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IMPEACHMENT
PRESIDENCIAL
Márcio Accioly*
Quarta-feira, 05/07/2000
O presidente FHC é frio e perverso.
Sem qualquer compromisso com o Brasil. Alcançou o primeiro mandato (1995-99),
prometendo reformas estruturais que iriam corrigir gravíssimas distorções na
vida nacional. Educação, saúde e redução do desemprego eram alguns dos itens
incluídos na pauta que coletava o mar de rosas anunciado. Quando o
ex-governador de Minas Gerais (1983-84), Tancredo Neves, elegeu-se presidente
da República através do voto indireto (derrotando o regime militar no Colégio
Eleitoral de 84), anunciou que não iria pagar a dívida externa do país “com a
fome e o desespero do povo”. Dívida, aliás, que não se sabe e nem se explica,
pois já foi paga dezenas de vezes e não pára de crescer. Tancredo morreu sem assumir
e ficamos à deriva, por cinco anos, nas mãos de seu vice, José Sarney
(1985-90).
Nós sustentamos a pujança econômica
e robustez do chamado primeiro mundo, doando nossa produção e nossos recursos.
Ao assumir a Presidência, nesses novos tempos, FHC agiu ao contrário do
anunciado por Tancredo Neves: destruiu o parque industrial, financiou a “venda”
de estatais com dinheiro público do BNDES e promoveu o maior desemprego de que
se tem notícia. Fez mais: cortou verbas destinadas ao social, encurtando recursos
da educação, estradas e saúde, deixando a população à míngua e sem ter a quem
apelar. Além disso, a corrupção praticada às escâncaras, com seu envolvimento
pessoal questionado, aguça sentimento de impunidade e de descrédito, no
acirramento da guerra civil como única saída. Não se oferecem alternativas aos
milhões de necessitados.
Todo o dinheiro, a riqueza
produzida, está sendo administrado pela banca estrangeira do FMI. O que mais
preocupa, porém, é que o país vai sendo dividido, retalhado dolorosamente,
e o Congresso Nacional não toma providências no sentido de dar um basta à
apavorante sangria. FHC é entreguista, marionete representante de interesses
alienígenas. Não é preciso provar mais nada. O que surpreende é o fato de
nossos “zelosos” representantes federais, depois de recusarem CPIs que
incriminariam o presidente de forma definitiva, não terem, ainda, decidido pelo
impeachment na busca de correção de rumos. A violência que ora domina o país é
fruto do desespero da maioria, na luta brutal pela sobrevivência. Não existe
esperança.
As cidades do interior estão
fervilhando no desemprego, no analfabetismo crônico e na fome. As campanhas
publicitárias oficiais, enumerando maravilhas deste Brasil de fim de século,
retratam país inexistente e utópico. O país verdadeiro observa, no penoso
dia-a-dia, milhões e milhões de jovens sem trabalho, vagando sem destino pelas
ruas, em ociosidade imposta. É preciso que se restabeleça a possibilidade de
esperança, antes que essa juventude improdutiva canalize sua força e energia
para o exercício da luta armada. No caos estabelecido, parece ser esse o
natural encaminhamento, veja-se o exemplo da Colômbia. É indispensável que se
tomem providências, antes que seja tarde demais. A primeira delas, cumprindo o
rito democrático, seria, pura e simplesmente, o impeachment do presidente da
República.
*Márcio Accioly é jornalista