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  1. Fechando a Cortina
  2. O Farsante do Planalto
  3. Exterminando o Futuro
  4. Crime e Omissão
  5. Fase Terminal(sobre a cidade do Recife)
  6. Desordem Institucional.
  7. Decisão Inadiável
  8. Fracassados Bem-sucedidos
  9. Comédia e Tragédia
  10. FHC Continua Doando o Brasil

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IMPEACHMENT PRESIDENCIAL

Márcio Accioly*

Quarta-feira, 05/07/2000

 

            O presidente FHC é frio e perverso. Sem qualquer compromisso com o Brasil. Alcançou o primeiro mandato (1995-99), prometendo reformas estruturais que iriam corrigir gravíssimas distorções na vida nacional. Educação, saúde e redução do desemprego eram alguns dos itens incluídos na pauta que coletava o mar de rosas anunciado. Quando o ex-governador de Minas Gerais (1983-84), Tancredo Neves, elegeu-se presidente da República através do voto indireto (derrotando o regime militar no Colégio Eleitoral de 84), anunciou que não iria pagar a dívida externa do país “com a fome e o desespero do povo”. Dívida, aliás, que não se sabe e nem se explica, pois já foi paga dezenas de vezes e não pára de crescer. Tancredo morreu sem assumir e ficamos à deriva, por cinco anos, nas mãos de seu vice, José Sarney (1985-90).

            Nós sustentamos a pujança econômica e robustez do chamado primeiro mundo, doando nossa produção e nossos recursos. Ao assumir a Presidência, nesses novos tempos, FHC agiu ao contrário do anunciado por Tancredo Neves: destruiu o parque industrial, financiou a “venda” de estatais com dinheiro público do BNDES e promoveu o maior desemprego de que se tem notícia. Fez mais: cortou verbas destinadas ao social, encurtando recursos da educação, estradas e saúde, deixando a população à míngua e sem ter a quem apelar. Além disso, a corrupção praticada às escâncaras, com seu envolvimento pessoal questionado, aguça sentimento de impunidade e de descrédito, no acirramento da guerra civil como única saída. Não se oferecem alternativas aos milhões de necessitados.

            Todo o dinheiro, a riqueza produzida, está sendo administrado pela banca estrangeira do FMI. O que mais preocupa, porém, é que o país vai sendo dividido, retalhado dolorosamente, e o Congresso Nacional não toma providências no sentido de dar um basta à apavorante sangria. FHC é entreguista, marionete representante de interesses alienígenas. Não é preciso provar mais nada. O que surpreende é o fato de nossos “zelosos” representantes federais, depois de recusarem CPIs que incriminariam o presidente de forma definitiva, não terem, ainda, decidido pelo impeachment na busca de correção de rumos. A violência que ora domina o país é fruto do desespero da maioria, na luta brutal pela sobrevivência. Não existe esperança.

            As cidades do interior estão fervilhando no desemprego, no analfabetismo crônico e na fome. As campanhas publicitárias oficiais, enumerando maravilhas deste Brasil de fim de século, retratam país inexistente e utópico. O país verdadeiro observa, no penoso dia-a-dia, milhões e milhões de jovens sem trabalho, vagando sem destino pelas ruas, em ociosidade imposta. É preciso que se restabeleça a possibilidade de esperança, antes que essa juventude improdutiva canalize sua força e energia para o exercício da luta armada. No caos estabelecido, parece ser esse o natural encaminhamento, veja-se o exemplo da Colômbia. É indispensável que se tomem providências, antes que seja tarde demais. A primeira delas, cumprindo o rito democrático, seria, pura e simplesmente, o impeachment do presidente da República.

 

*Márcio Accioly é jornalista

 


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