O mundo em perigo: Corrida Armamentista e Espacial
A guerra da propaganda ganhou ainda mais impulso com o acirramento da corrida armamentista, nos anos 50. A corrida teve início com a explosão das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Quatro anos depois, em 49, foi a vez de a União Soviética anunciar a conquista da tecnologia nuclear.
Foi o mesmo ano da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN. A resposta viria em 1955, quando a União Soviética construiu sua própria aliança, o Pacto de Varsóvia. As superpotências passaram a acumular um poder nuclear capaz de aniquilar o planeta em instantes.
Gagarin: primeiro homem no espaço
Um componente fundamental da corrida armamentista foi a disputa pelo espaço. Em 1957, os soviéticos colocaram em órbita da Terra o primeiro satélite construído pelo homem, o Sputnik-1. Em 61, os soviéticos fariam uma nova demonstração de avanço tecnológico: lançaram o foguete Vostok, a primeira nave espacial pilotada por um ser humano. O jovem cosmonauta Yuri Gagarin viajou durante cerca de 90 minutos em órbita da Terra, a uma altura média de 320 quilômetros.
Os Estados Unidos reagiram. Num histórico discurso em maio de 61, o presidente John Kennedy prometeu que, em menos de 10 anos, um astronauta norte-americano pisaria o solo da Lua. Toda a estrutura tecnológica e científica foi direcionada para o programa espacial. Cumprir a promessa de Kennedy era mais do que um desafio científico: era um compromisso político.
Neil Armstrong: o primeiro homem a pisar na lua
Em 20 de julho de 1969, o grande momento: o astronauta Neil Armstrong, comandante da missão Apollo-11, e o piloto Edwin Aldrin pisam o solo lunar. A conquista norte-americana foi transmitida ao vivo pela TV, e acompanhada por mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo.
É claro que a corrida espacial tinha também, desde o começo, um significado militar. Se um foguete podia levar ao espaço uma cadelinha como a Laika, sem dúvida poderia transportar equipamentos bem menos inofensivos, como ogivas nucleares. A combinação da tecnologia nuclear com as conquistas espaciais colocou o mundo na era dos mísseis balísticos intercontinentais. Um míssil disparado em Washington, por exemplo, poderia atingir Moscou em cheio em apenas 20 minutos.
O aperfeiçoamento constante das armas acentuou a corrida armamentista. A conquista sistemática de novas tecnologias, nos dois blocos, incentivou o desenvolvimento de um ofício milenar: a espionagem.