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Valor


O que determina o valor dos bens? Os bens possuem valor se forem escassos, ou seja, se forem úteis e limitados em quantidade.

Valor-Trabalho

Os economistas clássicos britânicos Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823) explicaram a origem do valor no trabalho, ou seja, um bem vale o custo do esforço físico envolvido na sua obtenção.

O caçador que perseguiu e capturou um coelho ao final de duas horas de trabalho, se for trocá-lo, irá querer um peixe que também demorou duas horas para ser pescado.

A teoria do valor-trabalho estabelece que todos os bens que valem, e por isso são trocados, incorporam trabalho. Apenas o trabalho constitui a riqueza.

Mais-Valia

Usando a teoria do valor-trabalho, Karl Marx (1818-1883) argumentou que a acumulação de riqueza ocorre por causa da exploração dos que trabalham. Ele propôs o conceito de mais-valia.

Alguém resolve lavar pratos em um restaurante e combina com o proprietário que durante oito horas lavará quinhentos pratos em troca de $10. Tanto para o trabalhador como para o dono do restaurante, o pagamento de $10 compensa o esforço de oito horas de trabalho.

Se o dono do restaurante comprar uma lavalouça eletrônica, o empregado será capaz de lavar os quinhentos pratos em apenas seis horas.

O trabalhador irá agora trabalhar apenas seis horas ou receber mais pelos pratos lavados nas duas horas excedentes? Possivelmente nenhuma das duas situações: nem o trabalhador deixará o local de trabalho nem o patrão irá pagar mais.

O número de pratos lavados na sétima e oitava horas mede a mais-valia: o valor a mais de trabalho não pago ao trabalhador que é apropriado indevidamente pelo empregador.

Este é um exemplo de mais-valia relativa. A mais-valia absoluta ocorreria se o dono do restaurante fosse capaz de obrigar o empregado a fazer hora extra sem remunerá-lo.

O economista moderno argumentaria que o capital (no exemplo, a lavalouça) também aumenta a produtividade. Marx, porém, achava que apenas o trabalho gera valor.

Valor-Utilidade

Economistas clássicos franceses como Jean-Baptiste Say (1767-1832) achavam que a utilidade explicaria o valor. O pescador que não come carne não vai trocar peixe por coelho, mesmo que o coelho incorpore as mesmas horas de trabalho.

O valor dependeria apenas da utilidade subjetiva proporcionada pelo bem a determinada pessoa. Esta é a teoria do valor-utilidade.

Utilidade marginal

A teoria do valor gerado pela escassez combina as duas abordagens clássicas. Os bens possuem valor se forem úteis (como na abordagem francesa) e limitados em quantidade (como na abordagem britânica). A utilidade é condição necessária, mas não suficiente, para um bem possuir valor. Já o trabalho possui valor porque é, ele próprio, simultaneamente útil e limitado em quantidade.

A teoria da escassez também pode ser interpretada como utilidade marginal. Alguém desfruta de certa satisfação ao tomar um sorvete. Talvez ainda aumente a sua utilidade ao tomar um segundo sorvete. É possível que um terceiro sorvete a sacie e um quarto lhe cause mal-estar. A pessoa pode até ficar doente se tomar cinco sorvetes.

Mais e mais unidades de sorvete não trazem uma satisfação sempre crescente. A pessoa racional vai pensar "na margem", ou seja, em cada unidade de sorvete a mais. Há um limite máximo em determinada quantidade e a sua satisfação vai depender dessa quantidade ótima.

A utilidade inicialmente aumenta, atinge um máximo e depois declina. É a lei da utilidade marginal decrescente: a utilidade marginal do bem diminui com o aumento do seu consumo.


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Exercícios