Área e localização geográfica:
O território catarinense
situa-se entre os paralelos 25º57'41" e 29º23'55" de
latitude Sul e entre os meridianos 48º19'37"
e 53º50'00" de longitude Oeste,
na Região Sul do Brasil.
A superfície do Estado é de 95.442,9 km². Essa área
corresponde a 1,12 % do território brasileiro e a 16,57% da área
da Região Sul.
Ao Norte, Santa Catarina faz fronteira de 750 km com o Estado do Paraná.
Ao Sul, limita-se com o Estado do Rio Grande do Sul, por 1.014 km e a
Oeste, com a República Argentina por 211 km. A linha litorânea,
à Leste, mede 561,4 km, correspondendo a 7% da costa brasileira.
A hora legal no Estado corresponde a -3 em relação ao fuso
horário de Greenwich.
Divisão Administrativa:
O Estado de Santa Catarina, cuja capital administrativa
é Florianópolis,
está dividido em 293 municípios, desde
1º de janeiro de 1997.
Em função de seus interesses, os municípios estão
agrupados em 18 Associações, que compõem a Federação
dos Municípios de Santa Catarina – FECAM.
Relevo:
Esquematicamente, o relevo do Estado de Santa Catarina dá
origem a três regiões principais.
As planícies costeiras, representadas por uma faixa estreita
ao longo do litoral, apresentam altitudes de 0 a 200m e acompanham os vales
dos rios da vertente atlântica.
Delimitando as planícies costeiras, vêm as serras litorâneas,
com altitudes entre 400 e 800m, e, em seguida, desdobra-se o planalto,
com altitudes entre 800 e 1200m, que decaem em direção ao
oeste até atingir o patamar dos 200m.
Uma faixa de 200 a 400m aparece como área intermediária
de escarpa entre as planícies costeiras e as serras litorâneas.
Ocorrendo, também, ao longo dos principais afluentes do rio Uruguai,
no oeste.
As maiores altitudes do Estado situam-se numa faixa de 1.200 a 1.600m,
ultrapassada somente pelo trecho meridional da Serra Geral onde se situa
o morro da Boa Vista, o mais elevado com 1.827m. A altitude média
do Estado é a maior do País.
Hidrografia:
A hidrografia do Estado é constituída por
dois sistemas independentes, que têm como divisores de águas
a Serra Geral e a Serra do Mar.
O sistema da vertente do Atlântico é formado por um conjunto
de bacias isoladas entre si, onde se destacam os rios Itajaí-Açú,
Tubarão, Araranguá, Tijucas e Itapocu.
O sistema integrado das vertentes do interior, formadoras da Bacia
do Prata, se compõe em Santa Catarina por duas bacias: a que forma
o rio Paraná, com a presença de seu principal afluente, o
rio Iguaçu, e a do rio Uruguai, que tem como afluentes mais expressivos
o rio Pelotas, o rio Canoas, o rio Chapecó e o rio do Peixe.
Clima:
O clima do Estado depende da atuação das massas
de ar intertropicais e polares, cuja combinação define o
caráter mesotérmico do mesmo, isto é, um clima predominantemente
subtropical, úmido, com temperaturas médias que variam entre
13o C e 25o C. No Planalto, no entanto, em função da altitude,
os invernos são rigorosos, com temperaturas eventualmente inferiores
a 0o C e ocasionais precipitações de neve.
As chuvas estão bem distribuídas no território,
por força da ação das massas de ar mencionadas, não
havendo caracterização de uma estação seca
ou chuvosa.
Solo e Subsolo:
Os solos de fertilidade natural elevada ocupam uma área
de 21% da superfície do Estado, podendo ser utilizados, praticamente,
para qualquer tipo de cultivo, inclusive os anuais.
Aproximadamente 60% dos solos são classificados como de baixa
fertilidade natural, necessitando de correção para uma produção
agrícola satisfatória, fato que não tem perturbado
seu aproveitamento por uma agricultura que tem exibido alguns dos melhores
índices de produtividade do país.
O uso potencial das terras do Estado é de 6.878.000 ha, dos
quais são utilizados 4.669.000 ha em lavouras, pastagens e reflorestamento.
Os levantamentos do subsolo catarinense são bastante completos,
revelando-o como um dos mais ricos do País. Especificamente, Santa
Catarina possui a terceira maior reserva de argila cerâmica do País,
a primeira maior reserva de carvão mineral para siderurgia, a segunda
maior reserva de fosfatados naturais, a segunda maior reserva de quartzo,
a primeira maior reserva de fluorita e a primeira maior reserva de silex.
Todas essas reservas são economicamente viáveis e estão
em processo de produção do que resulta a importância
da atividade extrativa mineral no contexto da economia catarinense.
Parques Florestais:
O Estado de Santa Catarina é possuidor
da maior área de floresta nativa e Reservas da Região
Sul, existindo uma preocupação em amenizar o problema de
extermínio de seu patrimônio vegetal natural já
bastante comprometido,
através da criação de parques florestais
e reservas biológicas, ecológicas e
florestais, para a preservação de inúmeras
áreas.
No Estado existem atualmente 35 parques florestais e 12 reservas, que
estão distribuídas por todo território, assim divididas:
* Parques florestais nacionais 13
* Parques florestais estaduais 9
* Parques florestais municipais 11
* Reservas nacionais 8
* Reservas estaduais 4
A preocupação em preservar os recursos naturais especialmente
as matas, iniciou-se desde 1975 á nível governamental. Com
a criação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Esta
preocupação também é sentida por particulares
que têm tomado a iniciativa de proceder ao tombamento de florestas,
como forma de evitar desastres ecológicos provocados pela ação
antrópica sobre o meio ambiente.
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS MEDIDAS
Área territorial (km2)
Área total 95.442,90
Área proporcional à área total do País
(%) 1,12
Área terrestre 94.940,90
Área de águas internas 502,00
Extensão da linha divisória (km)
Extensão total 2.703
Setor norte, nordeste e noroeste (com o Paraná) 750
Setor leste e sudeste (como Oceano Atlântico) 573
Setor leste (Ilha de Santa Catarina) 155
Setor sul e sudeste (com o Rio Grande do Sul) 1.014
Setor oeste (com a República Argentina) 211
Maior altitude (m)
Morro da Boa Vista (Serra da Anta Gorda) 1.827
Hora legal (h)
Fuso horário em relação à hora do
observatório de Greenwich -3
FONTE: Fundação IBGE – Anuário Estatístico
do Brasil, 1991; Secretaria de Estado do Planejamento e Fazenda/Diretoria
de Geografia, Cartografia e Estatística/Gerência de
Estatística.
ESPECIFICAÇÃO LOCAL POSIÇÃO GEOGRÁFICA
Latitude S.
Extremo norte Curva do rio Sai-Guaçu 25°57'36"S
Extremo sul Peral no rio Jozafaz 28°21'48"S
Longitude W.
Extremo leste Ponta dos Ingleses 48°22'55"W
Extremo oeste Curva do rio Peperi-guaçu 53°50'00"W
FONTE: Secretaria de Estado do Planejamento e Fazenda/Diretoria de Geografia,
Cartografia e Estatística/Gerência de Estatística.
TOPÔNIMO
LOCALIZAÇÃO ALTITUDE (m) POSIÇÃO GEOGRÁFICA
Latitude S. Longitude W.
Morro da Boa Vista Serra da Anta Gorda 1.827 28º07'28'' 49º28'28''
Morro Bela Vista Serra da Boa Vista 1.823 27º53'02'' 49º18'36''
Morro da Igreja Serra da Anta Gorda 1.822 28º08'18'' 49º31'08''
Morro dos Conventos Serra da Boa Vista 1.790 28º06'48'' 49º34'00''
... Serra Geral 1.764 28º08'00'' 49º31'00''
... Monte Alegre 1.758 28º03'00'' 49º45'00''
... Serra Geral 1.755 28º06'33'' 49º34'57''
FONTE: Fundação IBGE – Anuário Estatístico
do Brasil, 1994.
POVOAMENTO E COLONIZAÇÃO
Na época do descobrimento do Brasil, as terras de Santa
Catarina eram habitadas por indígenas da nação Tupi-guarani,
dos quais ainda subsistem alguns núcleos.
As primeiras colônias européias estabeleceram-se no litoral
catarinense no século XVII, fundadas por portugueses que vinham
de São Vicente, originando as atuais cidades de Florianópolis
e São Francisco do Sul. Mais portugueses chegaram para povoar o
litoral no século XVIII, agora oriundos das ilhas dos Açores
e da Madeira, consolidando uma caracterização regional histórico-político-cultural
que se faz sentir até hoje.
Sem contato com as colônias litorâneas, os ''caminhos de
gado'' trilhados por paulistas, neste mesmo século, dão origem
a pousos sobre o planalto que, com o correr do tempo, tornaram-se povoações
e cidades, como Lages, São Joaquim e Mafra.
A partir do século XIX ocorre um novo fluxo de imigração
constituído por colonos alemães e italianos e, em menor escala,
por colonos eslavos.
A primeira colônia alemã em Santa Catarina foi instalada
por iniciativa do Governo, em São Pedro de Alcântara, em 1829.
Como a colonização oficial teve pouco êxito, foi
estimulada a colonização por companhias particulares, cuja
administração apoiava-se em pressupostos econômicos.
Colônias de iniciativa privada estabeleceram-se ao longo dos
vales dos rios Itajaí-Açu, Itajaí-Mirim, Itapocu e
redondezas, dando origem a cidades tipificadas por essa colonização
e que, mais tarde, tornaram-se polos de desenvolvimento industrial, como
Joinville, Blumenau e Brusque.
Os primeiros colonos italianos chegam em 1836 e, novamente, de 1875
em diante, estabelecendo-se nas proximidades das colônias alemãs
e mais para o interior do que estas, normalmente seguindo o vale dos maiores
rios que demandam o Atlântico, dando origem a São
João Batista, Rodeio, Ascurra, Nova Trento, Criciúma, Nova
Veneza, entre outras.
Os imigrantes eslavos, principalmente poloneses, foram a quarta corrente
imigratória importante a povoarem Santa Catarina, embora em menor
número que as anteriores.
A colonização se completa no século atual, no
final da década de 60, através de fluxos internos de imigrantes
de segunda geração, em direção ao oeste catarinense.