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Zeus caiu, desacordado. Hera encostou-se a um canto do aposento e, estupefata, via a jovem realizar no quarto uma dança de guerra.
Por magia dos deuses ou por capricho de um universo ainda em organização, havia momentos em que o futuro e o passado coexistiam e Atena, guerreira que era, foi imediatamente lançada num turbilhão e viu-se lutando ao lado de seu pai, na guerra dos Titãs. Abateu o gigante Palas e esmagou um outro, Encébalo, jogando sobre ele um imenso rochedo. Em seguida, arrastou o imenso corpo inerte até a ilha de Sicília, onde o sepultou. E lá a terra tremia, cada vez que o gigante se movia no fundo de seu túmulo. Depois então Atena retornou sua dança bélica no quarto onde Zeus, desacordado no chão, nem sabia ainda do seu nascimento.
A cabeça de Zeus foi se recompondo e, tão logo a jovem terminou sua dança, ele retomou a consciência e levantou-se com dificuldade.
- Céus! - exclamou, olhando surpreso para a jovem guerreira. - É a filha de Métis! Desenvolveu-se em mim e nasceu das minhas meninges.
Aproximou-se da moça e tocou-lhe a fronte.
- Atena! Seu nome é Atena, minha filha muito amada! Será a deusa das guerras e protegerá as cidades. Mas cuidará também da fertilidade do solo e insuflará a inteligência e a razão em todos os que convocarem seu nome. Olhará pelas artes, pela filosofia, e por todas as atividades do espírito. Filha querida, eu a protegerei sempre, sob o manto do amor.
E houve momentos em que os deuses se exasperavam ante a complacência de Zeus para com Atena.
- Como pode ele ceder a seus pedidos caprichosos? Para ela, nunca tem uma palavra ou gesto de censura.
Mas Zeus apenas sorria e afagava a cabeça altiva da jovem guerreira.
Extraído do livro "OLIMPO, A SAGA DOS DEUSES", de Márcia Villas-Bôas, editora Siciliano.