E
AGORA?
Parece
uma pergunta banal, sem grande sentido mas assume uma grande importância
quando está em causa um bebé de quatro meses ou uma criança ainda pequena
que pela primeira vez tem de ser deixado pela sua mãe.
Nem
sempre a preocupação sentida pelos pais neste momento é boa conselheira na
escolha da melhor solução para o problema. Os medos e as histórias que
todos os dias ouvem dão um peso enorme e muitas vezes prejudicial a uma decisão
que deve ser tomada com calma.
Quando
as avós, por algum motivo, não podem cumprir o papel de amas, o tormento
aumenta e entre hipóteses mais ou menos viáveis a dúvida fica resumida a
outra pergunta crucial: infantário ou ama?
Os
amigos, os vizinhos, os familiares,...todos procuram ajudar na complicada
tarefa. Fazem-se listas, visitam-se lugares, perguntam-se preços,
averiguam-se condições e facilidades na tentativa única de escolher o
melhor. A fase é a mais importante no desenvolvimento da criança e todo o
esforço é necessário para tentar fazer a melhor opção.
Comecemos
pelas vantagens na escolha de uma
ama.
Desde
os bairros ricos aos bairros mais pobres, perto do local de emprego ou ao
virar da esquina mesmo à porta de casa, não há quem não conheça uma ama.
Actualmente
esta profissão é desempenhada por mulheres reformadas ou desempregadas que
procuram aliar o gosto por crianças a um rendimento mais condigno com as
dificuldades financeiras vividas. A sua experiência como mães e, ás vezes
avós, deu-lhes as qualificações necessárias, tudo o que sabem da vida foi
ela que lhes ensinou. Algumas mal escrevem o nome e outras nada sabem de ciências
ou de história, são pessoas simples que fizeram do gosto por crianças a sua
forma de viver.
Poucas
são as amas que conhecem o conceito de pedagogia ou alguma vez ouviram falar
de Maria Montessori ou Pestallozzi. Surpreendentemente põem em prática as
mais avançadas técnicas para desinibirem as crianças mais tímidas,
encorajarem a autonomia e o gosto
pela natureza com o seu modo materno e prático de encarar a vida.
Com
os devidos cuidados na escolha (não se esqueça de pedir referências), esta
é sem dúvida a decisão mais económica e que proporcionará um ambiente
familiar tão necessário nos dias que correm.
Entre
outros pontos importantes na escolha da melhor ama para o vosso filho devem
considerar a higiene da casa (a maioria das amas trabalha na sua própria
casa), não se esqueçam de reparar na reacção do vosso rebento ao primeiro
contacto nem na vossa primeira impressão da senhora. Todos estes pontos devem
preocupar os pais e ser motivo para procurar melhor caso não satisfação
integralmente. As amas trabalham sem qualquer vigilância, o que hoje em dia
pode ser perigoso, para os pais mais preocupados a Santa Casa da Misericórdia
tem um serviço de amas que têm formação contínua e que são
periodicamente vigiadas (o preço é de acordo com os rendimentos).
Apesar
das amas serem uma boa opção, a creche ou jardim de infância apresentam
outras vantagens que devem ser tidas em conta no momento da escolha.
Em
Portugal, e segundo as fontes analisadas, esta opção é a última da lista.
Os pais sentem que ao deixar o filho numa instituição ele será mais um no
meio de uma multidão de outros. Cuidarão bem dele?
Hoje
em dia já existem boas instituições que reúnem todas as condições necessárias
a um bom infantário ou creche, o preço nem sempre é muito convidativo mas
é sem dúvida uma hipótese a ter em conta.
As
crianças precisam cada vez mais de brincar e interagir umas com as outras,
estarem fechadas em casa todo o dia impede-as de terem um desenvolvimento mais
rápido e homogéneo a todos os níveis.
Não
podemos dizer que exista uma escolha ideal, mas talvez seja boa ideia pedir um
conselho ao seu pediatra. Cada criança tem necessidades próprias que nem
sempre os pais conhecem, não tenham vergonha de se preocuparem com o que é
melhor para o vosso filho.
Se em qualquer dos casos se arrependerem da escolha podem sempre considerar mudar, o mais importante é o vosso filho sentir-se bem durante a fase mais importante do seu desenvolvimento.
Cristina
Santos
BIBLIOGRAFIA: “ Quem toma conta do bebé?” por Gabriela Araújo in Revista “Pais & Filhos” de Março 2001, pág.62 a 65