Ao longo da história vimos surgir, mesmo entre os povos mais desenvolvidos, seitas e movimentos politico-religiosos que se caracterizavam pelo alto grau de violência. Na Idade Média por exemplo, o chefe dos xiitas (grupo de dissidentes muçulmanos) fundou uma seita com idéias politico-religiosas que ficou conhecida como Hashischins, termo que se transformou nas línguas ocidentais em "assassino". Interessados nesse movimento, dirigentes de diversas outras sociedades secretas aderiram a ele, introduzindo o uso do haxixe, dentre outras coisas.

Segundo estudiosos, para alcançar os propósitos dos hashischins, os membros da seita eram obrigados a infiltrar-se nas cidades e nos acampamentos dos inimigos, onde matavam pessoas de todo e qualquer nível social. Essa estratégia frequentemente provocava a morte de membros do próprio grupo. Para que perdessem o medo de morrer, os chefes hashischins asseguravam então que o haxixe lhes dava uma antevisão do paraíso, para onde iriam se falhassem na missão. Alguns grupos porém, começaram a combater a seita de modo que ela desapereceu, sendo vencida pela aliança formada entre os mongóis e seu maior inimigo, o sultão mameluco Baybars.

Há cerca de 300 anos, um grupo de indianos adoradores da deusa Kali, a deusa da morte, fundaram uma fraternidade intitulada Thug, cujos membros se comunicavam por meio de uma linguagem secreta e de gestos, os quais só eles sabiam interpretar. A Kali havia sido confiada a tarefa de destruir o poder demoníaco que oprimia o mundo, e seus seguidores concluíram que os peregrinos em adoração a outros deuses deviam ser seus demônios disfarçados de gente. Assim, os thugs faziam amizade com esses grupos e logo que ganhavam a confiança deles, estrangulavam-nos com lenços ou laços que carregavam na cintura. Depois de mortas, as vítimas eram mutiladas por membros da seita especialmente treinados para isso. Para que não identificassem as vítimas, escavavam buracos com picaretas sagradas, jogavam terra por cima e dançavam sobre a superfície para achatá-la. O ritual terminava com oferendas de açúcar à deusa Kali e libações sobre a picareta. Por fim, repartiam entre si o que haviam roubado da vítima.

Surgiram na Europa, no iníco deste século. Movimentos que enfatizavam uma política nacional-socialista, a desigualdade existente entre as diferentes raças e a obediência cega ao governo. O nazismo tinha raízes nas teorias do Conde de Gobineau(1815-1882) sobre a desigualdade entre as raças humanas; nas do compositor Richard Wagner(1813-1883), que defendia a hipótese do super-homem-nórdico; e nas idéias de alguns estudiosos alemães, que propunham movimentos anti-semíticos e anti-católicos. O fascismo, implantado na Itália por Benito Mussolini, não só defendia idéias semelhantes, mas enfatizava o papel criativo da violência na evolução humana. Apesar das desastrosas consequências da Segunda Guerra provocadas por esses movimentos, outros semelhantes estão surgindo em diversas partes do mundo, como os neonazistas, skin heads, neofascistas,etc.

É uma organização composta exclusivamente de elementos da raça branca, e voltou a ação depois de quase 20 anos de inatividade. Fundada em 1865, não passava de um clube social para confederados norte-americanos. Com a abolição dos escravos sofreu profundas alterações, e destinou-se a proteger os brancos dos ataques dos ex-escravos negros. Seus membros trajavam longas batas brancas, capuzes pontudos e cobriam o rosto para não serem reconhecidos. Capturavam, torturavam e matavam os negros. O grupo se tornou muito poderoso, a ponto de influenciar a formação de outros grupos semelhantes, como o da Camélia Branca, a Liga Branca, O Círculo Invisível ou os Rostos Pálidos - todos dedicados a matar negros. No início de século 20, a Ku Klux Kan aumentou seu raio de ação e passou a perseguir judeus, mexicanos, latinos, homossexuais e determinadas organizações trabalhistas. Após o acontecimento de 3 graves assassinatos promovidos por seus membros, as autoridades proibiram o seu funcionamento. Ressurgiu há algum tempo como organização política. Com a situação legalizada, os seus membros não se escondem mais, deixando-se fotografar, dando entrevistas, etc.

Como explicar o reaparecimento de movimentos que no passado já causaram tanto sofrimento à humanidade? Em que mundo estamos? Em que mundo vivemos? Gostaria de lembrar que existem várias religiões e seitas tidas como malignas que apesar disso, não são manchetes de jornal ou causas de assassinatos e perseguições horrorosas. Respeitemos, uns aos outros acima de tudo. Não pela cor, não pela raça. Não pela inteligência, não pela posição social. Mas sobretudo, por sermos todos iguais, no sentido de sermos humanos, termos alma, espírito, coração e sentimentos. Se você não acredita em almas, espíritos, e outras coisas do tipo, respeite por algo que você possui e é: pelos seus sentimentos, por ser humano. Muitas vezes, as pessoas sentem igual. Talvez porque sejam tão humanas quanto os outros.