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Uma pedra, lançada ao pântano, provoca ondas na superfície da água, envolvendo em seu movimento as plantas, o barquinho de papel, forçando os objetos que estão ali a reagir e se relacionar. A pedra se precipita agitando algas, assustando peixes, e quando toca o fundo, revolve a areia e encontra objetos esquecidos, desenterrando alguns e encobrindo outros. Em um tempo brevíssimo, inúmeros eventos se sucedem, sem que possamos registrá-los.

Uma palavra escolhida ao acaso, lançada à mente, provoca uma série de reações em cadeia: imagens, analogias, recordações... e a nossa mente intervém para organizar, relacionar, construir ou destruir.

 

O jogo da “Pedra no Pântano” propõe a exploração, a partir de associações sucessivas, de todas as histórias que podem estar contidas em uma única palavra.

 

Tomo, por exemplo, a palavra PEDRA.

 

Começo com as associações mais diretas:

·        com todas as palavras que começam com “pe”, como: pena, peso, pêssego, pêndulo...

·        com todas as palavras que começam com “p”, mas que não continuam com “e”, como: pai, papel, panela, palavra...

·        com todas as palavras que rimam ou têm sonoridade semelhante: lerda, cerda, regra, quebra...

·        com todas as palavras que estão ao seu lado no depósito de significados: rocha, cascalho, areia, argila, mineral...

 

A palavra escolhida também pode estimular a recordação de algum episódio, como  “aquela vez que meu irmão e eu levantamos uma pedra enorme e embaixo dela...”

Ou então lembrar de uma história ouvida, como a de João e Maria que usavam pedrinhas para marcar o caminho e não se perder...

 

Agora posso começar a decompor a palavra PEDRA. Primeiro em letras, que escreverei uma embaixo da outra.

 

P

E

D

R

A

 

Em seguida, escrevo ao lado de cada letra, a primeira palavra que me vem à cabeça., obtendo uma nova série, por exemplo:

 

P – pacote

E – elefante

D – dado

R – relógio

A – atleta

 

Ou então, o que é mais divertido, escrevo ao lado das cinco letras palavras que formem uma frase com sentido:

 

P –  pequenos

E –  elefantes

D –  dormiam

R –  roncando

A –  alto

 

Nas primeiras vezes, não devemos esperar resultados necessariamente interessantes, mas aos poucos a coisa começa a fluir. Pego uma nova série:

 

P –  palavras

E –  elegantes

D –  diziam

R –  roucas

A –  asneiras

 

A palavra “elegante” foi sugerida de imediato pelo “elefante” da seqüência anterior. “Roncando” trouxe “roucas”. E assim é possível continuar, a cada seqüência uma nova história. E quando cansar, deixar a PEDRA de lado e partir para uma nova palavra.