Genealogia Cearense
* 30/11/1873 - † 02/05/1942
JOSÉ ANTONIO iniciou o curso de medicina em Salvador, Bahia, e casou-se em primeiras núpcias, ainda estudante, com a bela e culta LUIZA Barbosa Cordeiro, filha de Cordolino Barbosa Cordeiro e Florinda Alencar Matos. O casal teve quatro filhos: Armando, Consuelo, Moacir e Zuíla. Armando, acometido de crupe, faleceu aos 5 anos de idade. Luiza, também contraiu a doença e veio a falecer em 3 de maio de 1911, há apenas um mês após o filho Armando. José Antonio abandonou a faculdade de medicina e retornou ao Ceará (Quixeramobim), extremamente abalado pela perda da esposa e do filho. Pelo tempo que cursou a faculdade de medicina, adquiriu o título de bacharel em Farmácia. Tornou-se, então, um simpatizante do espiritismo na busca de sua querida Luiza. Alguns anos depois, deixou o espiritismo e voltou a praticar a Religião Católica, para grande alegria da familia. Sua biblioteca espírita foi queimada pelos filhos católicos, inspirados nos velhos tempos da Santa Inquisição. José Antonio formou-se em direito na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia onde, em seguida, assumiu o cargo de Promotor de Justiça e, depois, o de Juiz de Direito. Durante a maior parte de seu segundo casamento, serviu em diversas cidades do interior do Ceará. Era um Juíz extremamente estudioso, trabalhador e honesto. Por sua postura íntegra, recebeu várias ameaças de morte. Certa vez, chegou a mudar com toda sua familia de madrugada, por conta de ameaças de políticos da região. Era filho de Coronel, mas, nem por isso, subordinou o Direito aos desejos destes. Mesmo como Juiz de Direito, manteve o ofício de farmaceutico. Criou fórmulas e medicamentos reconhecidamente eficazes para os males a que se propunha combater. Um dos medicamentos lembrados pelos seus filhos foi o Plurital, utilizado em problemas pulmonares. A filha mais velha de José Antonio de seu primeiro casamento foi Consuelo. Funcionária dos Correios, não chegou a casar, apesar de ser reconhecidamente bela como a mãe. Faleceu aos 92 anos de idade, em 4 de março de 2000. Moacir, nasceu em 13 de outubro de 1910, sendo o segundo filho do primeiro casamento. Foi membro do Clube dos Poetas Cearenses e autor do livro " Meus Momentos", de 1987. Moacir foi comerciante de calçados em Fortaleza. Casou-se com a belíssima Maria José Cavalcante Barros Leal, com quem teve sete filhos. A caçula de seu primeiro casamento, Zuíla, seguiu a profissão de técnica em manipulação de remédios. Por 30 anos, foi chefe do laboratório da Farmácia Oswaldo Cruz. Zuíla faleceu solteira, em 17 de janeiro de 1987. Em novembro de 1911, após seis meses de viuvez e tristeza, José Antonio casou-se em segundas núpcias com a irmã de Luiza, MARIANA Barbosa Cordeiro. O casal teve seis filhos: Maria Luiza, Francisca Áurea, Fernando, Graziela, Francisco Eduardo e Ieda. Maria Luiza, nasceu em 5 de setembro de 1913 e foi casada com o ex-pracinha da FEB, Eliezer Gonçalves Feitosa. O casal não teve filhos. Era uma habilíssima costureira. Faleceu em 23 de dezembro de 1995. Francisca Áurea, nasceu em 9 de fevereiro de 1914 e fez votos de freira para a Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição. Assumiu o nome de Irmã Marciana. Era formada em Filosofia, e ensinou Latim e Português nos colégios da Congregação. Faleceu em 19 de janeiro de 1998. Fernando, nasceu em 21 de setembro de 1915 e teve uma história muito interessante. Era funcionário das Casas Pernambucanas e estava galgando cargos de chefia, quando, muito cansado, resolveu tirar férias na serra do Estevão, em Quixadá. Era noivo de uma moça chamada Jucileide. De lá, voltou certo em abandonar sua vida de leigo e tornar-se padre. Foi estudar na Colombia e ordenou-se Jesuíta em dezembro de 1952. Uma vez ordenado, foi morar no convento Jesuíta em Recife. Em meados de 1959, após muitos desentendimentos de ordem filosófica e teológica, Padre Fernando pediu licença para voltar a ser leigo. Casou-se com a professora da Escola de Belas Artes do Recife, Maria do Carmo Nascimento Leal, com quem teve uma filha, Daena, hoje cirurgiã oftalmologista em Recife, Pernambuco. A saida do Padre Fernando da igreja foi um momento de grande tensão e dor para a familia. Ele fez uma longa carta para os irmãos Jesuítas, expondo suas dissidências com a Congregação. Hoje talvez fosse compreendido, mas a igreja de então não foi capaz de aceitar suas idéias, que eram revolucionárias para a época. Após deixar a batina, foi professor da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Escreveu o livro "Filosofia do eterno e do efêmero". Fernando faleceu em 25 de setembro de 1978, de enfarto agudo. Graziela, nasceu em 30 de setembro de 1918. Desde a infância, deu claras mostras de ter nascido para a vida religiosa e tornou-se freira Dorotéia em 1950. Faleceu em 8 de dezembro de 2001, de câncer pulmonar. Era extremamente alegre e quando soube que estava com câncer disse à familia: “Não rezem para me curar, rezem para que eu consiga me comportar”. Francisco Eduardo, nasceu em 4 de novembro de 1921. Entrou para o seminário aos 12 anos e ordenou-se padre Diocesano em dezembro de 1950. Mais tarde, pediu dispensa ao Vaticano por considerar que a Igreja Romana à época não estava fiel ao ConcílioVaticano II, especialmente no ítem opção preferencial pelos pobres. Entrou como professor titular da Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde foi diretor do Departamento de Humanidades. Exerceu, também, a função de Diretor do Departamento de ensino de 2º grau da Secretaria de Educação do Estado do Ceará por um período de três anos. Após a dispensa do Vaticano, casou-se com Vandir Diniz Barbosa, em uma união sem filhos. Faleceu em 30 de agosto de 1988. A caçula de todos os filhos foi Ieda, que nasceu em 2 de maio de 1924. Reside em Fortaleza e ainda conserva muitas lembranças de histórias da família. Denotada por sua grande timidez quando jovem, tinha temperamento apropriado para a vida religiosa. Aprontou enxoval para entrar na congregação das Carmelitas, mas desistiu na última hora. Cerca de um ano depois, passou em um concurso para a Secretaria Estadual da Fazenda e conheceu seu futuro marido, Vanderil de Souza Reis, com quem teve seis filhos: Fernando (já falecido), Luiz Eduardo, Regina Lucia, Francisco de Assis, Ana Maria (autora desta pequena biografia de José Antonio), e Vera Maria. Ana Maria é psicóloga e os demais são funcionários públicos. Conta Ieda, a única testemunha viva da vida de José Antonio, que o pai era um Juiz de “linha dura” e jamais abriu mão de seus princípios. Sempre usou a lei como fundamento único, razão pela qual adquiriu muitos desafetos ao longo de sua carreira. Naquela ocasião, os prefeitos queriam realizar eleições a “bico de pena”, sistema no qual não havia o benefício do voto secreto. Os Coronéis exerciam forte controle junto ao eleitorado causando intimidação com a simples presença na hora do voto, induzindo os eleitores a votarem neles. O Dr. José Antonio não aceitava este tipo de conduta e por esta razão atraía a ira dos políticos das cidades. Estes, por sua vez, pressionavam os governadores a influenciarem no Tribunal de Justiça para transferirem o “maldito Juiz”. Por conta disso, o Juiz teve seus filhos nascidos por todo o território cearense, deixando de fincar raízes no interior do estado. O Dr. José Antonio, além de muito rigoroso na aplicação da lei, era um homem muito culto e muito estudioso. No entanto, todo este cabedal não foi suficiente para sensibilizar os membros do Tribunal, razão de não ter chegado ao posto de Desembargador. José Antonio faleceu aos 68 anos em sua casa, em Fortaleza, às 17 horas do dia 7 de março de 1942, cercado da familia e dos amigos. O filho, Padre Fernando, que encontrava-se em Fortaleza no momento da morte do pai, rezava na Igreja de São Benedito, o Santuário de Adoração Perpétua. A morte de José Antonio foi relatada em uma carta pormenorizada escrita pela filha Zuíla à Irmã Marciana. A carta encontra-se guardada no convento da Imaculada Conceição.
da Guarda Nacional, emitido em 22 de setembro de 1910
JOSÉ ANTONIO DE BARROS LEAL. Casou-se em primeiras núpcias com LUIZA Barbosa Cordeiro e, em segundas núpcias, com MARIANA Barbosa Cordeiro. Filhos de JOSÉ ANTONIO e LUIZA (1° matrimônio):
Faculdade de Medicina da Bahia, em 7 de outubro de 1902
Agradecimentos especiais a Eduardo Barros Leal, Ana Maria Barros Leal e Francisco Eduardo Cavalcante de Barros Leal.
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