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Apresentações


"Mário Ricardo é um artista de extrema singularidade. Atuante no Nordeste desde os anos 60, sempre dentro da mesma linha - uma arte figurativa de expressão erótica - seu trabalho aprofunda-se cada vez mais, numa compulsão delirante.

Seu tema é instigante: cenas eróticas onde um casal deita-se em atos amorosos com pequenos animais, num Kama-Sutra meio zoofílico, meio sádico. Ele mesmo faz parte das cenas, retratando-se, de óculos, nas mais diversas posições, com sua parceira de cabelos longos e peitos fartos, entre pequenos e estranhos animais, como aranhas, vagalumes, sapos, caranguejos, libélulas e abelhas. Um bestiário digno de Borges, porque os animais se metamorfoseiam, se misturam e se completam num insólito carnaval.

As gravuras têm títulos correspondentes às metamorfoses, com Casalmoreijo, Caranheijalmor, Casalmoronha, Mulherotoluz, etc, cada qual identificando o bicho parceiro no ato de amor."

Raul Córdula





"Mário Ricardo é simples e tímido; mas sua pintura não. Ela é agitada, direta e sobretudo extrovertida. Não é mais um que aparece; é o artista que resolveu sair de sua toca para mostrar o que sabe.

Se são chocantes suas criaturas que se transformam, o mesmo não acontece com a maneira como são executadas. Impressiona seu cuidado pelo detalhe, sua cor, as raspagens com gilete; sua vontade de ser entendido. E mais ainda a vontade de fazer (e fazer) a coisa bem feita.

Que mais posso dizer?

- Continue. Você ainda tem muito para contar."

Wellington Virgolino





"A evolução do trabalho de Mário Ricardo vem sendo demonstrada principalmente após a sua incursão pela litografia e mais recentemente às suas investidas no campo da pintura.

Aconpanho seus desenhos desde o começo, onde o que mais me impressionou de imediato foi ter um desempenho próprio; livre de influência, sem falar na sua temática eterna erótica (bichomulher), que só pela plasticidade dos títulos daria uma exposição fantástica: "Casalmoreijo", Gafanholher", Macagamulher" e Borbomulher" entre tantos outros da Literatura Maricardiana, criada desde 1969.

Do desenho à pintura, passando pela Arte Postal, trajetória séria de um dos bons artistas de Pernambuco."

Paulo Bruscky





"Não é preciso ser bom entendedor ou ter know-how em Artes (se é que já existe), para perceber os desenhos de Mário Ricardo.

As cores cruas quase sempre na sua essência vazando e unindo ao mesmo tempo um grafismo bem próprio. Também não é preciso se dizer entendido para entender esse emaranhado de formas.

Bicho-Gente, Gente-Bicho, pois o cotidiano nos mostra a todo instante de onde Mário Ricardo busca sua fonte de inspiração (se é que é necessário).

É no dia a dia que seus trabalhos são feitos, é numa luta obstinada que esse artista vai criando suas figuras despidas, com um certo tom de erotismo, homem, mulher, menino, família, gato, rato, cachorro, morcego, cavalo, boi.

Mulher + cavalo + boi = Mucavalboi Mulher + gato + cachorro + rato = Mulhergatochorato

É interligando dessa forma que o artista atinge o clímax do seu trabalho.

Diria o espectador que é um trabalho primário de um desenho semi-deformado, de cores quentes, agressivas, onde o vermelho é vermelho e o contorno é saliente. É aí que se engana; Mário Ricardo é um artista puro e alheio aos ismos, sem a preocupação de Escolas ou de agradar a este ou aquele que se diz entendido ou comprador de quadros.

No seu Atelier, Mario Ricardo pinta o que vê e sente."

J. De Moura





"Sinto necessidade de falar, aqui, não só da obra artística de Mário Ricardo. Pela convivência que temos tido, nesses anos todos, Sinto que há uma ligação profunda entre os dois, artista e criação. Uma coisa tenho certeza: Mário desenha, pinta, faz gravura, faz Arte, por uma necessidade viceral. Vem de dentro. Tenho a impressão que ele sente dor, aquela dor de angustia que precede a vontade de fazer alguma coisa. Mário me lembra muito Woody Allen, é feio para quem o vê superficialmente e é bonito para quem o conhece em profundidade. É tímido, mas é criador persistente.

Assim é o seu trabalho. É feio, angustiante, para quem o conhece de fora, de uma olhada superficial; mas é bonito se você o penetra, vai descobrindo a sua força. Mário Ricardo tinha tudo (técnica e criação) para fazer pinturas com muito lirismo e agradar a colecionadores. Mas sua questão não passa por aí. Sua estrada, nesses anos todos, mostra que não o preocupa simplesmente conquistar o mercado. Há uma persistência nessa forma de criar viceral, autêntica, doída. No desenho, na aguada, na gravura, no óleo: varia a técnica e permanece a expressão artística/criativa."

Celso Marconi





" Surpreende-me a forma dos trabalhos a que se propõe Mário Ricardo, que vem criando no dia a dia, um mundo interior muito próprio, todo seu, longe de quaisquer "ismos", ou outra espécie de influência.

Mário Ricardo vem procurando transportar sensações, no interior de cada um dos que procuram silenciosamente analisar seus trabalhos.

Seus desenhos pretendem tomar maiores dimensões, mais espaços, parecendo querer pular de moldura afora. São formas que alcançam proporções tanto pelo contéudo como pelo tema ou pelo próprio título.

Mário Ricardo apresenta em seus trabalhos, uma espécie de um fantástico primitivo, onde nos encontramos com cenas eróticas e até mesmo com um certo humor.

A sua maneira de desenhar ou retratar o fato, lembra, se não falha a memória, os personagens "Zé Macaco e sua gente" da Revista Tico-Tico. Não quero dizer que esses personagens exerçam quaisquer influências sobre sua obra. Os temas e os personagens desenvolvidos por Mário Ricardo, nos transportam para um mundo exclusivamente seu, cujos víveres encontrados são as mesmas mulheres, os mesmos homens, gatos , cachorros, papagaios, aves, etc..., do nosso mundo vivendo circunstâncias das mais embaraçosas, dentro de uma criatividade fértil cujo desenho de boa categoria, é valorizado pelos tons transparentes da ecoline.

Encontramos um desenho seguro, com um tratamento erudito que entrelaça-se a uma composição de um único plano, notando-se uma dose de um certo primitivismo. Esta a razão de procurá-lo enquadrar numa espécie de primitivista fantástico.

A técnica do desenho sobre o papel e ecoline, nos mais variados tons, oferece uma espécie de sensação diferente, dado as formas contorcidas ou destorcidas da anatomia das mulheres desnudas, das aves, dos peixes, das tartarugas, e do mundo e linguagem lírica, muito sua, traduzida com muita espontaneidade e com surpreendente magia.

O tratamento do seu desenho, com temática, vem sendo desenvolvido com muita segurança, fugindo da forma convencional, enriquecido pelas aguadas suaves e fortes.

Encontramos em sua obra, seu espírito inquieto, feroz, às vezes calmo, mas sempre preocupado em fazer mais, e de dar mais de si. Dono de uma vontade de expandir reações as mais diversas, preocupa-se com o tema, e o título de seus trabalhos permitindo chegarmos ao seguinte: - quando desenha uma mulher, um gato e uma tartaruga, intitula de "MULHERGATORUGA"; ou um tarado flagrado com uma criança, surge: "TARAFLAGANINA".

Não há quem segure o Mário."

Wilton de Souza





"Viagem erótica, lúdica, que nos conduz a um sonho debuxador.

Sempre acoplados como um ritual de amor/amoral, em que sua musa envolvente nos conta, como fábulas, reais/imaginárias, momentos de zoofilia e gozo.

Desenhos, pinturas, litos, pastéis acompanharam o artista filho dos anos 60 numa trajetória de recriação crescente, onde o libido se libera em gestual de formas alucinantes. Cores suaves e transparentes, mancham extravazam, esporram em nuances."

Nazareno Petrucio




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