PERÍODO ANTIGO BABILÔNICO (2000 - 1600 ANTES DA NOSSA ERA) A era que seguiu a Terceira Dinastia de Ur é chamada de Antigo Período Babilônico. Estes tempos são conhecidos através de um grande número de tábuas, cartas em particular. Mas e mais países usam o sistema de escrita cuneiforme, como Mari no Eufrates Central, e centros de poder no Leste, como Elam. Nos contatos diplomáticos e outras comunicações da época, são usadas cartas entre os reis. O idioma: O idioma do Período Antigo Babilônico é o acádio. O dialeto da Babilônia é o Antigo Babilônico. Seguindo na direção Norte ao longo do Rio Eufrates, o dialeto era Antigo Assírio. Os dois dialetos têm expressão escrita, mas de 2000-1800 ANTES DA NOSSA ERA (período também chamado Antigo Babilônico Anterior) os textos para os intelectuais são freqüentemente bilíngües. Sumério é ainda (se bem que numa escala menor) a linguagem erudita e o primeiro tipo de escrita que se aprende nas escolas. As composições sumérias encontradas em tábuas de argila em geral são de origem deste período. Copiar textos nas escolas era um dever, escrever linhas (adicionais) era um castigo bastante usado. Temas de exames em escolas podiam ser problemas matemáticos e textos gramáticos sumérios. Escolas bem conhecidas eram as de Ur e Nipur. A estrutura organizacional do período precedente tinha sido extremamente bem sucedida na solução dos maiores problemas do país. A Babilônia esteve à frente deste desenvolvimento, deixando seus países vizinhos muito para trás. No período que se seguiu, o modelo babilônico foi tomado como exemplo pelas áreas adjacentes, em particular a Assíria e Huri-Mitani. Cidades-estado agora se desenvolviam na Assíria para formar unidades políticas e coalizões regionais mais amplas. Amoritas: No Períod Antigo Babilônico, nota-se uma expansão maior de outros grupos étnicos, como os amoritas, vindos da região Oeste. A existência dos Amoritas é comprovada em textos anteriores, mas seus nomes são mencionados em particular no Período Antigo Babilônico de 2000 a 1600 ANTES DA NOSSA ERA. Os amoritas eram semi-nômades que vieram da região superior do Eufrates, e que gradualmente tornaram-se sedentários, principalmente de 2000-1800 ANTES DA NOSSA ERA. Eles eram analfabetos e não tinham registros escritos, mas seus nomes são encontrados na literatura acádia. A estrutura diferente destes nomes indica que eles tinham um idioma Semítico Oriental, em contraste com o Semítico Oriental, ou o idioma acádio. ISIN - LARSA: PERÍODO BABILÔNICO ANTERIOR O período de 2000-1800 ANTES DA NOSSA ERA é chamado de período de Isin-Larsa, ou Período Antigo Babilônico Anterior. Este período arqueológico compreende a Média Idade do Bronze. A hegemonia no Sul foi exercida pela Dinastia de Isin, que em geral dominava os temas políticos e militares. Os reis de Isin freqüentemente têm nomes amoritas, o primeiro sendo o último general que serviu sob o último rei da Terceira Dinastia de Ur. Muitos amoritas obtiveram altas posições, tornando-se eventualmente reis de cidades. Aparentemente, eles se integraram logo na sociedade acádia e parecem Ter renunciado seu idioma, uma vez que não muito foi encontrado sobre eles por escrito no idioma original. Hinos reais muito conhecidos estão entre as produções maiores e melhor preservadas destes reis. Textos litúrgicos, poesia envolvendo o casamento sagrado do rei com uma representante da deusa Inana, cerimônia que era festejada todos os anos para assegurar a fertilidade e prosperidade da terra e das pessoas fazem parte deste período. Desaparecimento do Sumério: Após o Período Babilônico Anterior, a tradição suméria gradualmente começa a desaparecer. A tarefa de copiar textos acádios torna-se mais comum, mas ainda há exceções. A.escrita em acádio é agora a primeira prioridade nas escolas. Novas composições em sumério são feitas, mas em geral não têm relação com a antiga literatura suméria. A gramática também se desvia do sumério erudito. HAMURABI E A PRIMEIRA DINASTIA DA BABILÔNIA (1894-1595 ANTES DA NOSSA ERA) A Babilônia é outro exemplo de uma cidade governada por uma dinastia amorita, que se transformou derepene numa grande capital, lutando, por um lado para imitar os grandes impérios anteriores e, por outro lado,lutando para sobreviver pelo estabelecimento de uma hegenomia política e pela eliminação de seus competidores, tais quais Larsa, Eshunna, Assíria e Mari. Temos algumas dificultdades em recompor a ascensão da Primeira Dinastia da Babilônia, que começa com Sumuabun em 1894, indo até o pai de Hamurabi, Sin-muballit (1812 a 1793). O site arqueológico da Babilônia produziu muito pouco em termos de dados para o período anterior ao de Hamurabi. Um fato, porém, podemos afirmar com certeza: as vitórias de Hamurabi que cobrem cobrem os anos de 7 a 11 de seu reinado são devidas ao fato dele ter sido aliado do rei Shamshi-Adad I da Assíria. Em outras palavras, inicialmente Hamurabi foi um chefe local, e sua ascenção não pode ser traçada para período anterior ao décimo-terceiro ano de seu governo. Sua expansão política começou com sua campanha bem sucedida contra a cidade-estado de Mari, seguida pela derrotado grande Rim-Sin, rei de Larsa, que deu a Hamurabi de um só golpe o controle sobre Isin, Uruk, Ur e Nipur, bem como grande parte da região de Larsa. Portanto, dentro de um período muito curto de tempo, o Sul da Mesopotâmia e suas principais cidades estavam nas nas mãos de Hamurabi. Em 1761, ele somou o controle de Eshuna, o que lhe deu controle sobre a rota de Dyala, unindo o plateau iraniano com as planícies mesopotâmicas e seu rico comércio. A Assíria com sua importante rede de comércio foi também conquistada. Em 1760 estas conquistas rápidas e extensas foram coroadas pela captura de Mari, cujas muralhas foram destruídas dois anos depois. Com o fim de Mari como centro de poder, Eshuna também tendo sido completamente destruída por enchentes, Hamurabi torna-se portanto o único e direto governante de um vasto território que facilmente pode ser comparado ao da Terceira Dinastia de Ur, além de comandar rotas de comércio ao longo das quais bens essenciais e material precioso eram comercializados (ouro, prata, lapis lazuli, madeiras, zinco, cobre, cavalos, etc) REI E PAÍS Nossas informações mais completas sobre a estrutura política do reino de Hamurabi vem dos arquivos de Sipar (norte da Babilônia) e da área de Larsa,ao Sul. O controle político, naturalmente, estava centrado na Babilônia em virtude das conquistas de Hamurabi, e grandes extensões de terra quepertenceram a monarcas derrotados agora eram de propriedade do rei da Babilônia. Como tais estados agora figuravam entre as propriedades reais, estavam dentro dos programas de irrigação e concessões de terras. Conseqüentemente, aumentou muito a produção de lã, texteis, peixe, tâmaras e cereais. Mas não devemos pensar que o monopólio geral de produção e comércio estava totalmente nas mãos do estado. A metade do capital para o comércio, por exemplo, vinha de mercadores particulares. O papel do controle estatal sobre templos e pessoal também deve ser citado. Fundamentalmente, o rei apontava os funcionários para os cargos mais importantes. Pelo menos os mais altos postos, eram sempre apontamentos pelo rei. Figura 1 - Estela do Código de Hamurabi, mostrando o deus Shamash, sentado, e Hamurabi, de pé e reverente, à sua frente. O código está logo abaixo do deus e rei, conforme Figura 2. Hamurabi é mais conhecido pelo código que leva seu nome, inscrito numa grande estela de pedra (2,25m), encontrado em excavações de arqueólogos franceses em Susa. Acredita-se que a estela tenha sido pilhada pelos reis elamitas no XIII século antes da Nossa Era, provavelmente do templo de Shamash em Susa. Figura 2 - Estela onde se encontra gravado o Código de Hamurabi. É difícil dizer que tipo de édito real o código de Hamurabi representa. O código foi provavelmente escrito no vigésimo ano do reinado de Hamurabi. A coleção de leis prescritivas que ele contém é uma amostra eclética, e os preços ou indenizações lá recomendados parecem ideais, tendo pouca relação com os valores efetivamente pagos, que podem ser comprovados através de textos relativos a negócios de tempos posteriores que temos à nossa disposição. Finalmente, foi observado que existem raras referências nos documentos legais existentes que aludem ao código de Hamurabi. Todas estas observações levam-nos à importante teoria de Finkelstein de 1961 e 1965 de que o documento deve ser visto como um exemplo de auto-elogio do próprio Hamurabi, no qual o rei, ao final de seu reinado, presta conta aos deuses de suas realizações. Entretanto, devemos levar em conta que o código deve ter tido uma função mais prática, como no caso dos salários de trabalho fixados por Hamurabi, que parecem refletir a prática real de equanimidade, sendo o soberano efetivamente interessado em garantir igualdade de tratamento por função executada, bem como em impedir a exploração desta mesma força de trabalho. Heranças, direitos de filhos legítimos de esposas e concubinas, situação de escravos, matrimônio, etc. são assuntos tratados pelo código, daí, portanto, termos uma idéia de sua abrangência. DECLÍNIO DA PRIMEIRA DINASTIA DA BABILÔNIA É bastante comum dizer-se queos domínios de Hamurabi chegaram ao fim imediatamente após sua morte, e que tudo o que este grande monarca obteve foi de natureza tão transitória quanto ao que ocorreu com o grande rei Shamshi-Adad. Isto é um exagero. É verdade que os herdeiros de Hamurabi não conseguiram manter sobre seus domínios todas as áreas conquistadas por ele. Mari foi reconquistada vinte anos após a morte de Hamurabi, daí surgindo o novo reino de Hana. Da mesma forma, problemas ocorridos ao Sul da Babilônia, incluindo uma revolta em Larsa, eventualmente, cerca de 80 anos depois, fez com que fosse perdido o lucrativo controle sobre a área de comércio do Golfo. Mas apesar dos descendentes de Hamurabi terem perdido território, a cidade continuou sendo sempre um centro político de importância por ceca de 150 anos. Mais do que levantar os fracassos da Primeira Dinastia da Babilônia, vale estudar o seu relativo sucesso e realizações. . |