Alguém já disse que a felicidade mora no passado e no futuro. É um lugar no qual não se chega, mas por onde se passa, às vezes, apenas por alguns instantes – e na maioria deles sem perceber. Ao comemorar a longa caminhada “com quase duas décadas”, podemos estar propensos a acreditar que, na lembrança das pessoas que aqui existiram, os tempos passados foram repletos de aura jamais acessível. Podemos nos iludir pensando que no passado fomos mais joviais, belos ou felizes. Os anos para alguns chegam a ser motivo de desesperança ou fastio.

Também há perigo de crer que nossa felicidade, individual ou como grupo, só está no futuro. É no futuro que alcançaremos tal meta, quando então teremos o que nos falta e seremos o que almejamos ser. É erro muito comum o de não enxergar o que há de bom à nossa volta, não percebendo a riqueza de coisas, talvez simples, mas, em essência, grandiosas. De acreditar que somente conquistando o inusitado é que realmente seremos completos. Engano. Ao alcançar algo que nos faltava, alcançamos também novas debilidades, desafios, problemas.

O templo em que congregamos, todavia, ergue-se em meio ao tempo. Está mais elegante em seu interior e exteriormente, com flores em sua ornamentação, mostra que está mais vivo do que nunca. Este, ao que parece, não envelhece. Renova-se com o tempo, com a viva e alegre presença de pessoas, que passam a fazer parte de sua história. Se algo envelhece, apenas eu e você o fazemos.

É preciso atentar para as possibilidades à nossa volta. Reparar a riqueza e oportunidade de cultuar e servir a Deus, na companhia de irmãos e irmãs. Isso pressupõe ser grato a Deus, evitar lamentos ou saudosismos fúteis. Esta é a comunidade e também o tempo que o Senhor colocou em nossa vida para servi-lo. E estas são as pessoas com quem temos a oportunidade e o privilégio de nos relacionar. É esta a beleza e a magia que adorna nossa igreja e que circunda nossos lábios.

Saibamos ser felizes e perceber esses pequenos detalhes, coisas simples em uma igreja, que amadurece sem perder seu charme e as possibilidades de viver a Graça de Cristo e a fraternidade com os irmãos.

Pr. Ricardo de Souza