mal pela raiz. A ginástica localizada desenvolvida com a assessoria de médicos do trabalho, com experiência específica, é o primeiro passo no sentido de interromper o processo de lesão, antes que o problema se torne crônico e de difícil reversão. A implantação do conceito de polivalência, alternando periodicamente os movimentos cíclicos dos funcionários, é a formula definitiva para eliminar riscos futuros de ocorrência de lesões do trabalho repetitivo. entretanto da mesma forma como o médico do trabalho deve orientar os exercícios físicos, a polivalência tem que ser desenvolvida associando experiência no assunto, com conceitos de ergonomia, balanceamento e ritmo de produção. Quando se fala em polivalência muitos entendem que se trate de criar um operador que saiba fazer de tudo no setor de trabalho. Ao contrário! "O FAZ TUDO É GERALMENTE UM POLIVALENTE DEGENERADO". Pensa que sabe fazer tudo, porém o faz de forma imprecisa e pouco produtiva. Por outro lado a polivalência não é uma simples rotação de cargos sem planejamento, com freqüência intensiva, conforme muitos imaginam e até aplicam na prática. Polivalência é fruto de um estudo técnico de tempos e movimentos, capacitando o operador a desempenhar múltiplas funções, complementares as atividades do seu posto de trabalho. Polivalência aumenta a produtividade e desenvolve uma equipe de trabalho flexível, ao mesmo tempo em que agrega valor ao processo produtivo, tornando os funcionários mais qualificados e pouco sujeitos ao males do esforço repetitivo. É preciso encarar o problema do esforço repetitivo de imediato, para que não venha a se transformar na "Síndrome de LER", onde funcionários de áreas em que não existe a menor possibilidade de ocorrência de esforço repetitivo, solicitem afastamento do trabalho sob tal argumento. Há casos onde Ferramenteiros e até Bibliotecárias estão conseguindo licenças sob tal justificativa. Existem outros em que funcionários de setores de montagem de produtos não muito seriados, interrompem suas atividades por 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, para cumprir acordo com a delegacia Regional do Trabalho e com o Sindicato, visando combater a incidência de novos casos de "LER". O mais impressionante é constatar que durante as paralisações nenhum exercício físico é desenvolvido. Ou seja a "Síndrome de Ler" gerou uma improdutividade de 20% no processo de produção, sem benefícios aparentes. A doença do "LER" é séria mas não vai ser resolvida com soluções fruto da ignorância de quem não sabe ou não que LER. Com técnica e inteligência, sem síndrome, se equaciona um problema especializado, antes que extremismos direcionem os destinos de empresas para o buraco da baixa produtividade.

Consultor - Paulo Décio Ribeiro - Consultor do Instituto MVC