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Ambientalista dá lições sobre como liderar no mundo
corporativo
Por Mário
Grangeia
Rio de Janeiro
(Portal EXAME) - O ambientalista inglês Robert Swan foi o primeiro
homem a caminhar até os pólos Norte e Sul. Neste mês, ele está de
volta à Antártida com um grupo de funcionários da Coca-Cola e de
técnicos para estudar o que fazer com o lixo no continente. Além de
desenvolver projetos como esse, Swan dá palestras sobre liderança e
trabalho em equipe em empresas como Ford, Compaq e ABN Amro. Após
recente palestra na Coca-Cola do Brasil, ele falou a EXAME sobre
idéias que traz de suas expedições para o mundo corporativo:
Você em
primeiro lugar: “A principal lição que aprendi nos pólos é que
você precisa tentar ser um líder de si mesmo antes de pensar nos
outros. Na hora de lidar com reclamações, missões ou metas de
lucros, é bom já ter dado atenção às suas próprias necessidades para
ser capaz de inspirar as pessoas depois. Todos pensam em equipes e
estruturas, mas tudo começa com você. É uma lição da sobrevivência:
se você não tomar conta de si primeiro e ficar machucado, não poderá
cuidar dos outros. É como quando se viaja de avião e a máscara de
oxigênio cai. O que é dito? ‘Ponha a máscara em você e depois cuide
das outras pessoas’.”
Alternância
de líderes: “Quando fui até o pólo sul, o líder do nosso trio
mudava a cada duas horas. Cabia a ele decidir o caminho para não
pisarmos em rachaduras no gelo. Os outros nunca discutiam a decisão
dele para não retardar a caminhada. Mas o líder não pode cuidar de
cada parte do negócio. Quando viajo, minha tarefa é arrecadar o
dinheiro e formar uma equipe. Mas não serei o capitão do navio que
vai para a Antártida. Para isso, chamei um russo. Não tento fazer de
tudo por ser o líder. Na minha opinião, um bom líder precisa liderar
quando necessário, mas deve deixar os outros liderarem quando for a
hora deles. Creio que, nas empresas, o líder deve ter confiança para
não liderar sempre. É inspirador que os chefes mudem.”
Não basta ser
um apaixonado: “Há uma grande diferença entre os funcionários
apaixonados e os inspiradores, que são os que mais ajudam uma
empresa. Os apaixonados são ótimos, mas muitas vezes não cativam por
não saber como comunicar sua mensagem nem como se integrar aos
outros. É ótimo ser apaixonado pelo que se faz, mas a paixão pode
desligar as pessoas, que não param para pensar. Já os inspiradores
são também apaixonados, mas capazes de dizer algo sem pressionar o
outro. Para se tornar inspirador, você deve ver que tudo começa com
você mesmo e precisa de uma equipe inspirada. Um apaixonado avança
sozinho, enquanto o inspirador forma uma equipe para trocar idéias
com ela sobre qual é a visão clara dos desafios. Muitos apaixonados
não têm uma visão clara. Têm paixão pelo que fazem, o que é ótimo,
mas não leva a lugar algum.”
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