O nome jainismo deriva de jina, que significa vencedor. Jaina é apelido que foi atribuído a uma série de profetas que deram origem ao jainismo. O jainismo ainda em vigor na Índia representa uma sabedoria, uma moral e uma ascética do tipo estóico. A metafísica é atéia e dualista, pois admite a matéria (corpo) e o espírito (alma). A moral é baseada num ascetismo rigoroso, necessário para libertar o espírito da matéria, alcançando-se assim o Nirvana.
O ateísmo jainista não o impede de admitir e honrar alguns seres superiores próximos da libertação. O mundo material é concebido segundo uma doutrina realista-atomista. Há um espaço universal considerado como substância. Neste espaço estão os átomos, dotados de quatro qualidades: tangibilidade, sabor, odor e cor. Estes átomos combinam-se formando gerações mais ou menos vastas, cujo conjunto constitui o mundo material. O mundo é permanente em sua essência e mutável em suas partes
Além da matéria há o espírito, que pertence a uma atividade própria e essencial, que é o conhecimento absoluto.
Sobre essa metafísica se constitui a ética jainista. O pensamento clássico julga que os nossos atos são culpados e dolorosos. E cada ato deve ser expiado não só na mesma vida em que forem realizados, mas também sucessivamente, em conformidade com a doutrina da metempsicose.
Desta forma, compreende-se o ascetismo rigoroso da moral jainista, para que o espírito seja libertado da matéria, da vida empírica, da reencarnação e do sofrimento. Tudo isto para se chegar ao Nirvana, que é a vida verdadeira.
A LENDA DOS QUATRO ENCONTROS
Fora dito ao rei Suddhodana que, se ele quisesse evitar que o filho o abandonasse, deveria isolá-lo do mundo e impedí-lo de ver o sofrimento.
Essas medidas não adiantaram. Sidarta, acompanhado de seu escudeiro-cocheiro Xanna, fez quatro passeios sucessivos. No primeiro viu um velho enrugado, trêmulo, apoiado em uma bengala. "O que isso?" _"É a vida, meu senhor", respondeu este. A mesma coisa aconteceu quando Sidarta encontrou um enterro e um doente coberto de chagas. Dessa forma, Sidarta conheceu a dor, a morte e o tempo que tudo consome. Mas no quarto passeio, avistou um homem com uma magreza espantosa, nu, possuindo apenas uma tijela de esmolas, que, entretanto, tinha o olhar sereno d eum vencedor. Era um monge asceta, um homem que vencera a dor, a morte e a angústia em busca do Atman (eu) e o colocara em conexão com o mar eterno do ser que flui das aparências ilusórias. Depois da festa no palácio, em louvor do nascimento de seu filho, pela manhã, Sidarta beija a mulher e o filho que dormem e foge, conduzido por seu cocheiro. Mais a frente, troca de roupa com um mendigo, corta os cabelos com uma espada e descalço encaminha-se ao encontro dos ascetas. Rompeu os vínculos com as ilusões; busca agora a certeza e o absoluto que dêem sentido à vida.
É mediante o conhecimento que se alcança a libertação e se resolve o problema da vida.
Com relação ao Absoluto, o budismo é agnóstico. Nada se indaga a respeito do Absoluto e nada se sabe sobre ele, interessando-se unicamente pela libertação deste mundo efêmero e pela dissolução da vida empírica.
A doutrina de Buda é sintetizada em quatro santas verdades, quais sejam:
a)a vida é sofrimento;
b) a causa do sofrimento é o desejo;
c) é mister suprimir o desejo para libertar-se do sofrimento;
d) para suprimir o desejo é preciso praticar oito mandamentos éticos: crer retamente, querer retamente, falar retamente, operar retamente, viver retamente, esforçar-se retamente, pensar retamente e meditar retamente.
Após esta última via, o indivíduo se torna santo e desfruta poderes extraordinários. Ao fim dela, o santo goza a bem-aventurança eterna, que é o nirvana. Quando terminar toda atividade da vida, realizar-se-á o nirvana absoluto, a morte absoluta.
O budismo originário era empírico e agnóstico, ou seja, o escopo da vida consistia na consecução da libertação pessoal nirvânica. E este agnosticismo entrava em contraste com o espírito indiano, que estava sedento de especulação metafísica.
Foi assim que surgiu a forma de budismo metafísico e universalista, com o nome de Grande Veículo, em contraposição ao Pequeno Veículo (antigo budismo).
Esta nova concepção julga que o antigo ideal budista (praticar humildemente a lei ensinada por Buda para alcançar a salvação) é vulgar e egoísta. A salvação deve consistir no conhecimento, pois assim é realizada a própria ciência de Buda e é conhecida a vaidade da própria individualidade empírica, do ser e da vida.
Desta forma, aqueles que chegam ao conhecimento se tornam Budas, que se submetem a um prolongamento da vida e a uma demora na consecução da paz merecida (nirvana) por terem compaixão dos homens que desejam libertar, iluminar e converter.
OS DEUSES - Os hindus têm uma infinidade de deuses. Entre os mais famosos estão Brama, o "criador de todas as coisas", Vishnu, o conservador do universo, e Siva, o destruidor, também chamado de "O consolador". A deusa Kali também é bastante adorada e sempre lembrada nos rituais.
Brama, Vishnu e Siva compõem a "trindade" máxima do hinduismo. O paraíso hindu abriga 330 milhões de deuses, que são expressão de um Brãma único que encerra em si mesmo o universo todo.
BRAMA - Procede de Brahma, causa primeira e é identificado como o princípio de todas as coisas e a suprema realidade para a qual tende o universo. Recebe por esse motivo a designação de Suayambhu (aquele que criou) ou Ala(o incriado). Surgiu da escuridão primordial, criou as águas e nela depositou uma semente. Essa semente tornou-se um ovo dourado do qual ele próprio teria nascido Brama.
OS ANJOS (Devas "brilhantes") São deuses ainda em estágio inferior. Normalmente são colocados como guardiães da trindade, como é o caso de Bhaktapur e Nepal, ou auxiliares dos deuses. Estão numa planície nos céus chamada "devachan".
OS DEMôNIOS - São forças hostis aos deuses e aos homens. Impedem o sacrifício e a concentração durante os rituais. São esculpidos nas portas externas dos templos, a fim d eque, ao vê-los, os fiéis evitem os seus maléficos artifícios. Podem se manifestar sob diversas formas.
Parte extraída da apostila HERESIOLOGIA, do Prof. Isaías Lobão Júnior