Duendes e Gnomos

 

Os índios apenas matavam animais ou destruíam na mata o que fosse de extrema necessidade para sua sobrevivência. Não derrubavam nunca uma árvore que possuísse dono, ou seja, um Elemental. Os seres fantásticos serviam para manter, pelo temor esses costumes. Os indígenas não possuiam índole de competitividade nem de acumulação de bens e mantimentos. Sabiam que se fossem dominados pela inveja, desejo e cobiça, estariam infringindo as leis da Natureza e seriam castigados pelso espíritos. Viviam assim em harmonia com o planeta e toda forma de vida. Independente da existência real ou não de tais personagens, já sabemos porque eles existem. Portanto, para compreendermos o fabuloso mundo das lendas e mitos, é necessário vermos com os olhos do espírito, analisando e estudando tais contos porque eles podem vir a ser o veículo de grandes verdades. Alguns entes podem ser fruto da imaginação do caboclo sim, mas como se explica a existência de tais seres em regiões totalmente diferentes? Alucinação coletiva?

Alguns colocam os seres brasileiros como roupagens de elementais, espíritos da natureza ligados aos quatro elementos(terra, fogo, água e ar). Vivem em grande parte na floresta, junto a natureza, com sua missão de protegê-la. De composição etérica, sutil, raramente se expõem aos homens nos dias de hoje. Estudiosos explicavam que em tempos antigos, contato estreito era travado com eles, porém pelos erros, pensamentos e sentimentos negativos, a ligação se rompeu.

Comumente são reconhecidos como fadas e duendes, e estão presentes nas lendas e mitologia de todos os povos. Como são formados de energia, não possuem corpo material definido. Sua aparência é de acordo com a crença e a cultura de quem vê. Segundo Helena Blavatsky, são a alma dos elementos, as forças caprichosas da natureza, que atuam sob uma lei imutável, inerente aos centros de força, com consciência não desenvolvida e corpos de matéria plástica, modelados segundo a vontade consciente do ser humano que se põe em relação com eles. Enquanto um índio vê o Curupira, um trabalhador rural irá ver o Saci, um irlandês o Leprechaun e um inglês certamente verá um Pixie ou um Brownie. Todavia um cético pode até não ver nada, mas sentirá uma inegável e estranha presença, talvez seguida de sons, acompanhada por um sinal na mata. Os grupos de espíritos da natureza varia mtanto quanto as etnias. Observamos isso ao notar que em todo o planeta existem entes que embora possuam diferenças regionais são de características similares. Podemos então, traçar um paralelo dos elementais brasileiros dessa forma: o Saci, o Curupíra, o Lobisomen e os elementais da Terra.

Boiúna e Alamoa se relacionam à Água, enquanto a Guardadora e os Cupendiepes ao Ar.

Em ligação com o elemento Fogo(Salamandras), além do BoiTatá, há a Cumanga. Até mesmo na Europa Antiga os espíritos da Natureza não tinham as mesmas características atuais. As crianças de hoje são criadas pensando nos duendes como seres diminutos de disposição benévola, mas os duendes da Idade Média não eram nem pequenos nem particularmente bondosos. Não há dúvidas que os duendes, elfos e trasgos eram considerados como altamente malévolos. Vê-se então que a concepção corrente de gnomos se formou com o tempo. Um estudo moderno do folclore europeu sugere a divisão da maioria dos duendes medievais em 4 categorias: os duendes de bando que passavam o tempo todo dançando e banqueteando; gnomos, os espíritos guardiães que cumpriam tarefas domésticas para os mortais; sereias e espírtios aquáticos; e gigantes e monstros. Nessa classificação já se nota grande similaridade com os seres brasileiros. O BoiTatá(MBoitatá:Mboi=cobra, Tatá=fogo) aparece como uma cobra de fogo que dizem ser a protetora dos campos contra aqueles que os incendeiam. Encontramos semelhantes em outros países: Ronda dos Latinos, na França, Luz Louca, na Alemanha, Jack-with-a-lantern ou Fogo dos Druidas na Inglaterra e Vibora-del-Fuego na Argentina. O Curupira também tem seus similares. São eles: o francês Roulon des Vosges, o paraguaio e argentino Curupi, o venezuelano Maguare, o colombiano Selvage,o boliviano Cauá e o Chudiachaque dos incas peruanos. Já os mitos aquáticos não ficam atrás. Uiara (ou Iara) e Boiúna no Brasil, Mayu-Mama no Peru, Avizotl da mitologia azteca, Dobaya da região de Doren (Golfo), Rosaulki do Danúbio, Iemanjá e Oxalum africanos, Sedna dos esquimós, Unktac dos índios Dakota e o russo Vodiano, entre tantos outros.

By Diego & Priscila

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