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O FARSANTE DO PLANALTO
Márcio Accioly*
sexta-feira, 14/07/2000
Na CPI do Orçamento (93), descobriu-se que o então governador do Distrito Federal (1991-95), Joaquim Roriz (PMDB), classificava-se como o maior vendedor de gado de corte, não só do planeta como de todo o universo. Encontraram cerca de 14 milhões de dólares em suas contas bancárias, valores que sua excelência não justificava. Nas argumentações, Roriz afirmou ser fruto da “venda de bois”. O fato é que a CPI passou como um furacão, deixando alguns poucos parlamentares cassados e fazendo com que outros se vissem obrigados a renunciar. Nenhuma autoridade foi presa e tudo voltou à falsa felicidade e à forjada alegria de sempre na velha terra tupiniquim. A CPI deixou o saldo de apenas um presidiário: o funcionário do Senado, José Carlos Alves dos Santos, acusado de assassinar a própria esposa a golpes de picareta.
Roriz saiu do governo e entrou o petista Cristóvam Buarque (1995-99), que perderia a reeleição para o mesmo Joaquim Roriz (1999-2003). Consciente da impunidade que aqui viceja, Roriz fortaleceu sua entourage com a presença de Luiz Estevão (PMDB), eleito senador. Estevão desempenhou papel relevante nas articulações políticas, especialmente durante a Convenção Nacional do PMDB (98) quando se impediu a candidatura presidencial de Itamar Franco. Tudo para reeleger FHC. Farra financeira monumental. Naquela ocasião, já eram desperdiçados milhões e milhões de dólares na suposta construção do prédio do TRT, em São Paulo, recursos cuja liberação foi iniciada no período em que FHC era ministro da Fazenda (93).
É possível que, agora, FHC não se lembre de mais nada disso. Não seria novidade. Ele também não se lembra do filho que teve com a jornalista Miriam Dutra, em 92, além de ter deixado o ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes, com as calças nas mãos no caso dos bancos Marka e FontCidam. FHC já avisou que não é amigo de Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência da República e ex-secretário financeiro de sua campanha eleitoral, companheiro de 20 anos. O presidente diz uma coisa pela manhã e faz outra à tarde. Com a cara mais cínica. Embora venha sendo coerente na entrega graciosa das riquezas brasileiras a grupos estrangeiros. Coerência que põe lenha na fogueira de guerra civil, não declarada, agravada nos desmandos sociais causados por atitudes insensatas.
O Congresso Nacional teria de se mobilizar, imediatamente, promovendo o impeachment de FHC. Não existe defesa para situação tão infame, conduzida por presidente indigno, traidor dos sonhos e aspirações de um povo. Seria preciso fechar com chave de ouro, colocando-se FHC na cadeia. Pela doação de nossas estatais, pelos acordos espúrios em que destina parte do território nacional aos Estados Unidos e pela necessidade, antes de tudo, de se oferecer exemplo edificante na aplicação da justiça. FHC é mentiroso contumaz e um dos principais responsáveis pela matança criminosa na violência do nosso dia-a-dia. Sem emprego, sem comida e sem esperança, as pessoas se desesperam e se destroem na loucura. Com a palavra, o Congresso Nacional.
*Márcio Accioly é jornalista