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Regulador Público Para a Marcação das Horas na Matriz de Uberaba

 

“Em 1873, formou-se uma Comissão com os cidadãos – Vigário Carlos José dos Santos, comendador Antonio Eloy Cassimiro de Araújo, major Francisco Rodrigues de Barcellos, major Joaquim José de Oliveira Penna, capitão José Bento do Valle, negociante Luiz Soares Pinheiro, capitão Manoel Rodrigues da Cunha (filho de Manoel Rodrigues da Cunha Mattos  - o Capitão Pólvora), tenente coronel Antonio Borges Sampaio e contratou com o relojoeiro Florêncio Forneri a colocação de um regulador público em uma das torres da Matriz. Este regulador foi inaugurado em 20 de janeiro de 1874, sendo as despesas do contrato e obras de assentamento, pagas com o produto subscrito por diversos cidadãos.

Quem estas linhas escreve (tenente coronel Antonio Borges Sampaio) foi o zelador do dito relógio durante quatorze anos. O sino para ele foi doado em 1874 pelo capitão Manoel Rodrigues da Cunha (filho de Manoel Rodrigues da Cunha Mattos – o Capitão Pólvora). Foi fundido no Rio de Janeiro, mas o doador pagou as despesas do transporte até Santos; dali a Uberaba foram pagas pela Comissão, pagando eu as da subida para a torre e edificação. Esse sino tem, fundidos, os seguintes dizeres:

 

Oferecido pelo benemérito

Capitão Rodrigues da Cunha

para o relógio desta Matriz

em 20 de janeiro de 1874

      

O contrato feito entre a Comissão de 1873 e Florêncio Forneri, vai transcrito em a nota 9.

     O regulador de 1874 funcionou até 1899; isto é, até serem demolidas as duas torres, sendo substituído na atual por um outro, obtido à custa de donativos de comerciantes do Rio de Janeiro e São Paulo e mandado fabricar na Suíssa, assentando-o o mesmo artista Florêncio Forneri, que tinha fornecido as indicações para a fabricação; tudo por diligências da Comissão de Obras. O assentamento deste novo regulador, obra delicada, perfeita e bem acabada, efetuou-se em 1900 e bate as horas repetidas e meias horas como o primeiro no mesmo sino doado pelo capitão Manoel Rodrigues da Cunha, do peso de trinta e cinco arrobas.” 

 

 Observação: Conforme publicação, da autoria do tenente coronel Antonio Borges Sampaio, editada pela Imprensa Oficial de Minas Gerais – Revista do Arquivo Público Mineiro – janeiro a dezembro de 1902 – páginas 653/690. Os grifos em itálico são nossos.