Os anos de 1969 a 1973 foram o período de maior crescimento da história da economia brasileira. O setor de bens de consumo duráveis foi o que mais se expandiu. O período ficou conhecido como "milagre econômico".
O retorno ao crescimento foi facilitado pela existência de capacidade ociosa do período anterior, pela nova estrutura de financiamento montada no PAEG e pela disponibilidade de empréstimos estrangeiros. Na falta de poupança doméstica, a poupança externa foi a alternativa viável.
As exportações aumentaram e o volume de empréstimos externos superou o montante utilizado para financiar o crescimento. Houve, então, grande acúmulo de reservas cambiais.
Com a mudança de governo em 1968, foi elaborado o Plano Estratégico de Desenvolvimento para o período de 1968 a 1970.
A política monetária antiinflacionária de altas taxas de juros do período anterior tinha reduzido o consumo e o investimento agregados. Com o PIB abaixo de sua taxa natural, o objetivo do plano era estimular a demanda privada. Foram adotadas políticas monetária e fiscal expansionistas. A oferta de moeda e o crédito ao setor privado foram expandidos e os gastos do governo aumentaram. Aço e outros insumos básicos para a indústria automobilística foram barateados.
O crescimento econômico foi impulsionado pelo bom desempenho nas indústrias de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e de construção civil.
As indústrias de material elétrico, química, construção naval e de bens de capital também aumentaram sua produção.
O demanda por bens duráveis aumentou em virtude dos consórcios e do fornecimento de crédito ao consumidor por empresas financeiras.
O Sistema Financeiro da Habitação, o BNH e o FGTS estiveram por trás da expansão da construção civil, que passou a contratar mais. Com isso, cresceram o consumo agregado e a produção das indústrias metalúrgica e de minerais não-metálicos.
A economia atingiu o pleno emprego em 1970. A partir deste ano, investimentos foram destinados a ampliar a capacidade produtiva da economia. O auge do milagre econômico deu-se nos anos de 1972 e 1973.
O aumento da renda agregada não se distribuiu para todos e houve tendência à sua concentração. O crescimento rápido beneficiou a mão-de-obra especializada.
O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) foi elaborado para o período 1972-1974. O "modelo brasileiro" seria organizar o governo de modo a tornar a economia plenamente desenvolvida no espaço de uma geração.
Os custos da indústria nacional seriam reduzidos pelo fornecimento governamental de insumos básicos mais baratos. As exportações, principalmente de produtos manufaturados, seriam diversificadas. Seriam feitos investimentos em educação, no desenvolvimento tecnológico e na agricultura.