Estamos a sair de Polesskoye e em direcção a casa. A radiação é aqui a mesma que na estação Grand Central em New York, onde a radioactividade da pedra sobe o nível até aos 50 microR/hr.
A excitação de andar de mota através da Terra dos Lobos não se pode comparar com o que seria indo de carro. Num carro, é-se apenas um turista. De mota, é-se selvagem, abusador, parte da vida livre.
Geralmente, quando se fala da zona morta, fala-se acerca duma área de 30 km em redor do reactor.
E estas cidades e aldeias? Estão a 60 km do reactor.
A Terra dos Lobos é maior do que muitos pensam e continua a crescer. Actualmente, estende-se por 300 km de Sul a Norte e por 100 km de Este a Oeste.
Claro, há pessoas a viver em vários sítios, mas não se encontra gente jovem e próspera com rostos felizes. São na maioria pessoas idosas que querem passar o que resta das suas vidas nos seus velhos lares... Alguns lugares estão limpos e são seguros para se viver, mas a infraestrutura da região está em colapso e já não há empregos nem mais nada que atraia os jovens. A região está a morrer.
O mapa abaixo mostra o território total que Chernobyl envenenou com radiação.
Há duas alas da Terra dos Lobos. Até agora nas minhas reportagens da "Cidade Fantasma" e "Terra dos Lobos" visitámos apenas a ala sul que fica localizada na Ucrânia e Bielorússia.
A ala norte está localizada na Bielorússia e Rússia. É enorme e depressiva. Talvez lhes conte acerca dessa terra um dia.
Primavera de 2007 (Foto reportagem)