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A vida Secreta de jesus

A cena é conhecida: a criança nasce na família e no local profetizados séculos antes e uma estrela (?) se desloca para indicar em que parte do mundo uma virgem deu á luz o Filho de Deus, o Messias (Mashiah). Aos doze anos, o menino Jesus discute a Lei de seu povo - os judeus - com os sábios do Templo.-

Corte brusco.-

O personagem reaparece com trinta anos de idade, sendo batizado e iniciando a fase de pregação. Seus ensinamentos reafirmam a doutrina mosaica, mas incluem preceitos revolucionários, como o perdão aos inimigos. E faz milagres: transforma água em vinho, multiplica alimentos, levita, transfigura-se, conversa com espíritos, cura doentes. Afinal, ressuscita a si próprio, antes de ascender ao céu.-

Entre uma imagem e outra, o que aconteceu no tempo que passou? Os quatro narradores "oficiais" dessa historia (Matheus, Marcos, Lucas e João) se contradizem, talvez por a Bíblia ter sido escrita muito depois dos eventos, com base em textos antigos e na tradição oral.-

Em cima das contradições e omissões, formularam-se hipóteses a respeito da vida secreta de Jesus. Algumas delas foram, em parte, confirmadas por outras fontes, como o manuscrito do Mar Morto, descobertos em 1947.-

Pode-se então especular sobre o aprendizado de Jesus (que na certa nao se deu na casa do carpinteiro José e da jovem Maria), sua vida dos treze aos trinta anos, o caráter parapsicológico dos milagres, a morte na cruz, a sobrevivência ao martírio e até suas ligações conjugais.-

 

Essênios, fariseus e saduceus constituíam as seitas em que se dividia o judaísmo na época de Jesus. Os primeiros distinguiam-se dos demais por conservarem as tradições e o sistema de vida dos profetas. Tinham dois núcleos principais: um no Egito, á margem do lago Maoris, e outro na Palestina, em Engaddi, ao lado do Mar Morto. Sua missão era curar doenças do corpo e da alma - o nome "Essênio" provem do termo sírio asaya, que significa terapeuta.-

Conforme espiritualistas de diversas correntes, Jesus, se nao foi essênio, pelo menos manteve contato com eles. O teósofo francês Édouard Schuré (1841-1929) afirma que Maria, mãe de Jesus, era essênia e destinara seu filho, antes do nascimento, a uma missão profética. Seria por isso chamado nazareno ou nazarita, como os outros meninos consagrados a Deus.-

Harvey Spencer Lewis, dirigente máximo da Ordem Rosa-cruz das Américas do Norte, Central e do Sul, nas primeiras décadas do século XX, também afirma a origem essênia de Jesus. Segundo ele, Maria e José eram gentios (habitantes da Galiléia considerados "estrangeiros" pelos palestinos e, portanto, "não-judeus"), pertencentes á Fraternidade Essênia, embora formalmente ligados á fé mosaica, de acordo com as leis locais.-

A descoberta, em 1947, de antigos manuscritos em grutas próximas ao Mar Morto - os "rolos do Mar Morto" - reforçou essas hipóteses, mostrando com mais clareza o enraizamento da Igreja Cristã primitiva na Fraternidade Essênia.-

No inicio dos anos 50, o arqueólogo inglês G. Lankester Harding, diretor do Departamento Jordaniano de Antiguidades, publicou um informe sobre o conteúdo dos seiscentos manuscritos e milhares de fragmentos encontrados no Mar Morto. Diz ele que "a revelação mais espantosa contida nos documentos essênios até agora publicados é que a seita possuía, anos antes de Cristo, terminologia e prática que sempre foram consideradas especificamente cristãs. Os essênios praticavam o batismo e compartilhavam uma ceia litúrgica, de pão e vinho, presidida por um sacerdote. Muitas frases, símbolos e preceitos semelhantes aos encontrados na literatura essênia estão no Novo Testamento, particularmente no Evangelho de João e nas epístolas de Paulo. É significativo que o Novo Testamento nao mencione uma única vez os essênios, embora lance freqüentes ataques a outras seitas importantes, a dos saduceus e a dos fariseus".-

As evidencias não param aí. E, em função delas, muitos estudiosos concluíram que a Igreja prefere não as considerar, porque as doutrinas que desenvolveu nao coadunam com o esoterismo dos essênios e, sobretudo, com suas crenças na reencarnação.-

 

A ligação de Jesus com os essênios constitui a chave para a compreensão do mistério que envolve sua vida dos treze aos trinta anos.-

Segundo ensinamentos esotéricos, nesse período o jovem essênio foi preparado para se tornar o habitáculo humano do Cristo, do Mashiah esperado não só pelos iniciados do mundo inteiro, mas por todos os israelitas. Inconformados com a vassalagem á Roma, os eleitos de Deus confiavam na vinda do Salvador.-

A preparação de Jesus incluiu o estudo profundo das antigas religiões e das diversas seitas que influenciaram o desenvolvimento da civilização. Sua primeira e distante escola teria sido a Índia. Do monte Carmelo, na Palestina, onde se recolhera com os essênios, dirigiu-se com dois magos até Jaganate - atual Puri -, localidade que por séculos fora centro do budismo. Ali permaneceu por um ano, entre os mais sábios instrutores da doutrina do Buda.-

Ao deixar Jaganate, Jesus visitou o vale do Ganges, parando por vários meses em Benares, onde começou a se interessar pelos métodos terapêuticos hindus. Recebeu orientação de Udraka, considerado o maior de todos os curadores. Em seguida, percorreu diversas regiões indianas, tomando contato com a arte, as leis e a cultura de seus povos. Retornou a Jaganate para uma permanência de mais dois anos. Seu progresso foi tão notável que recebeu a incumbência de instruir, por meio de parábolas, os habitantes da pequena cidade de Katak.-

Ao completar seus estudos na Índia, Jesus viajou para Lhasa, no Tibet, entrando em contato com Meng-Tsé, reputado com o maior de todos os sábios budistas. Dirigiu-se em seguida para Persépolis, na Pérsia (atual Irã), onde viviam os magos mais eruditos do país - conhecidos como Hor, Lun e Mer. Um deles, já bem velho, estivera na Judéia por ocasião do nascimento de Jesus, levando-lhe presentes do mosteiro persa. Sábios do país inteiro acorreram para trocar conhecimentos com o essênio. Foi nesse ponto da viagem que os poderes terapêuticos de Jesus se manifestaram.-

Depois de um ano na Pérsia, ele e seus guias seguiram para a região do rio Eufrates, onde confabularam com os maiores sábios da Assíria. Já então o jovem Jesus se revelara um intérprete privilegiado das Leis Espirituais. Com seus aperfeiçoados poderes e métodos de cura, atraiu multidões nas aldeias da Caldéia e das regiões situadas entre os rios Tigre e Eufrates.-

Em direção ao Ocidente, Jesus atravessou a Babilônia, tomando conhecimento das provações sofridas pelas antigas tribos de Israel, quando levadas para o cativeiro. Esteve alguns meses na Grécia, sob o cuidado pessoal de Apolônio de Tyana, filósofo influenciado pela religião egípcia que o colocou em contato com pensadores atenienses e escritos antigos da cultura grega. Depois o nazarita cruzou o Mediterrâneo e chegou a Alexandria, para uma curta permanência. Visitou antigos santuários e conversou com mensageiros especiais que o aguardavam.-

Agora Jesus se iniciara nos mistérios da Grande Fraternidade Branca, em Heliópolis. Essa organização, fundada por ancestrais de Amenóphis IV, faraó do Egito, tivera desde sua origem a missão de congregar as pessoas mais sábias do país para discutir, analisar e preservar o Grande Conhecimento. Nos dez séculos anteriores ao Cristo, ramos da Grande Fraternidade Branca estabeleceram-se com denominações diversas em várias partes do mundo - e um deles eram os essênios.-

Na etapa propriamente iniciática de sua preparação, Jesus passou por todas as provas que lhe conferiam o título de Mestre. Os últimos estágios transcorreram nas câmaras secretas da Grande Pirâmide, hoje conhecida como pirâmide de Quéops. Ali se realizou a primeira das ceias do Senhor. Após essa festa simbólica, de todos os pontos do Egito partiram mensageiros para proclamar a vinda do Salvador e anunciar o inicio da sua missão.-

De volta á Palestina, Jesus foi batizado por João. Nesse momento, o Espírito Santo desceu sobre ele, criando um novo ser, o Cristo.-