Preocupação...
Preocupação é uma palavra sobre a qual se pode dizer muitas coisas e
ao mesmo tempo dar-lhe vários significados. Tudo depende do valor que cada
indivíduo dá a esta pequena mas ao mesmo tempo tão grande palavra.
Pode haver sempre imensa preocupação com todo o tipo de assuntos que
nos preenchem o dia-a-dia.
Mas quando a palavra preocupação vive no dia-a-dia dos indivíduos,
tendo em conta o bem-estar e desenvolvimento das crianças, a dimensão desta
palavra é ainda maior.
Preocuparmo-nos com as crianças é obrigação universal, primeiro dos
pais e da família, depois do Estado a quem compete assegurar o desenvolvimento
harmónico da criança e finalmente dos cidadãos em geral que profissional ou
voluntariamente com elas convivem.
A preocupação dos pais e da família resulta da necessidade de
encontrar um ambiente caracterizado pelo amor, o que constitui condição para
que a criança conheça as suas fronteiras mais próximas e que estas lhe
transmitam, tendencialmente a sensação de segurança, de que, por indefesas tão
necessária se torna.
As crianças são o elo que liga o passado, o presente e o futuro. Por
isso ao Estado moderno cabe, por obediência ao princípio da igualdade,
assegurar as condições, que se desejam universais e independentes da condição
social, do sexo, da raça e da etnia de cada.
Dadas as actuais condições da sociedade é necessário dar ás crianças
condições de natalidade, primeiros cuidados de saúde e integração pré-escolar
que permita o convívio com as diferentes realidades sociais e permitam á criança
desenvolver-se naturalmente sem medos ou tabus.
Do meu ponto de vista preocupar-se, não significa superproteger. Para
que a criança cresça e aprenda a resolver os seus conflitos de interesses é
preciso dar-lhe meios de compreensão e valorização do seu lugar na sociedade.
Finalmente, entendo que tudo isto se deve desenrolar num ambiente
optimista e de alegria, pois tais elementos são absolutamente necessários na
aprendizagem das contrariedades que, no futuro que a ajudamos a construir, ela
saiba superar.
Patrícia Reborêdo