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O Mistério de Anastasia


Anastasia Nicolaevna Romanov nasceu em 5 de junho de 1901 em Peterhof, o palácio construído por Pedro o grande nos subúrbios de São Petersburgo. Também suas irmãs Tatiana e Maria nasceram em Peterhof, com exceção de Olga, que nascera em Tsarskoe Selo.
Anastasia era extremamente inteligente, mas não gostava de estudar. Era aquela que fazia todos da família rirem com suas imitações e brincadeiras, mas não era mais importante do que suas irmãs. No entanto, tornou-se uma lenda e também um dos maiores mistérios do século XX.
Nos anos vinte, apareceu uma jovem com ferimentos na cabeça e no braço, que fora encontrada num asilo e que dizia ser Anastasia, a filha de Nicolau II, o último czar. Ela não tinha documentos e era conhecida como sra.Tchaikowski. Mais tarde deram-lhe documentos com o nome de Anna Anderson. No entanto, o nome Tchaikowski está ligado a uma longa e intrigante história. Segundo Anna, ela era a grã-duquesa Anastasia. Em 1918, vivia em Ekaterimburgo, na Sibéria, presa com sua família. Na noite de 17 de julho, a família Romanov, seus empregados (o cozinheiro Karitonov, o empregado particular do czar, a empregada da czarina e o médico da família, dr.Botkin) foram acordados no meio da noite. Pediram-lhes que se vestissem para tirarem umas fotos. Era preciso provar ao povo e às autoridades de Moscou que estavam vivos. Isso foi o que lhes disseram. Mas não era verdade. Levaram-nos para o porão da casa Ipatiev, onde estavam hospedados, e lá foram colocados numa sala vazia. Como não houvesse cadeiras, a czarina pediu uma. Foram providenciadas duas. Numa sentou-se a czarina e noutra o czar, tendo ao colo o czarevich Alexis, que não podia caminhar. De repente, a porta abriu-se e surgiu o comandante da casa Ipatiev, Yakov Yurovski, que leu para o czar uma sentença de morte. O czar pareceu não entender de imediato e balbuciou: "O quê?!" Ao mesmo tempo, vários homens que faziam parte do pelotão, dispararam contra o grupo. O czar e a czarina morreram na hora, mas as grã-duquesas traziam espartilhos cobertos de jóias (guardadas cuidadosamente para sustentar a família no exílio) e as balas não as atingiram mortalmente. O grupo de homens armados começou a ficar nervoso, uns achando até que poderia haver algo de sobrenatural no fato. Então, como elas ainda vivessem, enquanto os outros já estavam mortos, acabaram de matá-las usando as baionetas. No entanto, ao colocá-las no caminhão que iria levar os corpos para uma mina escondida na floresta, um dos homens, um sujeito chamado Tchaikowski, descobriu que uma das meninas estava viva e teve pena. Resolveu, então, salvá-la. Surrupiou a jovem do meio daquela pilha de corpos amontoados dentro do caminhão. Se levarmos em conta que havia muito nervosismo e tensão acontecendo numa noite escura, não seria difícil dar sumiço num corpo. Segundo Anna, ela desapareceu naquela noite, salvando-se do massacre. Tchaikowski levou-a para casa de pessoas amigas suas e depois para sua própria casa. No meio do desenrolar da história ele a estuprou e Anna teve um filho, que foi deixado num orfanato, quando ela foi para a Alemanha, a fim de procurar seus parentes exilados pela revolução. Pelas descrições feitas por inúmeras pessoas que tiveram contato com Anna/Anastasia, a jovem deve Ter ficado perturbada mentalmente pelo trauma sofrido, sem contar com os inúmeros ferimentos, (os mais graves na cabeça e no braço) agravados por uma tuberculose que ela veio a adquirir, talvez devido às privações por que passou.
Quando foi descoberta por russos monarquistas exilados na Alemanha, Anna estava muito doente e muita gente se dispôs a ajudá-la. É difícil saber, nesta história, quem agiu por puro idealismo,por desejo de justiça. A maioria ajudou a jovem por interesse. Alguns membros da família imperial chegaram a reconhecê-la como Anastasia, mas depois desmentiram o fato, o mesmo aconteceu com professores e serviçais. Somente poucos sustentaram até o fim suas opiniões iniciais. Algumas, como o antigo professor dos filhos do czar, Pirre Gilliard, escreveu um livro chamado "A falsa Anasatasia", no que tentava desmascarar completamente Anna Anderson/Anastasia Romanov. Até hoje não se sabe, e será quase impossível saber com certeza, se Anna Anderson era ou não a filha do czar, mas uma coisa é certa: como ela podia saber de fatos secretos que somente membros da família imperial ou altos funcionários da corte poderiam ter conhecimento? O que Anna Anderson sabia era muito mais do que uma pessoa comum poderia saber sobre a família imperial, inclusive segredos de estado. Isso é, sem dúvida, um mistério. Por exemplo:a czarina, mãe de Anastasia, era alemã. Durante a primeira guerra mundial, o fato não foi esquecido na Rússia. A propaganda revolucionária a chamava de espiã alemã, o que não era absolutamente verdade. A czarina era completamente fiel ao czar e à Russia. Durante a guerra, o irmão da czarina, O grão-duque Ernst de Darmstadt, foi à Rússia tentar uma paz em separado da Alemanha com a Rússia. Esta foi uma viagem secreta, que só os serviços secretos dos dois países e seus altos dignitários tiveram conhecimento. Nos anos vinte e trinta, com o fim da guerra e a mudança da política, seria inadmissível que qualquer membro da nobreza, político ou mesmo um alemão comum confessasse que estivera na Rússia durante a guerra. Quem o fizesse seria acusado de traição. No entanto, na maior inocência, ao ser mostrada a Anna uma foto do duque Ernst, ela não só o reconheceu como também afirmou tê-lo visto no palácio imperial numa visita durante a guerra. O duque ficou furioso, negou tal afirmação e também recusou-se a reconhecer Anna como Anastasia, alegando que os filhos de sua irmã estavam mortos e que Anna era uma impostora. O duque estava salvando seu pescoço e sua reputação, pois não podia admitir publicamente que estivera na Rússia durante a guerra. Aquela aparente sobrinha Anastasia estava lhe saindo um verdadeiro pesadelo. Que seria se alguém acreditasse nela? No entanto, Anna Anderson passou a vida afirmando ser Anastasia. Há alguns anos, foi feito um exame de DNA com seus cabelos, que estavam num livro de seu marido americano mr.Manahan, também falecido, e afirmou-se que Anna não era Anastasia. Mas... será mesmo? Nenhum exame é cem por cento certo e quem garante que os cabelos eram mesmo de Anna? Afinal, nunca se saberá realmente. Pode ser que ela não fosse mesmo a grã-duquesa Anastasia. Mas se não era ela, como se explica tantos conhecimentos que só poderiam ser de pessoas ligadas à familia Romanov ou dos próprios Romanovs? Enfim, é um mistério que talvez nunca será desvendado...


Ana Anderson(por volta de 1928) / Anastasia(por volta de 1917)