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Diamante
1a. Parte

Sumário


Generalidades   (1)
Imitações de diamante  (3)
Geologia do diamante   (2)
Preços   (3)
Diamante no Brasil  (2)
Comércio internacional   (3)
Coleção particular  (2)
Questões políticas    (3)
Diamante no mundo   (2)            
Seção infanto-juvenil   (3)
Diamantes famosos    (2)
Um diamante é para sempre   (3)
Diamantes sintéticos  (3)
Bibliografia   (3)
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
Os diamantes são as lágrimas dos deuses.
Anônimo
  Generalidades

- Definição: Carbono - C - cristalizado no sistema cúbico, geralmente em dodecaedros, octaedros, rombododecaedros, às vezes cubos ou outras formas, podendo mostrar arestas e faces encurvadas. Geralmente incolor ou com cor clara. Tem tanto mais valor quanto menos colorido for, exceto quando a cor é bem definida (fantasias ou fancy, em inglês). Pode ser amarelo, castanho, cinza, preto, leitoso, às vezes verde e raramente vermelho ou azul. Os tons amarelados são devidos a inclusões de nitrogênio. Tem brilho adamantino, clivagem octaédrica projetada e fratura conchoidal. É a substância mais dura que se conhece, com dureza 10,0 na escala de Mohs, sendo seguido pelo córindon, que tem dureza 9,0. Por essa razão, para lapidá-lo só se pode usar o próprio diamante. Embora muito duro, é frágil, sendo fácil de quebrar. Peso específico: 3,51-3,53. Pode mostrar fluorescência à luz ultra-violeta, geralmente em azul-claro. Índice de refração: 2,417-2,440. Dispersão muito forte: 0,044. É mau condutor elétrico, mas conduz o calor cinco vezes mais do que o cobre. Apresenta como inclusão mais frequente a olivina; as maiores, porém, são de diamante. As inclusões de diamante costumam ser tetraédricas ou octaédricas, parecendo-se com carvão. Outras inclusões que podem ser encontradas são de granada, cromodiopsídio e apatita. A presença de inclusões, embora diminua o valor da gema, contribui para sua identificação individual. Elas podem ser eliminadas pelo emprego de raios laser, o que traz o inconveniente de perfurar a gema de um extremo a outro, razão por que muitos gemólogos condenam o processo. Fonte: Branco, P.M. Glossário Gemológico Porto Alegre: Edit. da UFRGS, 1984.
- Variedades não-gemológicas: O diamante possui algumas variedades não-gemológicas: carbonado, bort e balas. A lonsdaleíta é um polimorfo hexagonal encontrado em meteoritos. Fonte: Idem, ib.
- Tratamento: O diamante pode ser colorido artificialmente com pigmentos azul-violáceos, removíveis em água quente, álcool ou ácidos. É transparente aos raios-X e, sob ação do brometo de rádio, pode adquirir superficialmente cor verde permanente, devida ao bombardeamento por partículas alfa. Com esse tratamento, o diamante fica radioativo mas, se aquecido a 450oC por algumas horas, perde a cor e a radioatividade. A alteração da cor é muito mais rápida se se usar radônio no lugar de rádio. Os diamantes irradiados verdes apresentam reflexos azuis, ao contrário dos que têm cor verde natural. Bombardeado em cíclotron, o diamante castanho ou amarelo fica verde superficialmente, passando depois a amarelo-ouro se aquecido a 800oC. Não fica, neste caso, radioativo. Em reatores (bombardeado por nêutrons), fica verde também, mas a cor se distribui por todo o cristal. Depois disso, se convenientemente aquecido, passa a amarelo-canário. As cores assim obtidas não podem ser distinguidas das naturais. Na natureza, deve ocorrer bombardeio natural similar ao obtido em laboratório mas que, por ser de fraca intensidade, só altera a porção superficial da pedra. Os diamantes irradiados oferecidos no comércio têm cor azul, verde, amarela, marron, avermelhada ou preta. A radioatividade do diamante pode ser constatada por um contador Geiger ou por exposição a uma película fotográfica, durante algumas horas. Quando o diamante é tratado em cíclotrons, ela persiste por apenas 1 ou 2 horas. Fonte: Idem, ib.
- Etimologia: Do grego adamás (indomável) por não se r riscad o por nenhum outro mineral. Fonte: Idem, ib.

- Representação cristalográfica do diamante

inside diamond diam structure diam frame

Por que o diamante é tão duro? Uma das razões é que a ligação química entre cada átomo de carbono que forma o diamante é extremamente forte. Outra é que os átomos formam uma estrutura rígida - cada átomo se conecta com outros quatro, formando uma rede muito regular. O diamante também é bom condutor de som, mas não de eletricidade, é um isolante e sua resistência elétrica, transmissibilidade ótica e inércia química são notáveis. Além disso, os diamantes dispersam a luz. Como resultado, a gema age como um prisma, separando a luz branca nas cores do arco-íris. Quanto maior a dispersão, melhor o espectro de cores que são obtidas. Esta propriedade dá origem ao "fogo" dos diamantes.

- Representação cristalográfica da grafita

graph1 structure graph hexagons graph structure

Os átomos de carbono na grafita estão arranjados de tal modo que constituem camadas. Estes átomos possuem dois tipos de interação entre si. No primeiro caso, cada carbono é ligado a três outros e dispostos nos vértices de uma rede de hexágonos regulares, formando um ângulo de 120 graus. Estes arranjos planos estendem-se em duas dimensões para formar uma espécie de tela de arame. Além disso, estes arranjos são presos entre si por forças mais fracas conhecidas com interações de empilhamento. Esta estrutura tridimensional explica as propriedades físicas da grafita. Ao contrário do diamante, a grafita pode ser usada como lubrificante ou em lápis porque as camadas se quebram com facilidade. A estrutura plana da grafita permite que os elétrons se movam facilmente dentro dos planos. Isso faz com que a grafita seja condutor de eletricidade e calor, assim como absorve a luz e, ao contrário do diamante, aparece com cor negra.

- Imagens de diamantes brutos

rough-diamonds-big    

- Espécimes de diamante bruto de vários países ou regiões

zaire1 afr_sul austr1 austr2
(1) Zaire - 5,65 quilates (ct); (2) África do Sul - 1,21 ct; (3) Austrália - 7,98 ct; (4) Austrália - 6,85 ct;

siber1 siber2

(5) Sibéria - 1,23 ct; (6) Sibéria - 1,33 ct.

- As formas - (1) e (2)
- Características de diamantes lapidados, também denominados de brilhantes
(de acordo com a De Beers)


Obs.: a) Visualize a diferença de cor entre os graus D e Z e explore melhor o conceito dos 4C no site Diamonds.com
b) Um brilhante redondo pesando um quilate tem 6,5 mm de diâmetro; 2 ct correspondem a 8 mm;
5 ct a 11,10 mm; quanto a brilhantes pequenos, 1 ponto corresponde a 1,30 mm; e 30 pontos a 4,27 mm.
              
                                        Diferentes Tipos de Corte          


  Premium Cut
Tolkowski Ideal Cut
Excellent Ideal Cut
Total Depth
58.8% - 63.8%
58.0% - 63.8%
59.2% - 62.4%
Table Size
58.0 - 61.0%
53.0% - 58.0%
52.5% - 58.4%
Crown Height
13.0% -17.0%
14.2% - 16.2%
--------------
Crown Angle
32.7° - 36.3°
33.7° - 35.8°
32.5° - 35.4°
Pavilion Depth
41.7% - 45.0%
42.2% - 43.8%
41.5% - 44.4%  

No início do século XX o matemático russo Marcel Tolkowski publicou os resultados do seu trabalho sobre o corte ideal do diamante. Esse trabalho (Diamond Design, London, 1919) tornou-se a base para o modelo conhecido hoje como o "Corte Ideal". Embora a preferência atual seja por "mesas" maiores que 53% do diâmetro total, durante quase sete décadas esta fórmula básica permaneceu como o padrão para o brilhante em todo o mundo.

     proportions    
   depth    shallow  ideal   deep

Observe as três imagens acima, no canto esquerdo. Se o corte for raso (imagem à esquerda) ou profundo demais (imagem à direita), os raios de luz saem por baixo ou lateralmente, ao atravessar o brilhante. Somente no corte ideal (imagem central) os raios de luz refletem no pavilhão e retornam para cima. As fotos retratam o mesmo fenômeno.
Este efeito assegura o brilho (ou o fogo) mais intenso da pedra, realçando a sua beleza. E o preço também...

- Glossário 1
- Glossário 2

(continua)

2a. Parte
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