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Dê um clique em cima de um dos títulos e leia o artigo:

  1. Desordem Institucional
  2. Impeachment Presidencial
  3. O Farsante do Planalto
  4. Crime e Omissão
  5. Fase Terminal(sobre a cidade do Recife)
  6. Exterminando o Futuro.
  7. Decisão Inadiável
  8. Fracassados Bem-sucedidos
  9. Comédia e Tragédia
  10. FHC Continua Doando o Brasil

FECHANDO A CORTINA

FECHANDO A CORTINA

Márcio Accioly*

quarta-feira, 19/07/2000

            O ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) promete não deixar nada de pé na administração FHC. Ele se sente traído e abandonado pelos antigos companheiros, depois de tanta cumplicidade e de tantos serviços prestados. O ex-parlamentar nutre ódio especial pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP) a quem acusa de principal responsável pela sua cassação. Estevão já declarou que conheceu o juiz Nicolau Lalau através de Tuma, insinuando, ainda, que o ex-diretor da Polícia Federal tem envolvimento muito maior do que se pensa nos desvios de verba do TRT paulista. Para Luiz Estevão os que o elegeram como “bode expiatório” pretendiam, com seu afastamento, “esconder todas as irregularidades conhecidas, desviando-se do foco dos acontecimentos”. Ele tem sido enfático ao afirmar que “isso não vai acontecer”.

            Some-se às declarações de Luiz Estevão o posicionamento do senador ACM (PFL-BA) para se ter quadro de natureza explosiva. O presidente do Congresso Nacional vem citando o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) como “uma das maiores fontes de corrupção no governo”. O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS) já teria sido demitido em qualquer governo sério, e colocado inapelavelmente na prisão. Mas, no “governo” FHC tudo é permitido e possível. Desde a entrega graciosa de todas as estatais, com dinheiro público do BNDES, até a renúncia ao território brasileiro como atesta o acordo com os Estados Unidos a respeito da base de Alcântara, no Maranhão. FHC está levando o Brasil à situação de irreversível conflito, conduzindo o quadro social a desespero absoluto.

            Luiz Estevão quer saber onde se encontram cerca de 90 milhões de dólares desviados do prédio do TRT de São Paulo, dinheiro ainda não localizado pelo Ministério Público. O Banco Central, depois de um ano e meio de requerimento efetuado pelo MP, entregou de forma incompleta o rastreamento das ordens bancárias de pagamento à construtora daquele Fórum Trabalhista. Nada de revelar nomes de pessoas diretamente beneficiadas. A corrupção assumiu proporção gigantesca e generalizada, envolvendo altíssimos escalões da República. O que sobra é muito pouco ou quase nada. A rede de proteção em torno do juiz foragido é impressionante. Não se sabe por onde ele anda. A quebra do sigilo bancário do ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, solicitada pelo MP, vem tirando o sono do presidente FHC.

            Com suas empresas desacreditadas e falidas, embora possua bens e disponha de dinheiro no exterior, Luiz Estevão vai ocupando espaços no nervoso jogo. Não lhe faltam habilidade e destreza. Frio, articulado, mostrando profundidade no conhecimento das regras, é ele quem dita normas e procedimentos. Ficou menos de 24 horas na prisão, pois é arquivo vivo de inestimável valor. Conhece todos os fios e a maneira precisa de como é tecida a trama. Nada mais tem a perder, destruído que foi na sua ambição política, abatido em pleno vôo. O Estado brasileiro vai atingindo seu mais alto nível de deterioração, exalando insuportável podridão das entranhas. O presidente FHC parece ser o único que ainda não descobriu: a festa acabou, vai chegando ao fim seu reinado de miséria e patifaria.

 *Márcio Accioly é jornalista


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