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Tema do Mês

Comer em Excesso

Não é raro de se ver que muitas pessoas não conseguem resistir a uma farta mesa com comida e sentem uma compulsão a provar de tudo um pouco, mesmo que não estejam com fome.
Logo após surge o velho sentimento de culpa, pois geralmente essas pessoas comem mais do que necessitam para saciar a fome.

" Eu não deveria ter comido tanto! "
" Eu não estava com muita fome, mas quando vi toda aquela comida...! "

Estas são algumas frases que as pessoas dizem quando "passam" do limite e o sentimento de culpa aparece.
Muitos pacientes me relatam que não conseguem "parar de comer", têm que comer a todo instante.
Passar em frente a uma geladeira, uma doceira ou uma churrascaria se torna uma tortura, alguma coisa os impulsiona a comer. Dizem sentir um "desejo" incontrolável a comer.
Notem que eu disse "desejo" e não fome, pois existe uma diferença muito grande entre o desejo de comer e a fome.
Uma pessoa, seja ela gorda ou magra, quando está apenas com fome, ao comer sacia sua fome, mas outras quando sentem "desejo" (uma falsa fome), comem e continuam a comer em excesso e passam o resto do dia querendo mais.
Quando não comem sentem uma ansiedade, uma irritabilidade e até um desespero muito grande. É como se algo estivesse faltando.
Quando comem parece que esses problemas e sentimentos se resolvem (pelo menos aparentemente).
Assim podemos observar que existe uma diferença entre o comer por desejo e o comer por estar com fome.
Uma coisa está relacionada a um sentimento e a outra a estar "realmente com fome".
Desta forma quando uma pessoa pensa se deve ou não comer, podemos afirmar que se trata de um sentimento e não necessariamente de estar com fome.

De onde vem este sentimento?

Como disse, para muitas pessoas a comida é um "remédio" para aliviar a ansiedade, a irritabilidade ou mesmo o desespero.
Mas este remédio é apenas temporário, temos que saber de onde vem e o que causa estes sentimentos.
Quem nos fornece o primeiro alimento (comida) é a mãe, assim criamos uma simbologia que une comida à figura da mãe, ou seja, a comida como símbolo de mãe.
Como sabemos, o choro de uma criança pode indicar fome, frio, calor, dor ou alguma eliminação desconfortável.
Não é raro de se ver que algumas mães quando ainda não reconhecem o choro da criança, não podem ouvir o choro de seu bebê que, não sabendo o que acontece com a criança a primeira coisa que fazem e dar o seio à criança com a finalidade de amamentá-la para que esta pare de chorar, pois acha que esta está com fome.
Com isso a criança logo identifica este ato como uma forma de obtenção de atenção, amor e carinho.
Não quero dizer que todas as mães agem desta forma, mas algumas inicialmente agem desse jeito até conhecerem e identificarem o choro de seus bebês.
Outras mães continuam a usar este recurso (amamentação) como forma de acalmar o choro da criança, o que acentua a identificação da comida como expressão de amor.
Com o passar do tempo, comer passa a se tornar uma expressão de amor também para a criança, ou seja, a criança acha que comer é retribuir o amor e carinho à mãe.
E o não comer se torna uma expressão de rebeldia, principalmente àquela mãe obsessiva ou repressiva.

Para não aprofundarmos muito em termos psicanalíticos, podemos concluir da seguinte forma:
Para muitas pessoas a comida em excesso está relacionada a uma carência afetiva e para outras uma destruição da comida (símbolo da mãe), principalmente se for uma mãe repressiva, sedutora ou obsessiva, pois se torna mais "fácil" destruir e eliminar a comida e sublimar o sentimento negativo com relação à mãe.
Como no inconsciente a comida é representada pelo seio materno, existe um anseio à gratificação oral, então o ato compulsivo de comer pode se tornar também um desejo sexual reprimido.
O qual o ato de comer compulsivamente compensa e sublima os desejos sexuais então reprimidos.

Se tiver alguma dúvida ou quiser esclarecer alguns pontos bastas enviar-nos um e-mail ou marcar um horário em nosso chat online.
A terapia está ao seu alcance, aproveite.
Marcos Antonio Pinto
Psicanalista
03/09/99