Campeonato é brasileiro apenas no nome e no papel
No Basquete Feminino, o esporte só se desenvolveu em São Paulo, mas a "importação" permitiu ter equipes em outros Estados.
O Campeonato de Basquete é Nacional só no nome e no papel. Uma observação na lista das oito equipes participantes mascara um fato histórico: o basquete feminino brasileiro - que não se desenvolveu no restante do País - é o de São Paulo. A "importação" de jogadoras e de equipes paulistas resolveu a montagem de um Nacional com quatro times de São Paulo - BCN/Osasco, Arcor/Santo André, Toledo/Araçatuba e Santa Maria/São Caetano - e quatro de outros Estados - Paraná Basquete, Vasto Verde/Irmãos Zen (SC), Sport/Emulsão Scott (PE) e Botafogo (RJ). Mas não é garantia do surgimento de novos núcleos no País.
Desta vez, o Botafogo é um time "emprestado" de Ourinhos. O Sport é formado por atletas de São Paulo. E o Paraná tem exatamente o mesmo grupo que Hortência reuniu em Americana. Na temporada passada, a ex-jogadora levou a equipe para o Fluminense - foi campeã brasileira. O clube carioca deu nome à equipe nos dois meses de duração do campeonato e ficou com o título, mas não manteve o basquete de uma temporada para a outra.
Agora, Hortência levou o time para o Paraná onde, pelo menos, existe a esperança de que possa nascer um novo núcleo de basquete. Como o vôlei, o governo do Estado vai usar o time como vitrine no projeto de criação de um Centro de Excelente do Basquete.
Máscara - O Ulbra (RS) e o Vila Nova, de Goiás, que disputaram o Nacional no ano passado, também não tiveram continuidade de uma temporada para a outra. O Blumenau, outra equipe de 1998, era, na verdade, o Araçatuba, que foi emprestado a Santa Catarina. Este ano, foi substituído pelo Vasto Verde, equipe que não deve chegar muito longe. "Nossas condições são modestas, o clube não pôde fazer grandes investimentos e, por isso, temos de manter os pés no chão", afirma o técnico Álvaro Portugal, do Vasto Verde.
Como esta é apenas a segunda edição do Nacional, os arranjos são compreensíveis, mas o ideal é que o basquete fixe raízes. "No papel é tudo bonitinho, mas, por enquanto, isso só mascara uma situação", resume a técnica Maria Helena Cardoso, do BCN.
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