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Espasmos


Raphaella de Perlingeiro


De repente um gosto amargo pousou sobre meus lábios,
Azedou minha língua.

O silêncio; sólido e feroz,
Possuiu minha boca inerte.

Diante da sua presença,
Que me é como um estupro.

Espasmos!
Escarrar antes que o engula.

O silêncio; anárquico é algoz,
Diante do seu olhar.

Foi seu olhar que me fez este furo entre as pernas!
Eu era anjo!

Por quê? Por que me fez tão real?
Tão subjugada.

Espasmos!
Intolerância ao azedo.

As vezes chego ter a ilusão de que me governo,
Mas diante de seu olhar...

Que me força este amargo entre os lábios,
Só me resta a entrega.

Ao amor que é meu tirano.

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