Um dos principais objetivos de se jogar com as
crianças é promover seu desenvolvimento de percepção, sociabilidade e raciocínio.
O raciocínio é desafiado e desenvolvido quando a criança tenta descobrir,
por exemplo, como fazer uma seqüência de três no jogo da velha. O desenvolvimento
social e moral ocorre quando a criança descobre como cooperar e negociar
com parceiros. A seguir, algumas reflexões e recomendações sobre a atitude
do adulto em relação à criança durante o jogo, baseadas em artigo de Rheta
De Vries, Ph.D e diretor do Regent’s Center for Early Developmental Education.
O valor educacional não está em corrigir indiscriminadamente
o andamento e os procedimentos do jogo. Pais e professores podem desperdiçar
o valor do jogo ao insistir demais em “corrigir” o jogo, sendo autoritários.
Quando isso acontece, a criança acaba se corrigindo mais por obediência
do que por ter realmente compreendido. Ao invés disso, tente reduzir o exercício
da autoridade desnecessária do adulto e proporcionar uma maior autonomia
da criança. Como agir? A seguir, algumas sugestões:
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Apresentar
as regras como tendo sido definidas por uma autoridade que está além do
pai ou do professor.
Consultar as regras escritas e se referir a elas como seu próprio guia.
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Participar
do jogo como jogador.
Participando como jogador, o pai ou professor cria uma relação de igualdade com as crianças. Isso estimula a criança a seguir as regras sem que isso seja uma questão de obediência ao adulto. Como jogador, o adulto pode ajudar a criança a tomar consciência das possibilidades do jogo. Para isso ele fala em voz alta, planeja estratégias e maneiras de lidar com os sentimentos difíceis da derrota. O adulto também pode protestar quando as regras não são seguidas e iniciar discussões sobre o que é e o que não é justo.
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Quando
o conflito aparece, ajudar as crianças a discutir as regras e chegar num
acordo sobre como jogar e sobre o que é justo.
Nos jogos, as crianças podem aprender a negociar e a se comprometer. O pai ou professor pode ajudar a criança a perceber o ponto de vista e os sentimentos dos outros, e encontrar um caminho para superar sua dificuldade.
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Quando
as crianças perguntam o que fazer, resista à vontade de dizer e jogue a
decisão de volta para elas.
É mais fácil simplesmente dizer às crianças o
que fazer, mas o melhor é dizer: “Temos um problema. O que podemos fazer?”
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Encorajar
as crianças a inventar seus próprios jogos.
Crianças que têm alguma experiência com jogos serão capazes de fazer seus próprios jogos. Você pode dar-lhes estruturas em branco, dados, peões, papel, lápis de cor, e sugerir que eles inventem um jogo, escrevam a regra e ensinem as outras crianças a jogar.
Você também pode propor modificarem jogos conhecidos de acordo com o modo de pensar das crianças, assim despertará o interesse delas com a possibilidade de transformar um jogo de que gostam numa brincadeira personalizada.
É importante tentar pensar
do ponto de vista da criança durante o jogo e aceitar as propostas dela.
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Deixe as
crianças jogarem de acordo com a sua própria compreensão das regras.
O adulto pode repetir ou lembrar de uma regra que a criança pode ter esquecido, mas não deve insistir em regras a ponto de fazer a criança perder sua autonomia. Se uma criança está desrespeitando uma regra e as outras crianças estão se divertindo e não estão reclamando, não vale a pena insistir nessa regra. Entretanto, você pode chamar atenção para o seu próprio comportamento, exercendo a regra quando chegar sua vez de jogar. As crianças podem observá-lo e querer seguir a regra também.
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Não insista
na competição.
Se as crianças estiverem brincando de maneira
não competitiva, deixe. Muitas vezes já é um desafio suficiente descobrir
como seguir as regras do jogo.
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Avalie
o jogo em função do envolvimento das crianças.
Você pode fazer isso observando como as crianças interpretam as regras, se elas têm uma atitude competitiva, e observando as estratégias (ou a falta de estratégias) que elas inventam.
desde outubro de 2000