No começo dos anos trinta, a economia brasileira encontrava-se com déficit na balança comercial. As importações valiam mais do que as exportações, porque a renda estava mais alta do que a dos países em depressão.
A taxa de câmbio foi, em consequência, mantida desvalorizada durante toda a década para reduzir as importações.
Com a redução das importações, a demanda pelos produtos locais mais baratos aumentou.
Por causa disso, agricultura e indústria puderam se expandir, enquanto se reduzia a lucratividade do setor agrícola exportador. O mercado interno crescia.
A indústria emergente precisava de máquinas para a montagem de fábricas. Porém, a desvalorização cambial dificultava a sua importação. A indústria recorreu, então, às máquinas subutilizadas já instaladas para atender à crescente demanda por produtos nacionais.
A manutenção da renda doméstica e o crescimento do mercado interno consumidor foram fatores favoráveis ao desenvolvimento da indústria nos anos trinta.
Porém, a desvalorização cambial que reduziu a capacidade de importar máquinas foi um fator desfavorável para a expansão das fábricas. Apesar disto, foi possível comprar máquinas usadas dos países onde a depressão sucateava a indústria.
Os fatores favoráveis superaram os desfavoráveis e a produção industrial cresceu em 50% entre 1929 e 1933.
As indústrias que se desenvolveram para substituir as importações foram as de bens de consumo. Não houve produção local de máquinas nos anos trinta.
A taxa de câmbio desvalorizada fixa protegeu a indústria emergente.
Com a redução das exportações, caiu a capacidade de importar. O crescimento da indústria durante toda a década dos trinta até 1945 ocorreu neste ambiente. Esta restrição funcionou como uma reserva de mercado para a indústria nacional.
Depois de 1937, a reserva de mercado passou a ser promovida pelo Estado Novo. A substituição de importações intensificou-se e aumentou a produção local de alimentos, tecidos, bebidas e transportes.
A restrição à importação tornou-se severa e a indústria foi impedida de importar máquinas. As novas fábricas não puderam incorporar os avanços tecnológicos do exterior.
As exportações aumentaram durante a Segunda Guerra Mundial. A demanda externa por produtos brasileiros aumentou por parte dos países beligerantes que voltavam a produção para artigos de guerra. Contudo, as importações foram diminuídas ainda mais. O crescimento industrial que vinha desacelerando até 1942, voltou a crescer entre 1942 e 1945. A indústria metalúrgica puxou o crescimento.