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HISTÓRIA DE CONCEIÇÃO, por Carlos Fabris

CARLIN FABRIS HISTÓRIA DE CONCEIÇÃO

INTRODUÇÃO

por Luis A. de Boni

Em 44 páginas de um caderno, Carlin Fabris, um colono de rica personalidade, escreveu a história da Paróquia de Conceição. Tendo conhecido o povoado desde o começo, seu testemunho é valioso sob os mais diferentes aspectos. Vários acontecimentos são por ele narrados com fidelidade; uma linguagem que obriga a gente a simplesmente transcrevê-la, tal a mistura entre dialeto do italiano e português; é um documento ímpar a respeito da formação de uma comunidade na zona de imigração italiana. Trata-se também de uma obra de um semi-letrado e que, por isso, deve ser lida com a consideração que merece um documento provindo diretamente de uma fonte popular. Considerando a intenção do autor de contar os fatos assim como os interpreta pelo seu ângulo de vista, o texto é publicado na íntegra, mesmo quando certas passagens falam em parte em desabono de algumas pessoas. O fator subjetivo influi muito na obra de C. Fabris que julga fatos e pessoas em vista dos interesses da formação da paróquia de Conceição, levando-o mesmo a um juízo um tanto desfavorável a respeito dos padres Carmine Fasulo e João Meneguzzi, de quem a maioria das pessoas e dos escritos conservam as melhores referências.

O texto oferecido nesta obra reproduz fielmente o original, fazendo apenas algumas leves correções, como no caso do acento colocado em "é" e da não acentuação de "e", coisa que o autor nem sempre distinguiu. No mais, até os nomes próprios conservaram a grafia (e as variações gráficas) que o autor lhes conferiu. Tendo nascido a 25-7-1889, Carlin Fabris veio a falecer no dia 28-5-1976, quando se preparava a edição de seu texto.

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ISTORIA DE CONCEIÇAO

Carlin Fabris

Um pouco de História de Conceição escrita pelo lápis de um analfabeto e inculto filho deste turrão natal, que não faço o nome por ter vergonha do que escrevo, mas assim é que aconteceu nesta História.

Local do povoado

O povoado de Conceição de hoje como o conhecemos não é o seu primitivo nome, o seu verdadeiro e primitivo nome é Edoardina por ser Edoardo de Azevedo de Sousa que doou o terreno para a construção da Igreja, Praça e Escola, e a Senhora dele que o nome dela era o de Maria de Conceição doou a imagem de N. Sra. de Conceição por isto que hoje é mais conhecido com o nome de Conceição. Este povoado fica distante do Campo dos Bugre hoje cidade de Caxias do Sul a Norte Oeste apenas dez quilometros.

Primeiro Emigrante

Foi em Fevereiro do ano de 1884 que aqui chegou os primeiro Emigrante, chamava-se Andrea Dani mas era mais conhecido com o nome de Andrea Penacio com sua Esposa e dois filio homens Angelo e José. Angelo era casado com Rosa Portela e José era solteiro, que mais tarde casou com Maria Rosatto filia de Pietro Rosatto. Este veio de Cuarnieta (Itália) cheio de boa vontade pelo progresso e grandeza desta nova Pátria nesta bendita terra do Cruzeiro do Sul Brasil. Colocou-se no Lote N° 13 da Linha Feijó. Logo chegado nesta localidade dentro em plena floresta nas mata virgens abrindo picada a facão e lutando com dificuldade sofrendo até fome, e dentro de todos os. perigo porque a floresta estava abitada por grande bando de Javali (Porco selvagem) Jaguatirica, e outro animais perigoso como cobra etc. Mas o intrépido Andrea dizia O que se vince o pur si muore. E assim acompanhado do seus familiares botou mão em obra começou a desmatar fazendo a primeira derrubada a margem Leste do Rio Belo e construiu a casa para colocar sua família dizia casa mas era uma Taba feita de xaxim e tábua de corticeira (maria mole) e coberta de samambaia (faleti) assim mesmo gozava a vida como grande milionário. Não satisfeito com isto sempre com a idéia de progredir derrubou a outra margem do mesmo Rio para construir um Moinho que era necessário, conseguiu com força de vontade em pouco tempo fazer funcionar o moinho com um só jogo de mó a força hidráulica. Poucos meses depois apareceu um outro Emigrante não se sabia de onde vinha chamava-se Gigio Scápolo por ser um solteirão ele viu que estavam fazendo o traçado de uma futura vila aproveito esta ocasião para ele ser o primeiro habitante da mesma como foi. O traçado de Edoardina como disse é de nove Quadra e a sua respectiva Rua, os nome das Rua quem está escrevendo não está ao par conhecendo os nome de três, sendo D. Pedro II, Dona Isabel e Gaspar Silveira Martins. O mapa de esta estava nas mão de Angelo Penacio mas mais tarde passou nas mão de um intruso e que desapareceu, sem saber mais onde foi terminar, calcula-se que foi destruído queimado... eu sei.

Continuamos com a História. A traz deste dois primeiro acima mencionado começaram a vir diversas Famílias todas da alta Itália toda gente humilde laboriosa e alegre (1885). A primeira a chegar foi a Família Lora, sendo Giovanni, ou Nane Lora, Massimiliano, Giona e Adriano, Nane colocou-se no lote N.6 onde que hoje é o pequeno povoado de S. Marco de Linha Feijó nossa vizinha capela. · Massimiliano e Adriano no Lote N. 12 Giona no povoado de Edoardina. Meses depois chegou Bernardo e Gregorio Massignani, apeli-dado Bagatin, Francisco Formigueri apelidado por Checo Frescon e Antonio Dani apelidado Batiston. Em 1886 chegou mais Emigrante sendo Giuseppe, Gaetano e Andoleto Zampiva, e de Luiz Bettiato apelidado de Marco Meloto. De 1887 no mês de Julho mais Família chegam sendo Caterino Zorzo, Luiz Zorzo, Santo Gelain, Pietro Zanchin, Luigi Dani apelido- Dado Saeta, Cesere Miola, Girolamo Mengato, se conhecia com o nome de Momi Costaldelo e Domenico Bettiato conhecido com o nome de Cioi. Em 1888 novamente Família chegou, sendo Luiz Zattera era mais conhecido por Gigio Mondo, poucos meses depois veio Irmão Giovani Batista (Tita Mondo) e Pietro Massignani apelidado de Ambrosin. José e Caterin Bettiato apelidado Meloto, e José Fo-chesato (Fontana).

Tornamos uns passos atrás para começa a Historia como se formou o povoado de Edoardina e a construção da nossa Igreja, era em 1888 quando o nosso vizinho povoado hoje S. Marco de Linha Feijó organisou-se para construir uma Igreja, como que era tudo Veneto era para dar o nome de S. Marco, o Padroeiro de Veneza. Em Agosto do mesmo ano se reuniu para tratar do assunto todos disposto, esta reunião era composta com a cabeça do Srs. Paolo Rosatto, Antonio Rosatto, Vittorio Rosatto, Marcelo Rosatto, Piero Facchin, Angelo Facchin, Luigi Facchin, Isidoro Facchin, Marco Ven-cato, Antonio Vencato, Francesco Vencato, estes três o ultimo era conhecido com o nome de i Balarini e por ultimo que fazia parte da reunião Nane Lora. Ouve um debate nesta reunião, parte queria a construção de pedra e parte de madeira especialmente Nane Lora que conhecia bem este serviço porque ele tinha na Italia Valdagno, como que era fino artista tinha trabalhado naquela Igreja e ele queria imitar a mesma por fim que ganhou foi da construção de Pedra. Em vista disso, Nane Lora fizera a parte de Pilatos se lavou as mão e se retirou dizendo que ele construirá uma Igreja de Madeira seja lá onde for. Não perde tempo este intrépido Nane Lora, dirigiu-se imediatamente em casa do Sr. Angelo Penacio que morava no povoado de Edoardina com uma pequena casa de negocio e era vendedor dos lote desta futura vila e explicou o que aconteceu na dita reunião acima mencionada. Angelo Penacio muito se interessou, mandou reunir este punhado de povo que todo se mostrou disposto oferecendo os seus braço e esforços para que se levantasse o Templo de Deus. Eis prezado leitor como aconteceu e surgiu este povoado de Edoardina. Era o dia 28 de Outubro 1888 mesmo o dia que tinha acabada a reforma do moinho de Andrea Penacio e era para fazer la Vandéga (Inauguração) e Penacio aproveitou aquela oportunidade para con-vidar todo o povo para festejar esta nova reforma e tratar da construção da Igreja, ali mesmo quando chegou a Água que mete o rodão em movimento com grande alegria e cântico fizeram a segundo reunião, todo respondeu que estava disposto custe o que custar e assim com Angelo Penacio e Nane Lora à cabeça começou a Obra. Assim o Sr Angelo Penacio encarregou-se de ir falar com o Conde Feijó era este considerado pelo nossos emigrante como Conde mas o seu verdadeiro nome era Diego Apio Feijó, e Angelo Penacio foi atendido o Sr. prometeu que vinha ele e a sua Senhora para tratar do assunto. De fato depois de poucos tempo com o povo unido em Casa do Sr Penacio veio cumprir a sua promessa e que foi aceitado com grande alegria de todos os presente e tudo foi decidido neste dia. Nane Lora encarregou-se da Obra em primeiro o Sr. Nane Lora ofereceu a madeira que existia no seu lote toda madeira de Lei como Cedro, Canjerana e outra madeira necessária, o povo começou derrubar e serrar as tábuas barrote (le filorole) que conforme era serrada era levada ao lugar da construção nas costa ou arrastada por animais, Santo Braco que el gera umoleron el gue tocava cuatro tole tocá ala guingaia de la so cavala e dopo el montava suso porque el disea que lú el gera straco e invese el gera furbo, (3) e assim continuo este laborioso povo, desmatando fazendo roça empromtamdo para depois vender o produto para comprar o que era necesario para terminar a dita construcão. Em vista de opinião para construir esta duas Igreja formou-se a inimisade entre os de S. Marco e Edoardina que veio ter o nome de S. Marco dela Forca, e Paese dela Grosta porque defato cuei dela Edoardina le gera lesque cuando que i venhea a incomodare, es-pecialmente cuei Cuarnhenta, come Picioci Penaci Batiston Castaldei Meloti etc. le gera slenhade e sassade que gue tocava torsela pela pi curta (4) e acin continuou por diversos anos.

(3) Santo Braco, que era um moleirão, amarrava 4 ou 5 tábuas à cangalha de sua égua e depois montava, dizendo que estava cansado, quando em verdade ele era astuto.

(4) Porque de fato, os de Eduardina, quando vinham incomodó-1os (principal-mente os de Guarnheta, como Picioci, Penaci, Bastíston, Castaldei, Meloti etc.) retribuíram com pauladas e pedradas, fazendo-os procurar o ca-minho mais curto.

A Convivencia do Povo de Edoardina

Cuando era presiso faser uma derubada n'uma Familia todos coria para ajudar, acin aquela Familia que tinha gastar 15 dia fasia n'un só dia e acim por diante. Não tinha Medico tão pouco Elevatrice (Parteira) o unico Medico era Nane Lera o home do salasseto (sangria). La Levatrice, ou a Partera era uma ou outa. Poren dentro de toda a dificoldade e sacrificio os cantico e alegria imperiava dentro do seo umilde Lar, La Bela violeta, II Massolin di Fiori, Isabela, e outros cantico que não me lembo, especialmete cuando catavo a Familia de i Castaldei i Pirani i Canutí e i Schioti la gera una vera alegria in cuel'epoca.

La storia dei Corni (6)

Cada Familia possuia uma aspa para dar aviso sonoro ou alarme em caso de desgraças, como Incedio, doença, e no Povoado uma aspa maior que era para avisar o povo em caso de inimigo que não faltava pela inveja do progresso que fasia este punhado de Familias, o encaregado d'este instrumento era Menoti Zattera, o melio Menoti Mondo como que aconteceo con o caso da morte de Francisco Betiato conhecido mais con o nome de Checo Meloto. Estava fa-sendo uma derubada para faser uma rossa nel 16 e como de costume todo forão ajudar esta Familia aconteceo que derubando uma arvore caio emcima de uma outra que estava seca e poudre e embaixo desta estava o cuitado do velio Checo Meloto que teve morte instentania todo acoreo no lugar mas não tinha mais remedio, faser que? todo se perguntava um con o outro, la calma de Nane Lora decidia tudo, bisonha sepelire i morti cosi ne gá isenha le opere de misericordia, ma dove? no gavemo cimitero, el cimitero lo femo ancora ancó e avanti subito que no gue se tempo da perdere, e de fato cuando que se stá sera el picolo cimitero el gera pronto con um poqui de sassi, meio que i podea (7) o dia seguinte foi feito o intero, que fis a parte de P. foi Nane Lora (8).

(7) "E necessário sepultar os mortos, assim nos ensinam as obras de misericórdia. Mas onde? Não temos cemitério, mas o construímos ainda hoje, e comecemos já, pois não temos tempo a perder". E de fato, quando chegou a noite o pequeno cemitério estava concluído, com algumas pedras, do melhor modo que puderam. (8) A letra "P." é abreviatura de "padre". O autor refere-se aqui ao "prete-laico" (padre-leigo), um fiel, que por exercer uma certa liderança dentro do grupo, e por outros motivos, fazia o papel de padre nas cerimônias religiosas.

Pasado poucos dia a noticia chegou en S. Marcos da tragica morte do velio Checo Meloto que se deo em Edoardina, Angelo Bacchin que era autoridade foi a Caxia parteci-pando o fato disendo que ele suspeitava que este povo tinha matado o Velio, o Intendente deo duas policia e encarego Angelo Facchin de ir no lugar e desentera o cadaver e esaminar o fato. O dia seguinte apareceo Angelo Facchin con as dua policia em casa de Penacio disendo que tinha orden de desenterar o cadaver para faser um esame dizendo que tinha uma suspeita que o tirnha ma-tado para ter direito do cimiterio e pedio a Penacio arumace duas ou treis pessoas para testemunhar. Penacio incistindo disendo que estava enganado mas o home respcndeo que lei é lei, Penacio não faló mais e dice que ia procurar algumas pessoas para testificar, mas Penacio foi avisar o tocador da famosa aspa que dentro de poucos minuto se fisera ovir strondosamente, Angelo Facchin comesó a rir pensando que fosse brinquedo de criança o povo ao ovir este apito de alarme comesso a reunir-se disendo Tusi su que i scna el corno, guese cualque cosa de bruto. armemo-se e Avanti (9) e acin foi, todos se armó con todas as especie de arma schiopi de do cane pistole faconi ronconi forque lastoni etc. Facchin e le policie co i ga visto arivare tuti sti testimoni in pie de guera i ga canbiá de colore anca le polissie si ben que le gera negre le se deventá piú paliàe e i ga tratá de avissinarsse ai cavai e tratar de montargue suso per torsela per la pi curta e cosí el sior Facchin el ga levanta el galopo e varda come que el vá senssa voltarse idrio perque gue gera dei sassi que sciocava só per le piante a drio e i gue disea tenhive imente la Storia de Corno dela Edoardina (10). E acin foi terminada aquela empresa e nunca mas este povo foi molestado.

Continuamo con a Istoria. Como disse a alegria os cantico a irmandade a semplicidade a fieldade e a Religião reinava em todos os lar não tinha Familia que não tivese o S. Rosario trasido da sua longinca Patria natal e que não o recitasse. Mas tamben esistia alguma Armonica porque disia que a alegria é a ipnotisadora da Alma. Nane Lora continuava à cabeça con a cunstrução da Igreja acompanhado do povo e que vinha se adiantando con rapidez. Nane Lora ficava meses sen visitar a Familia so ocupado na sua tarefa, o povo d'aqui ia la em casa d'ele e fasialhe a roça para sustento de sua Familia. Costumava aquela gente que cada construção que surgia n'uma outra Familia de faser la Vandéga (Inauguração).

(9) "Pessoal, vamos ver o que há, pois estão tocando o corno. Aconteceu algo de mal, armemo-nos e vamos" (10) “E assim aconteceu. Todos se armaram com toda a espécie de armas: espingardas de dois canos, pistolas, facões, podões, forcados, paus etc. Fachin e os policiais, quando viram chegar todas estas testemunhas em pé de guerra, trocaram de cor e até os policiais, se bem que negros, tornaram-se pálidos e trataram de aproximar-se dos cavalos e de montar para procurar o caminho mais curto. E assim o sr. Fachin partiu a galope e nem imaginem como corria, sem voltar-se para trás, por que as pedras voavam e batiam contra as árvores, enquanto lhe diziam: Recorde-se da história do corno de Eduardina".

O galinheiro

Conta um caso que de fato é importante un tal Catarin Zorzo em vista de não puder salvar-se as galinha porque o gato de mato é como o chamava é que fasia grande strago pensou de construir um galineiro mais solido chamou dois pratico para rachar as taboa de cortissa chamava-a de Mariamola afinal dentro de doi o treis dia terminarão a construção, e veio o dia de la Vandéga, el ga convida i visini ma gue nera de pi de cuei quel gavea convida e cando que se stá el giorno drio el segá incorto que galine non gingera piu (11), e que não necisitava mais do galinheiro, mas esta boa gente não tardó que dia todo o convidado uma galinha ou um frango para que o galinhero fose honrado.

(11) . . . convidou os vizinhos, mas eis que compareceram mais do que se esperava e, quando foi no dia seguinte, não havia mais galinhas . . .

O forno

Um outro fato da mesma, aconteceu con o forno para cosinhar o Pão de Doro Belada, o tenico era Moro Saeta, el ga fato da fon-damenta con cuatro toqui de lenho el sularo e dopo baro de tera crea el ga fato el pian dopo seco el ga prontá lenha e faleti (Saman-baia) e ga fato na specie de mesa bola en sima el pian e dopo su, baro cuando el gera sugá el giorno drio dargue fogo e cosi se sta, ma quando i credea de ver finio el ga scomìnsia a piovere e i se resta ancora con el baro in pulver e im pulve diventiris, e el Moro Saeta el ga dito que cosi le ne toca anca nualtri que de baro semo fati e in baro tornemo (12).

(12) ... fez com quatro pedaços de madeira os fundamentos e depois, com terra argilosa, preparou a superfície plana. Quando esta secou, aprontou lenha e samambaia, fazendo uma espécie de abóbada sobre ela e depois colocou barro. Quando no dia seguinte o barro já estava seco, deu fogo. Esperavam então que estivesse tudo pronto, mas eis que começou a chover, e depois acabou o barro “tornando-se pó e ao pó voltarás” como dizia Nora Saeta, aludindo a que também nós somos feitos de barro e a ele voltaremos.

Tornemo no caso do nosso povo. Catolico Apostolico Romano não faltava de ir assisti à S. Missa esta umilde jente, não se tinha esquesido o seo tradicional sistema Religioso da Italia embora afas-tado 10 Kilometro da Vila de Caxias não deixava de ir apé ou a cavalo quen tinha pelo meno uma vez ao mez isto é como os nosso primeiro Emigrante no seu primitivo tempo pasó.

Entretanto o serviço de para levantar a sua Igreja e progredir o povoado. Gigio Scápolo por divergencia inhorada vendeo o seo lote ao Sr. Bepo Nadal e sumiu-se sem saber mai nada do seo paradisso. Em vista do Progress que aumentava mes por mes e o nome d'esta tal Edoardina comessou a vir novos emigrante sendo que em 1889 Bepo Nadal acima menssionado, em 1890 Vittorio Fabris que veio trabaliar como Fereiro em casa de Penacio Cristão Randon e seo Irmão Angelo que muito ajudó na construção da Igreja, em 1891 mais familia chegou a de Giovani Lain, de 1892 mais familia sendo Bernardo Luca e Catarin Tonieto, e mesmo ano Valentin e Luiz Boneto mais tarde a Familia de Domingo Frizzo, Francisco Zanoto, João Batista Canuto José e Antonio Roso, Giacomo e Angelo Dale Mole e Familia Nichele e Pietro Bolli, em 1893 Pietro e Giocondo Serafini, João Celeste e Jose Rufato, Batista Dani, Familia Soga, Familia Zucoloto, Celeste Munaroto, Luiz e José Silvestri em 1894 Francisco Preto apelidado Rosso Paleta, Caetano Poloni, João Coltro (Nanei). Mais tarde que não tenho a epoca, Demetrio Dana, Paolo Rufatto, Batista Perosa, Luiz Chiapin, Siussiato, João Caregnato, Piero Muraro, Rodolfo Pelizzari, por ultimo que tenho na memoria Jose e Luiz Dozzin (i tosi dela Vedova) (13), Domingo Zattera (Menegueto Mondo ) .

(13) os rapazes da viúva

Entretanto os primitivo continuava sen tregua na construção da Igreja. Era o mez de Novembro de 1891 cuando que estava cuasi terminada faltavalhe algun retoque. Forão eleita uma comição para ir tratar con P. D. Andrea Walter diretor dos Palotino em Caxias para a Benção da Igreja. O P. Walter que muito se interesó e recebeo a dita comição con carinho, congratulando-se disendolhe que não pensava que assim pouco tempo tivesse terminado esta obra e pro-meteo que o dia 8 de Dezembro andava um Padre para dar a Bença da Igreja e a Imagens, o povo trató de prepar-se por este grande dia de festa defato o dia 8 veio o P. D. Carmine Fasulo que foi aceito con grande jubilo pela comição e o povo acin esta festa durou 3 dia.

A Comição dos festejo aproveitó esta oportunidade para faser o pedido ao Redo. P. se pudece servir esta nova Capela uma vez ao mez con uma S. Missa Confessar Comugar afinal o que era nessario nas nossa Santa Religião ele disse que será difissel pelo muito serviço que tinha, mas garantio que de treis en treis meses vinha celebrar uma ou duas S. Missa. E acim a Edoardina comessó uma nova Vida que durou mais dois ano.

Neste periodo, realisou-se dois Matrimonio, sendo o primeiro de Artidoro Zanoto e o de Macimo Zucoloto e um batisado Paola Lora, filia de Massimiliano. Neste tempo sucedeo que o diretor dos Palotinos D. Andrea Walter por orde do seo Superiore foi transferido para asumir a dereção em outro ponto e por este motivo assumio a direção o P. D. Carmine Fasulo continuando servir mas diminuindo as suas visita de serto que era orientado por um máo elemento.

O povo comesso a desorganisar-se e que veio formar-se em dois partido, um partido queria comprar o Sino e a construção do campanário e o outo a construção da Escola assim mesmo con esta divergencia não foi mal porque surgio mais duas construção em Edoardira. Veio o Sino de P. Alegre, construio a Tore quem impresto o dinheiro pela compra do Sino foi Demetrio Dana faltava que viesse o P. para dar a Benção, o P. Fasulo respondeo que ele vinha basta que dessida a data. Eo não tenho na memoria a data mas forão decedida às 8 hora d'aquel dia ele estaria alí a disposição de todos. O Povo se preparó todo por esta grande festa veio o dia, a 7 hora todo estava reonido, veo as 8 nada, pas as 8 1/2 nada. Veio as 9 nada, das 9 as 10 nada. O povo comessó a faser comentario mas paciencia quen sabe la o que aconteceo, afinal que veo 1/2 dia e nada de Padre, em visto d'isto o povo comessó a incomodar-se queria ir a Caxias para ver porque motivo que ele fes esta parte, mas depois calmou-se e as duas hora da tarde todo unido forão na Igreja fiserão a fução embora sen Padre tocando o Sino e disendo Sonemo le Campane e nó i Sacri Bronsi, e assin continuo a festa que serta-mente se pode calcular que de boas não saio disendo que não era Padre porque un padre não deve agir acin e outra tantas, e negou-se de pagar a taxa que devia pagar anualmente e assim acabou o festa.

Como que Juda, sempre isistio e sempre esistira, ate a con-sumação dos seculo tamben aquele dia estava ali, porque o dia se-guinte de manhan sedo D. Carmine estava ao par do que aconteceo da festa, e respondeo a aquele que se enteresó. Aquela jente vae me pagar, e não apareserão mais. O povo em vista d'isto vendo a necissidade e reclamação porque era costumado a receber a S. comunhão ver os seos filio ir a Dotrina, faser as suas 1 ° comunhão vendo-se assim abandonado tornou-se uma tristesa.

Se reunio uma a comição para botar termo con este caso, e esta comição se dirigio a Rvde. P. D. Carmine para ver cual era o motivo d'este abandono. Esta comição era composta de Nane Lora, Giovani Lain, Vittorio Farris, Luigi Zattera e Domingos Zattera. Partio apé em Edoardina chegou a Caxias mai o meno ao meio dia, a duas hora se dirigio a Casa Canonica bateo a porta e apareceo um criado que pedio quen era e o que queria respondeolhe que era de Edoardina e que deseja falar con o Rvdo. Logo apos abrio a Porta e mandarão entrar passado poucos minuto apareceo o Rvdo. con um ar cheio de bondade saudoo e sentou-se e pedio o que desejava, respondeo, Rvdo! nos somo inhorante e podemo erar a falar mas o motivo que nos trose aqui é de saber porque que o Sr. nos abandonó sem saber porque se ouve algun ero sempre dava para remediar o Rvdo. res-pondeo la colpa é tuta vostra io son al pari di tuto ; o Sr. é mal orientado talvez algu envejoso que se enteressa para meter entriga entre nos; io non son mal orientato io so tuto cio che è passa-to (15). Mas pedimo porque o Sr. não veio dar a Beção ao nosso Sino a nossa Tore e a Escola? Se ron son venuto ó le mie regioni io só tuto e voi dovevate eser venuti da me per il perqué o il percosa e nó quel que avete fato e dito cuel giorno dovevi pensarci prima (16) esta foi a resposta. Então nos somo obrigado a pedir a autoridade maior porque acim nos ficar fate cuelo que vi piace io non vengo e ne permetero que venga vale più una parola mia que tuti voi voi vi avete negati di pagare e cuesto basta (17) Em vista d'isto Vittorio Fabris respondeo ao tempo de Cristo era ele o pastor que ia em procura das ovelia e agora virou-se e a ovelia que deve ir em procura do Pastor, o Padre nen deo resposta e assin teve termine aquele debate desludido e sen esperança este cuitado voltou pra casa e contou o que aconteceo, o povo comessó a incomodar-se maldisoar o P. e de todo a especie de coisa mas não tinha remedio era só piorar e acin continuó por tempo.

Uma novo comição se dirigio a D. Giacomo Brutomesso Vigario de Nova Vicenza (18) informandoo do que tinha acontecido ele disse que podia ajudar mas que tudo dependia do Vigario de Caxias abusivamente ele vinha visitar os seos patriota visintino mas nada de resolução. Dirigiuse ao Vigario de Nova Milano D. Giuseppe Zamboni a mesmissima coisa. Faser o que esperar que passe esta borasca un dia mudará. A unica esperança era con o Vigario de Nova Milano porque ele estava servindo as capela da 2 ° Legua, Loreto, S. Vigilio e S. Martinho, nosso visinha Capela (19). O povo sempre mais agitado não sabia mais o que fazer.

15. Não estou mal orientado, e sei tudo o que aconteceu. 16. Se não compareci, tenho lá minhas razões. Sei de tudo e vocês deve-riam ter vindo a mim, para saber qual o motivo, o que teria sido muito melhor do que o que vocês fizeram e disseram naquele dia. Deveriam ter pensado antes. 17. Façam o que quiserem, mas eu não irei e não permitirei que outro lá vá. Vale mais uma palavra minha que todos vocês reunidos. Vocês não quiseram pagar a taxa, e isto basta. 18. Nova Vicenza é a atual cidade de Farroupilha. 19. Na folha 27 b, o Pe. Aleixo Susin anotou a tinta o que a respeito lhe narrou Carlin Fabris: "A capela de Santo Antônio do Forqueta pertencia a Conceição. O povo daqui foi ajudar a cortar o mato e a construir a capela. O Pe. André Zanettini vendeu a dita capela por meia dúzia de cervejas. Bortolo Gre-goletto e José Generosi prometeram ao Padre meia-dúzia de cervejas se ele como Vigário intercedesse junto ao Arcebispo para que a capela se desmembrasse de Conceição e se filiasse a Nova Vicenza (Farroupilha). Dito e feito. ... SEGUE

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