O RESSUSCITANTE

          	   A Ester de Cáceres

	Meus pés, minhas mãos  
	meu rosto, meu flanco,
	--- fogo de papoulas !
	E hoje, lírio branco !

	Pela minha boca,
	por minhas olheiras,
	--- arroios partidos !
	E hoje, albas inteiras !

	Eu era o guardado
	de sinistras covas !
	E hoje visto nuvens
	cândidas e novas !

	Vi apodrecendo,
	com dor, sem lamento,
	meu corpo, meu sonho
	e meu pensamento !

	E hoje, sou levado
	por entre as caídas
	coisas, --- transparente !
	(Aroma sem nardo!)
	Fuga sem violência!) 

	E de cada lado
	choram doloridas
	mãos de antiga gente.
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