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Pais e educadores

 

E se descobrirem como reagimos?

Pode acontecer que não tenha agido com firmeza, e o seu filho utilize, por sistema, a chantagem de chorar ou fazer birras...

    Todavia, pode intervir com facilidade; os especialistas em educação infantil advertem que o complicado é mudar rasgos de personalidade já interiorizados, em idades avançadas. Nestes casos, pode necessitar-se da ajuda externa de um psicólogo que dê conselhos os pais e estabeleça uns limites para a criança.

A psicóloga Mayoral resume os principais pontos que se devem seguir para corrigir condutas adquiridas:

· O primeiro passo têm os pais que o dar; para isso é necessário que aprendam a dizer não e a mantê-lo.

· Torna-se necessário estabelecer um plano conjunto com a família que tenha contactos constantes com a criança (avós, tios; inclusivamente a ama). Têm de responsabilizar-se todos.

· Deve explicar que a sua atitude vai mudar. Não deve levar em conta as condutas da criança: gritos, choros, pontapés... Não ligue se se comportar deste modo.

· Tem de lhe ensinar que pedir não é mau, mas que existem formas adequadas para o fazer. Também não queira formar crianças coibidas.

· Deve aprender a esforçar-se para conseguir ser premiado.

· Tem de ensiná-los a dominar os seus desejos. Isto é fundamental para formar adultos felizes.

· As crianças têm de receber uma educação constante e equilibrada na unidade familiar.

É importante fixar-lhes limites

Quando os pais consentem tudo ao seu filho, a criança assimila que poderá fazer tudo o que quer. A psicóloga Rócio Mayoral explica as consequências:

· Converte-se no rei da casa; vai crescendo e ninguém lhe ensina a admitir um não. Pode chegar a ser um verdadeiro tirano com os que o rodeiam.

· Tem todas as probabilidades, para ter dificuldades de integração em qualquer grupo.

· Se ninguém intervém e ninguém o ajuda a mudar a sua conduta, vai converter-se num adulto pouco tolerante às frustrações. Isto será um forte motivo de insatisfação e infelicidade.

· Tem rasgos de histeria na sua personalidade, com chamadas de atenção desproporcionadas; não aprendeu a pedir o que deseja pelos meios normais.

· Também é difícil desprender-se das suas necessidades para atender aos outros.

· É fácil não chegar a casos extremos; só tem de estabelecer limites bem claros, muito embora, com carinho.

Em que pode equivocar-se?

· Os pais comentam que passar da teoria à prática é mais difícil do que o que se pode imaginar. Dispor de uma boa informação que lhe tire as dúvidas é uma ajuda excelente. Quais são os erros em que caí com maior frequência?

· Medo de que a criança pense que são uns maus pais. Os pais bons, acabam por ser maus, porque não ensinaram aos seus filhos a lutar pela vida. Alcançar uma meta, requer sempre esforços.

· Falta de paciência. «Consoante se cale, dou-lhe o que quiser». Resistir à sua insistência é básico.

· Sentimentos de culpa. Às vezes, tenta-se compensar uma suposta falta de dedicação concedendo-lhe tudo quanto deseja.

· Medo de que a criança sofra. Pode compensá-la por outra via mais importante: o seu carinho.

Não precisa de ser violento!

Negociar com o outro não é ser cobarde

Claro que isto não quer dizer que tenhamos de ensiná-los a aguentar-se ou a dar a outra face. Mas têm de aprender que muitas vezes os conflitos podem solucionar-se por via pacífica: dialogando, mostrando-se amistosos, tentando convencer o outro, por exemplo. Os bons negociantes sabem colocar a seu favor as situações adversas e começam a treinar-se desde muito pequeninos. A diferença entre o adulto que numa discussão de trânsito se envolve à pancada e o que é capaz de encontrar uma solução amistosa, começou a acentuar-se nos seus comportamentos de criança e nos modelos recebidos dos seus pais.

Também é verdade que existem algumas situações - felizmente poucas - nas quais só é possível brigar ou retirar-se. Pois, se o nosso filho é dos que prefere retirar-se, temos de respeitar esse direito. Se o envergonhamos chamando-lhe medroso ou cobarde, certamente que não o estaremos a ajudar. À dor ou humilhação que lhe tenha provocado a situação, estaremos a juntar outro factor negativo, que é o de sentir-se menosprezado pelos seus pais, precisamente em quem teria de encontrar o apoio e o consolo de que precisa nestes momentos.

E se decide responder ao agressor?

Quando o nosso filho opte pelo contrário e se defenda, inclusivamente brigando, deve saber que deve aplicar a mínima violência para repelir a agressão ou recuperar o brinquedo que lhe tinham tirado. Também deve evitar de fazer lesões ou ferir o adversário, não usar objectos contundentes, insultar ou enfurecer-se com ele. E é bom que saiba que não é obrigado a ser um herói, nem a enfrentar toda a gente. Muitas vezes, o mais inteligente e adequado é uma retirada a tempo. Se for justificado, tem o direito de recorrer aos adultos para que o protejam ou reparem a injustiça, sem que por isso deva ser chamado de «queixinhas».

Tem de ser capaz de defender os seus direitos em todas as ocasiões. E, se é verdade que não devemos proteger demais as crianças e sim permitir-lhes que aprendam a solucionar os seus problemas sem a nossa constante intervenção, também é verdade que temos de lhes demonstrar que podem contar com os seus pais quando tiverem um problema que não podem resolver sozinhos. Imaginemos que o nosso filho é repetidamente ameaçado pelo matulão da sua escola ou do seu bairro. Se lhe tivermos dito uma coisa do tipo Os teus problemas és tu quem os resolve, ou nota que não nos interessamos pelos seus assuntos, é provável que sofra em silêncio sem saber como ultrapassar a situação.

É possível que nem sequer saiba ou não se atreva a expressar por palavras o sofrimento por que passa, talvez porque esteja bloqueado, confundido ou envergonhado, ou porque nem desconfia de que possamos dar importância ao seu problema e prestar-lhe a ajuda de que necessita desesperadamente. Por isso, é importante estarmos atentos, e mostrar interesse pelos pequenos ou grandes problemas dos nossos filhos. Devemos incentivá-los para que nos contem as suas dificuldades e lhes mostrar-lhes que podem confiar em nós. E devemos lembrar-lhes de que nem sempre é preciso defenderem-se. Não há nada mais tentador para os brigões do que os colegas super-sensíveis que se incomodam com tudo. Podemos ensinar ao nosso filho que muitas provocações e comentários nem sequer merecem resposta, e que esta reacção é quase sempre a melhor maneira de conseguir que os provocadores desistam. Claro que às vezes, face a certos refilões, é muito útil desenvolver uma língua afiada para poder contra-atacar, e algumas saídas engenhosas podem ser treinadas em casa.

É bom não ser provocador, mas um pouco de preparação de reserva nunca é demais. Não devemos forçar as crianças a ser demasiado quietas e bem comportadas, pois isto pode anular o seu entusiasmo, impedi-las de enfrentar os seus medos, dificultar a evolução da sua espontaneidade e a sua capacidade para comunicar com naturalidade e desenvoltura. É bom e natural que as crianças pequenas pratiquem «brincadeiras turbulentas». Quer dizer, corridas, saltos, perseguições, lutas simuladas... Nestas actividades existe uma agressividade controlada, com violência moderada e frequentemente muito divertida. Da mesma maneira que os cachorrinhos, que parecem lutar e atacar-se, mas que na realidade não se ferem uns aos outros. Se a criança tem um problema que não pode resolver sozinho, deve poder contar com todo o nosso apoio.

Devemos proibi-los de brincar às lutas?

A supressão de brincadeiras com uma certa agressividade controlada, pode provocar problemas emocionais em idades posteriores (por exemplo, não distinguir entre a agressividade real e uma zanga) e produzir crianças tímidas, susceptíveis, que não se movimentam com desembaraço entre os seus iguais, o que vai convertê-las em vítimas muito apropriadas para a agressividade dos outros. Fonte: revista Bebé d’Hoje, ed. 14 - 5 a 6 anos

Infantários

Uma vez lá dentro, em que devemos principalmente reparar?

É importante, sobretudo, que cumpra as normas de segurança e higiene, que não se observem elementos perigosos que possam provocar acidentes, que tenha luminosidade, espaços amplos e adequados a cada idade, e que exista um recreio, entre outros aspectos.

Também temos que avaliar a afectividade e cordialidade dos educadores; e é claro, que devem ter as habilitações profissionais necessárias. Aconselhamos os pais a observar as crianças e avaliar se se sentem felizes e se estão a sentir-se bem. Isso, é um sinal inconfundível de que estamos perante um bom centro.

Faça todas as perguntas que pense ser necessárias; é essencial que esteja a agir com segurança. Também não pode esquecer o aspecto educativo e os seus objectivos. Quando já se inscreveu a criança, pode combinar-se uma entrevista com os pais e educadores, para tratarem entre outros assuntos, de dar conhecimento das preferências da criança, os seus hábitos de comida e sono, bem como costumes. A escola deve seguir o seu ritmo.

Uma vez feita a escolha é bom que os pais confiem nos educadores e respeitem as suas pautas.

O que se deve desejar

Com a colaboração de Maria José, esteticista, Ana, maquetista, Beatriz, secretária e Madalena, farmacêutica - mães entrevistadas- elaborámos uma lista com os desejos mais frequentes das mães que levam os seus filhos para o infantário com menos de três anos.

Perto de casa. Logicamente, por questão de comodidade para pais e crianças, é um factor primordial. Também se confirma o mesmo, no estudo do “Instituto de la Mujer” com a certeza de que as mulheres com maior nível de educação e profissional, se preocupam mais com a qualidade do centro. Ainda que o trajecto se faça a pé ou de carro, o importante é explicar à criança para onde vai e que comece a reconhecer o caminho.

Horários ampliados. Segundo o estudo feito pelo “Instituto de la Mujer”, o desajustamento dos horários, causam problemas em 18 por cento das mulheres inquiridas. O desejável é que sejam o mais flexíveis possível.

Participação dos pais. Querem colaborar e assistir às actividades extra escolares. As reuniões periódicas com os educadores dão segurança aos pais. A ideia de estarem afastados das experiências dos seus filhos dentro dos centros é inadmissível nos dias de hoje. A escola deve fomentar a participação da família.

Incorporação progressiva. A maioria das crianças necessita que a sua integração se faça lentamente. Os choros e os transtornos no sono podem, esporadicamente surgir pelas alterações inerentes no seu dia a dia aquando à sua integração na escola.

O ideal é que no primeiro dia esteja só meia hora, com a sua mãe; e o tempo de estada vá aumentando progressivamente até completar o seu horário. É importante que deixem a criança levar e permanecer com a sua mascote ou o seu objecto de consolo. É muito importante uma atitude compreensiva nestas situações. Assim, as mães sentem-se mais seguras, controlam a ansiedade que lhes produz deixarem os seus filhos e transmitem-lhes mais tranquilidade.

Informações detalhadas. Uma garantia de que a atenção da criança é individualizada obtém-se com a apresentação de informações periódicas sobre a sua adaptação e maturação.

Estimulação atempada. Deve contar-se com os materiais e pessoal adequados para estimular todas as capacidades da criança.

O que deve exigir

As Normas Reguladoras das Condições de Instalação e Funcionamento das Creches com fins Lucrativos, são muito específicas quanto aos requisitos que se devem cumprir em complemento com as disposições constantes do artigo 43º. do Decreto-Lei nº.30/89, de 24 de Janeiro.

Pelo Despacho Normativo nº 99/89, são consideradas creches os estabelecimentos que acolham crianças em número igual ou superior a cinco. A respeito do primeiro ciclo de educação infantil, e no que estabelece o referido Decreto-Lei, passamos a mencionar os aspectos que nos parecem mais importantes:

· Espaço adequado. As instalações das creches devem compreender, nomeadamente, os seguintes compartimentos e espaços, de harmonia com os requisitos definidos: berçários, salas de actividades, copa de leites, cozinha, sala de refeições, instalações sanitárias, gabinetes.

A sala dos berços destina-se aos tempos de repouso, com a área mínima de 2 m2 por criança.

As salas de actividades destinam-se ao desenvolvimento de actividades lúdicas e pedagógicas e devem ter também uma área mínima de 2 m2 por criança.

As instalações das creches, deverão ter ainda um “Espaço para isolamento” destinado às crianças que adoecem subitamente no estabelecimento, como precaução de possíveis contágios, e que deverá situar-se próximo do gabinete do pessoal.

É também indispensável que possuam uma área exterior para actividades ao ar livre, que deve conter zonas de interesse para as crianças, nomeadamente relvados, areia e água. Se esta área não existir, pode ser suprida pela utilização de um recinto público situado na proximidade do estabelecimento, desde que possa ser utilizada pelas crianças com segurança.

· Número de alunos. Cada aula deve contar como máximo com 8 meninos, na unidade de 0 a 1 ano; 10 na unidade de 1 a 2 anos e 15 na unidade de 2 a 3 anos; o número mínimo de unidade não deverá ser inferior a 3.

· Quantas crianças por educador? Um educador de infância afecto a cada grupo de crianças a partir da aquisição da marcha e um elemento auxiliar de pessoal técnico por cada grupo de 10 crianças.

· Instalações sanitárias. As instalações sanitárias devem ser constituídas por:

a) Um espaço equipado com uma bancada com tampo almofadado, arrumos para produtos de higiene, prateleiras ou gavetas para roupas de muda; base de chuveiro com o fundo a 0,4cm do chão e um chuveiro manual com misturador de água corrente quente e fria; vidoir com grelha, fluxómetro e torneira de água fria e zona de bacios e local para a sua arrumação.

b) Um compartimento com lavatórios e sanitas de tamanho infantil, na proporção de um lavatório para cada grupo de sete crianças e uma sanita para cada grupo de cinco crianças.

· Menores de uma ano. Deverá existir a “copa de leites”, destinada exclusivamente à preparação de biberões e papas, que deverá estar equipada com uma bancada de trabalho, lava-loiças, frigorífico, fogão eléctrico e esterilizador de biberões.

· Equipamentos. As diferentes salas deverão estar equipadas, qualitativa e quantitativamente, com material necessário à estimulação do desenvolvimento das crianças, de acordo com a sua fase evolutiva.

· Alimentação. Deve ser variada, bem confeccionada e adequada qualitativa e quantitativamente à idade das crianças. As ementas devem ser afixadas semanalmente num local bem visível do estabelecimento, por forma a serem consultadas pelos pais ou responsáveis das crianças. A existência de dietas terá lugar em caso de prescrição médica.

· Protecção e segurança. As instalações devem ser equipadas com um sistema eficaz e seguro de arejamento permanente e as salas das crianças devem dispor de aquecimento regulável e que não liberte gases tóxicos. Todo o sistema eléctrico deve estar protegido ou fora do alcance das crianças. O aquecimento de águas deve, de preferência, ser feito através de um sistema central de distribuição e, nos casos em que tal não seja possível, deverão ser utilizados termoacumuladores.

 

 

Pais e educadores