O LAMENTO DAS COISAS Triste, a escutar, pancada por pancada, A sucessividade dos segundos, Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos, O choro da Energia abandonada ! É a dor da Força desaproveitada, - O cantochão dos dínamos profundos, Que, podendo mover milhões de mundos, Jazem ainda na estática do Nada ! É o soluço da forma ainda imprecisa... Da transcendência que não se realiza... Da luz que não chegou a ser lampejo... E é, em suma, o subconsciente aí formidando Da natureza que parou, chorando, No rudimentarismo do Desejo ! Augusto dos Anjos