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@ Sete + Trilhos @ Plenitude + Centelha @ Igualmente + A Estação @ L’amore +

 

 







Sete

Vivas
Vidas
Vida
Viva
Vidas
Vivas
Viva

Contrapostos se confrontam
Em encontros coloridos
Como folhas caem
Sonhos também terminam
E os passos param
Pra que a alma voe
E abdico agora
Da juventude que
Amanhã não terei
Paira a noite
Trazendo o orvalho
Cobrindo com prismas
Cinzas gotas frias
Meu coração pulsa
Sob os olhos
O som invade meus ouvidos

Ah...
E o meu corpo se esfumaça
Em sete tiras coloridas
Que pintam a noite
Planam, mergulham
E balançam as folhas das árvores
Envolvendo teu sono
Deliram...
Lânguidas flutuam
Bebadas se afogam em risos
E beijam
E mordem e lambem
Tua orelha, teu umbigo
Roçando teu rosto
Te revelam íntimos desejos
Tiras loucas tagarelam
Se esparramando no teu corpo todo...
Loucas luzes lindas
Leves ledas tiras
Não se importam se amanhã
Acordarão sós na cama fria
Não se importam
Minhas luzes são só vida
Doces raios que atravessam
Pelas frestas esta porta
Toda cheia de detalhes
E trancada a sete chaves




Trilhos

Estou na beirada dos trilhos
O vento faz bailar a grama
O Sol e a Lua balançam
Na coreografia dos dias
O relógio segue cantando
O seu tic tac infinito
Não há na paisagem mudança
Não vejo razão pra sorrisos
E os passageiros que chegam
São folhas de outono caídas
Sobre o piso da estação
Elas planam distraídas
Estou aguardando esse trem
Louca de ansiedade
Para que ele chegue e carregue
Consigo minha saudade
E traga pra mim o conforto
Da visão da tua imagem
Ensolarando meu rosto
Com raios de felicidade



Plenitude

Espero que o medo
Jamais seja a força
Que me tolha os sonhos

Espero que os atos
Jamais sejam liderados
Por puro egocentrismo

Espero que o sexo
Seja a realização do homem
E não a reprodução do bicho

Espero que o moderno
Esteja incorporado no que sou
E não explorado nas aparências que almejo

Espero que a frustração
Venha de uma real impossibilidade
E não da mesquinhez alheia

Espero que o homem seja nobre
Que a nobreza seja livre
E que a liberdade seja consciência


Centelha

Terra serena
Em rotar constante
Mistura essências
Translada-se em torno
E faz o encontro
Das flechas
Do flerte

A noite solta
Ensombrados braços
Travesseiros de sonhos
Que descem o pescoço
Procuram os membros
Plantam a semente
E as carregam pro sol
Que acende a vida
Eternamente


Igualmente

Eu vi!
Uma lágrima correndo
Pela face de algum solitário
Eu vi essa lágrima mais de mil vezes
Correndo por milhões de rostos
E essas pessoas sentavam-se umas contra as outras
Não atreviam simultaneamente olhar-se
Cara a cara
Olhos nos olhos
Ficavam bisbilhotando-se
Suspirando uma emoção contida
Que negavam assumir
E praguejavam interiormente uns aos outros
Reclamando da frieza de seus semelhantes,
E circulavam paralelos
Conhecendo-se apenas por um rastro no chão
Eu vi!
Juro que vi!
Mas não tive forças para contar
Ao cara de dock sider o que
Eu havia visto.



A estação

Mas...
Que importa a estação? Passou...
Era, então, outra a bagagem
Sempre, e não a toda hora
O esquecimento e a lembrança em conflito
Inútil é fugir pelo sono
Que é o filho do sonho, e nunca ao contrário
Brincar, fragmentar a razão
E doá-la aos instantes
E, em cada relógio um brincar mais sério
Amar o feio, apenas como quem ama
Não entendam nada

Tudo para dizer o que sinto
Eu preciso dizer, que onde sonho há fadas
Das minhas andanças
Com braços e lábios e os sapatos teus
Acordo embalada em desejos
E anseios da infância, adeus...



L’amore

Você partiu quando eu cheguei
Mas a estrada da tua jornada
Encontra parada, neste ponto
Em que hoje me encontro

No aguardo eu chorei de cansaço
Mas a esperança diligente
Me acalantou em seus braços
E cantou sonhos pra mim

Você se perdeu no caminho
Mas a atenta mão do destino
Sempre zelosa e dedicada
Te proveu de bússola e mapa

Eu fui subindo uma serra
Tecendo uma colcha bela
Que por fim doei a uma moça
Que assim como ti viajava

Na andança desta jovem
Parou um dia este homem
E ao conversar, o meu nome
Ele mencionou, enfim

O homem chegou sozinho
Ao ponto final da jornada
E de lá partiu sorrindo
Levando consigo a amada

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