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Minúcias... perpassam ao tempo voando
desperta na luta infinita da vida...
É a vida em todo intenso
É uma gota d'água no tempo.
Adiante o silêncio, o recolhimento:
Primeira confissão, primeiro tremor...
Oh! Nuvens, vós que andais no espaço,
e que seguís a banda do sol posto
Oh! Nuvens, sacudí Minúcias no seu regaço...
Minúcias...
Ri de tudo que sofre e de todas as dores,
Torna-se indiferente a todos clamores...
É espalhado pelo continente
que se forma em nossa imaginação
Realidade, explicação...
Minúcias...
Deriva a frustração...
Fecundação do pensamento
Formiga incansável
Calor incomparável.
No mistério da noite silente
Pressinto seus passos
E erguendo meus braços
Não encontro você...
No sussuro das vagas cadentes
Suspiros ausentes
Parecem reter
Suspiros de amor
De um amor tão risonho
Amor só de sonhos
Que não posso esquecer
Mas o vento distante
Se fez sussurrante
Embalando a canção
Canção da saudade
Canção da bondade
Que meu coração num suspiro
Faz a tudo adormecer
A vida é redução
Na hipocondria da multidão
O bêbado vaga,
O suicida pula, se mata
Há gritos e murmúrios
Mulheres dão a vida
Ao novo mundo
Mundo que nos deixa cada dia mais
Inútil e indefeso
Mundo de alienação e preocupação
Ricos e pobre, negros e brancos
Somos os mortos vivos.
Raciocínio do século XX
Chegaremos ao final
Cambaleamos nos tortuosos caminhos
Com o mesmo destino
Transformando-os em Partícula
Em uma vã Partícula...
Surto, vítima, acusado...
No rompre do dia, já estava abandonado
Todos, muitos, fugiram,
Deixando-o ali, sem forças... caído.
Voze, gritos, zombarias...
Pareciam-lhe distante, em meio a sua agonia
Apenas um garoto, garoto pobre.
Menino vadio.
Foi abandonado, tudo lhe faltou.
Triste e humilhado...
Esquecido, esfarrapado, sem carinho...
Sozinho em meio a multidão
Menino que espera ansioso
que você... que alguém, lhe estenda a mão.
Silêncio...
Todos meditam
Todos se reformam
Todos silenciam
A cada dia que passa...
Silêncio...
Para conversar com Deus
Para observarmos os sorriso
As crianças, o canto dos pássaros
Para ouvir o que há de belo na Natureza.
Silêncio...
Todos querem entender
O sofrimento as pessoas
Sua alegria, sem bem-estar
Unir-se a estas pessoas
Mentalizar, uma corrente de amor
Silêncio...
Preciso o mundo entender
É necessário fazer silêncio...
Nós somos a vida
Nós somos o vazio
Nós somos a crença da geração
Vós sois a imaginação
Vós sois os costumes
Vós sois a filosofia
Vós sois os pensamentos
Vós sois as decisões
Eles são a História
Eles são a fúria
Eles são a razão
Eles são a ausência
Eles são a esperança
Nós somos a rigidez
Vós sois a ruína
Vós sois o perdão
Eles são a sufocação da vida
Eu sou Minúcias
Será que somos?
Caminhando vamos
Para a defesa em massa
Nas ruas... a coragem, o medo
lado a lado engolindo um ao outro
Seguimos nós sem temer a morte
Vamos, somos os primeiros
Sós, vamos nós
Na mente a esperança
Não podemos pensar em ninho
Para não deixar ninguém sozinho
Se um dia voltarmos ou não...
Ninho já não faremos
Ocuparam nosso lugar
Perderam a esperança... encontraram-na?
... Encontraram a esperança...
Fiquem com ela, mas nunca deixe de tê-la
Porque em toda vida
Surge pequena e grande esperança...
Cidade eleita, em templo erguida
De glória e cultura, sorridente... orgulhosa.
Linda e pequenina
Diante deste imenso rio, que te faz grandiosa
E de lá do Engenho Anhumas
Onde os matos se abraçavam
Qual pessoas apaixonadas
e os ramos uns aos outros se enlaçavam
Minha vida se fez surgir, aninhando-se àquela beleza
No branco da paz e no verde da esperança
Onde corações se abrem para a vida...
Dois braços se estiram, duas mãos se pegam...
De ti, bela cidade...
Simples são as recordaçoes
Mas grandiosa foi minha origem
em ti, em meio à tua imensidão.
Impelidas pelo vento úmido
As chuvas caem sem quere cessar
O azul pálido velando
As gramas de Massaranduba a crescer
Enquanto isso, raios de sol
começam no horizonte a declinar
na metafísica do abstrato rol
Esta impressão nos faz admirar...
Sob os mausoléus de pedra
Uma esverdeada crosta luminosa
vem surginho a noite, aparece a lua
Em aciologia sumiu-se o aspecto
Acabou-se o momento
Ficamos em êxtase...
Dormia-se suavemente
Se um dia alguém me perguntar
se meu viver são momento divinos
Meu semblante responderá mentindo
É um sonho somente, nada mais...
Se de minha vida alguém conheceu
e sabe de torturas infernais
quiser saber se minha mae morreu
Direi: "Eis todas as lembranças materiais"...
Mas não direi que tenho alma partida
Em dois pedaços já quase sem vida
cujos destinos foram desiguais
Que meu viver é de luta e sofrer
É quere de uma promessa
um dia fazer vibrar...
Meu sublime sonho, Nada mais.
Em cada momento
Temos palavras diferentes a dizer
Em cada ser Humano
Gestos diferentes a expor
Em cada rosto que passa pela multidão
Tenta-se um sorriso novo oferecer
Em cada criança que nasce
Um nome mais bonito a se escolher
Em cada novo ladrão ou assassino
Ódio ou perdão a lhe dar
Em cada criança que chora
Um cosolo a compartilhar
Em cada criança órfã
Algo para dividir ou negar
Mas será que teremos um novo mundo
Quando os seres mesquinhos destruirem este?
Para onde irão todos os seres?
Quando nosso planeta se partir ao meio...
Não temos mais gestos...
Não temos mais nada...
Espere o dia
Veja quanta beleza!
Sorria, converse, emocione-se!
Sinta o aroma das flores
Que nos oferece a mãe Natureza.
Esqueça das amarguras
Mentalize tudo de bom
Esqueça, a vergonha que alguém lhe provocou
Esqueça o que houve de negativo no passado
E seu sucesso será maior
A vida é jogo de sorte
Por isso lembre-se
Como será nosso viver?
Somos um a mais
Tentando sobreviver...
Vem uma onda, outra vem qual prata
A rugir e a rugir em toda a praia
E o mar sobe, o mar cresce, o mar se achata
Até que sobre a areia macia desmaia...
E logo após recua, foge da raia
Voltando sempre em fúria nata
E ao ruir o som
Um gemido de dor na terra desata
Qual seria a causa desta luta?
De sabor insano e eterno
Em que o sol, a chuva e mar se agita...
Viver é ter perseverança
Viver é ter no olhar um brilho de esperança
Viver é ter vontade de crescer
Viver é levantar-se depois de cada queda
Viver é sorrir depois de cada dor
Viver é perseguir um grande ideal
Viver é uma arte que aprende-se sem saber
Viver é saber encarar o poder e o dever
Para as mãos estendidas...
Viver é sentir um grande amor
Viver é nunca perder a coragem
Viver é manter a amizade com Deus
Viver é conservar o coração sempre em primavera
É a realidade que existe
É o encanto
De tudo que lhe encanta
Das lembranças dos momentos
Que a vida persiste
Felicidade...
É a graça de Deus
É dádiva do destino...
... É realimentar o entusiasmo
O sorriso, a esperança, a alegria
Felicidade!
É tudo que se transforma
É uma tempestade, um vulcão
Que de repente explode
Transborda e invade o coração
Na maior alegria do momento
em que feliz a gente julga estar
Surge lá no íntimo um tormento
Uma vontade imensa de chorar
Não é bem um sofrimento
É uma dor que nos machuca sem molestar
Um nome que nos vem nos lábios
E a alma fica em surdina a soletrar
Para fingir ao seu poder ingente
A gente ri, a gente canta, a gente mente
Num esforço vão...
Mas... de que vale essa ilusão
Se a gente põe a máscara na face
Mas não a pode por no coração..
Tantos sonhos e quimeras,
tanta coisa bonita vi surgir...
Príncipes e castelos, paisagens raras
perpassaram por mim a rir.
Entao sorri para essas meras ilusões
que eram todo meu porvir
Em vez do que sonhei, foram feras e feras
que na realidade começaram a vir...
Eu fora tão longe em minha escada
E foi simples, bem simples esta escalada
Que tirou-me desta ilusão
Agora que tão alto eu subira
A realidade subia impulsivamente
E em gargalhadas me arremessava ao chão.
Fico a recordar
E a recordar partindo levo
Em mim o pranto a trepidar
Das casas que vão ficando
Das serras que vou deixando
Levo recordações e sigo sem saber
Se um dia vou voltar...
O vendaval que açoita as matas
O sino e tudo enfim num louco gargalhar
Parecem sentir todo esplendor
Parecem saber da tristeza que sinto
Por ter que os deixar
E na apoteose a saudade se expande
Súbito... Dias felizes de Tapera...
Junto ao rútilo luar luminoso
Maravilhoso lar da natureza
Região Majestosa
A ti dedico todos os meus desejos...
Pássaros sem destino
Voam... livres sem caminho...
Bebendo, do orvalho das árvores
Comendo, das sementes das plantas...
Seus lares... nos ares...
O coração sem iniquidade
Almas merecedoras
Da natureza sem restrições
Vêm os caçadores... vao os passáros...
Vêm as gaiolas... lá se vai a liberdade
Vem o ódio, a fome, as mãos impiedosas
de homems-aves de rapina, da Humanidade doente
Acambram-se os pássaros...
Pássaros que o destino levou
Lembranças só existem
De pássaros, de canto, de seus manifestos.
Simplicidade, simplicidade
Por que não ser como a Natureza?
Sem fim, e ter simplicidade assim.
Rosas vermelhas
Rio cheio de graça
Abelhas, mel
Espaço que vem lá longe
Busca-o sem saber porquê
Simplicidade... simplicidade...
Feliz aquele que pode ser
Como o aroma das flores
Simples, mas simples sem o saber.
Coração algema divina
O mais doce das paixões
Uma prisão pequenina
Que encerrar nossas emoções
Modesta jóia em verdade
Porém a expressão do amor
Com muita afeição te vejo coração
Venho com prazer ofertando
meu coração; o teu gardarei comigo
gosto de sentir e viver lembrando
O que dedico ao tempo contigo
Tem teu riso de graça e bondade
E de mim única lembrança
Dom momentos que sentir mais saudades
Um consolo e única esperança.
Silêncio em tudo... A noite fria e calma
Enche de horror a própria solidão
há um grande vazio no coração
No céu estrelar a cintilar
A brisa arrastando folhas no chão
No caminho a beleza e a magia
Cirros agudos de cigarros numa canção
E no silêncio obscuro
Pergunto à noite
Da longa brisa que arrasta as flores
Que não arraste meus sonhos, meus pensamentos.
Noite de inverno
Fechai as portas à ventania
que ouves lá fora, que de lá vem feroz
Que noites escuras!
Compridas e leves...
Inquiro as sombras, o barulho
E ouço de quando em quando
Um choro trêmulo
como um soluço...
Como é pungente pensar
Que pobres crianças nuas
Correm nesta noite ruas e ruas
ou estão em suas moradas
choramingando e sem ter do que se alimentar
Ah! se pudessemos dar agasalhos e comidas
A todas elas...
Crianças se assutam... o frio corta...
Silêncio... Quero as janelas bem fechadas
quero as crianças bem deitadas...
Irei debruçar-me na janela
Calma de teus olhos.
E olhar através do Universo
Feito só de ti.
No jardim da vida, da tua vida
quero colher uma flor,
toda orvalhada, cor de amor.
Pela madrugada da paz
No sorriso que ilumina teu rosto
irei refletir o meu
Segurarei tua mão
Para que nunca nos separemos
para que se misturem os meus
aos teus sentimentos
Deus te trouxe até mim
Dentro de um envelope
que o tempo e o vento
se encarregaram de transportar
Talvez seja eu o teu complemento
E tu, meu largo horizonte.
E meus poemas e versos
são completos de teu tudo
E teu mundo, porque
Me constituo de tua luz
Tua paz e teu amor.
Este desejo ardente, esta ansiedade
Que arrebata minha alma noite e dia
Dá-me prazer, gosto de felicidade
Causando-me ainda grande agonia.
O coração palpita de saudades
sonho com teus carinhos que me extasiam
Não sei se é mentira ou verdade
Se real ou fantasia
O que sinto... afinal como dizer?...
É nesta tua ausência que me firmo
Um sonho que vence todo meu ser.
Um desejo fortíssimo... profundo...
Uma vontade imensa de te ver
Num recanto tranquilo
Onde juntos poderemos viver.
Eu te amo muito, muito, imensamente
Eu amo a tua voz, eu amo o teu olhar,
As tuas grossas mãos, a tua boca ardente
Onde mil almas podem, rindo se aninhar.
Quero-te assim numa paixão terna e quente
Sem frágeis ilusões que possam desfolhar
Sem a meiga promessa, ave azul que nos mente
Sem o medo que alguém venha nos separar.
Eu te amo assim, sem pranto
Se na tua ausência com saudade e lembrança
Dos momentos de amor de tu perto de mim.
É tua a minha inspiração, este canto afetivo
Não importa o passado, eu do presente vivo
E enquanto houver o presente, eu te amarei assim meu amor.
Um perfume cruel de despedida
Paira de leve em cada coração
Uma lágrima estranha, a da partida
Partimos nós, outro virao...
Foste a origem de um ser
Nem a todos da terra
Este dom é bem querer
É a Deus bem dizer.
Mãe
Nome pequenino
Tao grande quanto o destino
Sem ti a vida é destino.
É o sentimento mais profundo
No jardim interior
Onde guardo uma lembrança
Desta ausência que me traz tanta dor
Partiste... e depois
Ao relembrar velhos tempos
Em que tudo na vida era um porquê
Direi com alegria
Que fui pedacinho de você
Infância pobre mais linda
Tao linda que mesmo longe
Continua em mim ainda
Sempre eterna
Sempre cheia de ilusão e sorrisos
Iluminada pelo sol da esperança
Sol que aparece pleno de esplendor
Vida alegre e sossegada
Como a dos migos pássaros cantores
A tudo traz bonança abençoada...
Fase bendita de ilusoes e sonhos
Na qual existe semper um sorriso...
O encanto pereno que a alma bendiz
são momentos emocionantes
Momentos de encanto
É sonho... é poesia
É lembrança que não morre jamais.
Minha filha... primeira vibração
Noite por noite ao recolher-me então
Eu mentalizo forças que prosperarão
Frase por frase e minha voz não cansa
De repetir a minha forte expressão
Fico assim na minha imaginação
A desejar-te mil sonhos...
És continuação e foste espera
Foste lenda e sonho
Depois corpo, voz, palavra e gestos
História simples:
Deus te concebeu
Bela e inteligente, tendo como presente
Duas mãos num afago...
No calor de uma noite calma,
linda lua, doce claridade
que embriaga o coração.
Insetos a gritar...
Bichos famintos soltam gemidos
As rãs coaxando à beira do valado
E eu, na ânsia com cuidado...
Era agonia
Lá fora... Nostalgia...
Quando a noite deixa em tudo
um fresco aroma
Nesse ambiente de amor
lágrimas, riso, sofrimento, dor...
Um choro de criança...
Nasce meu primeiro filho homem
Lindo que Deus enviou...
Teu nome, Kiev
Tem qualquer coisa que afaga
Como uma lua macia
Brilhando ao som de uma vaga
Parece o mar que muralha
Calmo numa praia.
Tem a palidez que irradia
A estrela quando desmaia
É um doce nome de filho
É um belo nome amado.
Lembra uma grande cidade
Surgindo de madrugada
És inteligente e simples
Tens o destino feliz
És história encantada de um povo
É algo por demais lindo
Teu nome que escolhi, Kiev.
Lua errante
Vagando
Mar que cresce
Mortos que sobem
Lá nos confins do mar.
Campina deserta
Rios...
Tristeza... Tristeza...
Sinos que soam
Por alguém que se foi...
Mugidos de boi
Inverno,
Noite, violino que toca
Nós distantes
Sem trocarmos carinho
Tristeza... Tristeza...
Crianças famintas
Pessoas enfermas
Ancioes desabrigados
Tristeza... Tristeza...
Prostituição
Homossexual
Desempregado
Lar desajustado...
Tristeza... Tristeza
Lírio
Pureza do céu
Fala de meninice
Sol dourado
Desabrochar de uma flor
Branco, neve, paz...
Dia de festa
Quando os lírios florescem
Fresco lírio
Menina encantada
Com brilho de pureza
Três cálices de límpido cristal
Em frente flutuavam
Atrás se ouvia
Cantos, murmúrios, suspiros...
Era manhã dos Lírios.
Obra prima de Deus
Células
Terra... Mar
Redução
Pó
Coração... Mecanismo maravilhoso
Amontoados de maravilhas
Mistérios dentro de nós.
Estrutura
Sopro
Reflexo... Consciência...
Na fronte, a luz de teu semblante
Em sua totalidade
Toda a beleza da arquitetura Divina.
Ternura imensa
Luz que ilumina o escuro
Paraíso invisível
Desejo... ambição
Sonho, riso, beijos...
Amor tem olheiras...
Depois...
Dores sem remédio
Palavra singular
Viola que geme
Voz triste que canta
Depois...
Tédio... pranto...
Ecos que agonizam
Depois... é nada.