O POETA DO HEDIONDO Sofro aceleradíssimas pancadas No coração. Ataca-me a existência A mortificadora coalescência Das desgraças humanas congregadas! Em aluncinatórias cavalgadas, Eu sinto, então, sondando-me a consciência, A ultra-inquisitorial clarividência De todas as neuronas acordadas ! Quanto me dói no cérebro esta sonda ! Ah! Certamente, eu sou a mais hedionda Generalização do Desconforto... Eu sou aquele que ficou sozinho Cantando sobre os ossos do caminho A poesia de tudo quanto é morto! Augusto dos Anjos