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A Destruição da camada de Ozônio



Na rarefeita estratosfera, na faixa dos 25 mil metros, logo acima da altitude do cruzeiro dos aviões supersônicos, paira ao redor da Terra uma Tênue camada de um gás muito importante no equilíbrio ecológico do planeta : o Ozônio.

A quantidade deste gás é ínfima se considerarmos a composição de toda a atmosfera, e o tempo de vida de suas moléculas, em constante processo de formação e dissociação, extremamente curto.

Paradoxalmente, é nessa existência efêmera que reside o papel fundamental do ozônio na manutenção da vida

Lá, a molécula de oxigênio atmosférico mais abundante, O2 , absorve uma parte das radiações ultravioleta, UV, proveniente do sol, e se quebra em dois átomos livres, O, que imediatamente se reagrupam com moléculas O2 para formar ozônio, O3 . A instável molécula de ozônio, por sua vez, absorve outra parte das radiações UV e se quebra novamente em O2 e O, reiniciando o ciclo. Nessas reações, a chamada Camada de Ozônio absorve a maior porção daquela faixa de invisíveis radiações, evitando assim que atinjam os seres vivos que habitam a superfícies. Assim como o Efeito Estufa, também este é um fenômeno atmosférico natural, apropriado à sobrevivência das atuais formas de vida que, de outro modo só seria possível debaixo das rochas e em águas profundas. Os seres vivos se encontram estreitamente condicionados a uma filtragem permanente daquela faixa de radiação solar.

Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de algumas substâncias químicas voláteis que, ao chegares na estratosfera, perturbam o frágil equilíbrio de sua composição. Pela interferência dessas substâncias, as reações normais do ciclo do oxigênio na camada de ozônio vêm sendo gradativamente reduzidas, resultando em um perigoso aumento dos níveis de radiação UV sobre a superfície. Por razões climatológicas peculiares ao Polo Sul, a redução tem sido mais drástica sobre o continente antártico ( o buraco de ozônio), mas atinge quase todo o planeta.

As principais substâncias que promovem a destruição da camada de ozônio são produtos sintéticos fabricados pela indústria química e denominados "clorofluorcarbonetos", CFC. O leque de aplicações é bastante amplo, indo desde atividades essenciais, como conservação de alimentos em geladeiras e frigoríficos, até futilidades descartáveis como bandejas de isopor em embalagens de alimentos vendidos em supermercados.

Nos frigoríficos, freezers, geladeiras, e frigobares, o CFC é o "gás de geladeira" (FREON ou FRIGEN) e sua função é absorver o calor na placa do congelador ( onde se forma gelo) e liberá-lo pelo radiador atrás, do lado de fora do aparelho. Nos ar-condicionados de parede, centrais e de automóveis, o princípio de funcionamento é o mesmo, e é o CFC, também o agente que promove a troca de calor. Quando bem fabricados e corretamente utilizados, estes aparelhos mantém o gás em circuito fechado, não havendo vazamento para a atmosfera. Quando vão para conserto ou são sucateados, a tubulação é aberta, o gás escapa, e sobe até atingir a camada de ozônio. A destruição que lá ocorre é muito grande. Cada molécula de CFC destrói centenas de milhares de moléculas de ozônio, até ser neutralizada, entre 75 e 110 anos mais tarde. Nos ar-condicionados de carros , sujeitos a condições adversas, as ocasiões em que ocorre a liberação de CFC são ainda mias freqüentes pois, além dos casos de colisões, há vazamento contínuo de gás pelas mangueiras e conexões.

CFCs são adicionados sob pressão a embalagens em lata, conhecidas tanto pelo nome "spray", quanto de "aerossol", para expelir ininterruptamente o seu conteúdo enquanto se mantém apertado o botão existente no topo. O CFC escapa junto com o produto cada vez que o spray é usado. A apresentação em spray tornou-se muito comum em produtos de uso pessoal, doméstico, inseticidas e outros, difundida muito além dos casos em que seu emprego possa ser considerado necessário, como em certos medicamentos para uso humano e veterinário.

Desde novembro de 1989 está proibida no Brasil a venda de sprays que contenham CFCs e, desde então, é comum encontrar nas embalagens em selo padrão em que os fabricantes afirmam que seus produtos não agridem a camada de ozônio. Mas não se pode constatar que a produção industrial de CFCs para este fim tenha diminuído, não se tem notícia de fiscalização e análise de conteúdo dos sprays, e é surpreendente que todos os produtos que até bem pouco tempo continham CFC tenham se adaptado à troca deste produto por outro propelente em suas fórmulas, sem modificações perceptíveis em suas características usuais. Ao contrário dos CFCs, outras substâncias propelentes tendem a reagir com o produto dentro da lata, alterando-o Algumas são tóxicas e inflamáveis. Portanto, é difícil substituir o CFC em todas as aplicações.

Outra fonte de liberação de CFCs na atmosfera são as espumas sintéticas flexíveis utilizadas em estofamentos de carros, poltronas, colchões, tapetes é isolamento térmico de paredes de refrigeradores, e as espumas sintéticas rígidas (geralmente brancas, como isopor) largamente empregadas em isolamento térmico na construção civil, em embalagens de equipamentos eletrônicos, bandejas, pratos e copos descartáveis, caixa de ovos e embalagens de comida pronta para levar. O CFC escapa durante a confecção destes produtos, quando é adicionado para conferi-lhes a consistência e porosidade características, e depois, quando vão para o lixo e começam a fragmentar-se.

Outras substâncias semelhantes aos CFCs também contribuem para a destruição da camada de ozônio. Entre as principais estão o tetracloreto de carbono e o metilcloroformio, usados como solventes em lavagens a seco e no ramo farmacêutico, e os "halons", usados em alguns extintores de incêndio, que contêm bromo e são dez vezes mais destruidores de ozônio do que os CFCs.

O aumento da incidência de radiação U.V. aumentaria a taxa de mutações nos seres vivos, atingindo especialmente o fitoplâncton. Para o homem, haveria aumento do índice de câncer (especialmente de pele) e de cataratas.


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