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"Meu nome é Enéas"

"Se, depois de tomar posse na Presidência da República, passado o período de seis meses, ainda existirem crianças nas ruas, abandonadas, sem escola, mendigando, eu e todos os meus companheiros de equipe renunciaremos às nossas funções".

Nesta página, pela ordem, encontram-se links para os seguintes artigos:

  1. Artigos de Márcio Accioly
  2. A Angústia do Desemprego (e o esgoto fétido em que vai nos jogando a Rede Globo)
  3. A Destruição de um País
  4. O que é a Imprensa Podre?
  5. Sinal de Alerta
  6. Convite às Armas
  7. Desastre à Vista
  8. Horário Eleitoral Gratuito (textos dos programas levados ao ar)
  9. Acorda Brasil
  10. A Convicção do Outro
  11. Compromisso
  12. Dados que Estarrecem
  13. Retrato da Desordem
  14. O Brasil em Perigo(Página principal)
  15. Entrevista com Dr. Enéas
  16. A Farsa do Plano Real
  17. Ratos irão abandonar o barco
  18. Injustiças e Maus Exemplos
  19. Candidatos do PRONA no Paraná

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Porque será que o Brasil não deu certo, não dá certo

Porque será que o Brasil não dá certo?

Porque será que o Brasil não deu certo, não dá certo, nada funciona? Dizem alguns que tudo de ruim que acontece é em função de origem, do domínio português. Que nenhuma das antigas colônias de Portugal conseguiu prosperar, basta ver a situação do Timor Leste, Macau, Cabo Verde, Angola,… …a lista é interminável, a grande maioria imersa na mais deprimente miséria. Que lá mesmo em Portugal, nosso antigo colonizador, a taxa de analfabetismo é muito alta e o país está sofrendo uma série de problemas, enfrentando dificuldades quase que insuperáveis na tentativa de integração à Comunidade Européia. Outros preferem acreditar, ainda, que "é tudo uma questão dos trópicos", do "carma" do Continente, citando como exemplo as três Guianas colonizadas por países do primeiríssimo mundo, mas, mesmo assim, não fugiram ao círculo de desespero e nem ao horror que tão bem conhecemos. Esse assunto talvez pudesse ser melhor definido por um estudioso das sociedades, um sociólogo (epa!). A questão é estarmos tão vacinados contra certos sabichões que preferimos ficar presos às nossas próprias divagações e lucubrações, tentando descobrir que infelicidade é essa, a nossa, que vai se tornando crônica.

Outros existem, mais radicais, iconoclastas e ateus convictos que colocam a culpa de tudo na religião. No tipo de religião que formou o nosso país. A Igreja Católica, segundo esses outros, seria a culpada de tudo: "criou vícios insanáveis e acostumou o povo na desgraça". Eles entendem que o fato de o catolicismo pregar a conformação e a renúncia, o desapego a coisas materiais, o abandono de tudo que é terreno, preparando-se para entrar "no outro lado" com a alma limpa (onde tudo já se encontra pronto e arrumado, desde que o mundo é mundo), abateu o ânimo das pessoas, do "populacho", deixando pleno convencimento de que "o que tiver de vir, virá, não adianta correr atrás". Afinal, dizem os incrédulos, a Igreja Católica já trouxe tudo pronto, o Céu, o Purgatório, o Inferno, tudo montado e burocratizado: "porque alguém iria pensar em lutar por mudanças?" A mistura desses ingredientes (continente e religião), afirmam os descontentes, ao se adicionar ao pensamento português, "deu no que deu". Como conseqüência cria-se uma ideologia de massacre nessa submissão.

No Brasil, ora no Brasil(!?), a maioria passa a vida inteira sem abrir um livro, sem ler, sem refletir, repetindo o que ouve aqui e alhures, quase todos com diploma universitário à mão, dizendo-se "doutor". Faculdades e universidades nós as temos aos montes, mesmo sem pagar e sem treinar professores ou, diríamos melhor, "reciclar" o magistério, mas isso já é uma outra história. Existem formados e conformados, sempre "conscientes" da intimidade com a "verdade", embora essa "verdade" muitas vezes seja apenas a repetição de velhos e carcomidos chavões, preconceitos, definições "perfeitas" e elaboradas que jamais são ou serão questionadas. Por falar em preconceito, para os que vivemos num país de profunda miscigenação racial, mas onde o negro, o mulato, o deserdado e principalmente o pobre não têm vez, o Brasil adotou até mesmo o "elevador social" e o de "serviço", separando, nos edifícios residenciais, a companhia indesejável de "senhores" e "servos". É essa a pátria amada, salve, salve!

Existem dois livros relativamente recentes, fundamentais para quem deseja ter compreensão mínima de como funciona a nossa sociedade: "Chatô", de autoria de Fernando Morais, e "Mauá", de autoria de Jorge Caldeira. O primeiro enfatiza a "formação política", a estruturação das principais mazelas nos nossos quadros dirigentes, enquanto que o segundo dá panorâmica exemplar a respeito de nossa "formação econômica". Não são livros apenas dirigidos aos estudiosos dos temas, dos assuntos citados, mas, direcionados a todos os que desejam ampliar conhecimentos e decifrar o mínimo das estranhas mensagens emitidas das entranhas da sociedade nacional. Isso sem citar o clássico do jurista Raymundo Faoro, intitulado "Os Donos do Poder", editado pela Editora Globo.

Num país onde existem cerca de 90% de analfabetos, muitos diplomados e que raramente abrem ou folheiam um livro (povo movido pela paixão, pela emoção pura e barata, que se deixa levar pela lavagem cerebral da Rede Globo), o preconceito com relação à candidatura do Dr. Enéas é fato que não chega a chocar, apresenta-se mais do que compreensível. Pergunte-se a pessoas de classe média se a candidatura Enéas pode ser considerada opção e, entre respostas de "vamos ver" e "quem sabe(?)" escutar-se-ão os que o apontam como "maluco" e "nazista", embora sem saber dizerem, tais pessoas, qual holocausto o indigitado "nazista" tomou parte ou ato insano praticado deva servir de referência à adjetivação. Isso num país que vem repetindo, eternamente, os mesmos erros e fracassos. Que não ousa mudar e que a cada novo pleito indica um representante ligado aos mesmíssimos grupos que se perpetuam e se perpetuam, por todos os séculos e séculos, amém!

REFRESCANDO A MEMÓRIA

Desde a chamada "Revolução de 30" até agora, as coisas vêm mudando sim, mas sempre para pior. Tivemos Getúlio Vargas por 15 anos, Eurico Gaspar Dutra(1946-51), novamente Getúlio(1951-54), Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos, os três últimos no intervalo entre o suicídio de Getúlio(1954) e a posse de Juscelino Kubitschek(1956-61). Jânio Quadros, que renunciou(1961), João Goulart(1961-64) e 21 anos de regime militar(1964-85). Depois, a famosa "redemocratização". Vieram, pela ordem (ou pela desordem?) José Sarney(1985-90), Fernando Collor de Mello(1990-92), Itamar Franco(1992-94) e, por fim, Fernando Henrique Cardoso. Este último apresentou, de cara, projeto igual ao de Carlos Menem(Argentina) e Alberto Fujimori(Peru), pois pretende ficar no cargo, se possível, a vida inteira. O que Fernando Henrique Cardoso está fazendo no Brasil e ao Brasil é caso de polícia ou de deposição pelas Forças Armadas, se os militares não estivessem tão "queimados" e sentindo-se tão culpados pela longa permanência efetuada a partir de 64. O problema é que, se demorar muito, não vai sobrar mais motivo e nem razão para intervir. O Brasil terá se transformado, como está se transformando, num amontoado de "vagabundos" e desagrupados, o paraíso dos picaretas.

O Brasil se encontra quase que inteiramente dominado pelo tráfico de drogas, pela roubalheira institucionalizada, pela desestruturação educacional, pela rapinagem sem fim. "Vender" a Vale do Rio Doce, como o presidente Fernando Henrique Cardoso "vendeu", é caso passível de severa punição por traição aos altos interesses da nação, crime de lesa-pátria. Além do mais, na maioria dos 26 estados da Federação, os governantes que ali se encontram encastelados teriam de estar, imediatamente, cumprindo longas penas de prisão! São ladrões do dinheiro público, assaltantes dos cofres da nação, batedores de carteira, os verdadeiros culpados pela desordem e pelo desmonte de nosso país. O povo? Ora, direis, o povo! Encontra-se anestesiado pelas novelas imundas e pornográficas da Rede Globo, a jogatina desenfreada e imoral dessa mesma emissora e de todas as outras que lhe seguem o exemplo vil, com os carnavais "fora de época", estimulados e patrocinados pelos governantes, a prostituição adulta e a infantil, a dificílima sobrevivência, enfim, a atividade diária nesse inferno em que estamos mergulhados. Vivemos como na "Salve Rainha", "gemendo e chorando nesse vale de lágrimas".

E porque os militares ainda não intervieram, quando se sabe que a presente situação é muito mais estarrecedora do que aquela vivida antes de 64? Porque ficaram mais tempo do que o devido, ao darem o golpe naquele ano. Porque, ao invés de promoverem a necessária correção de rumos, retornando o poder constitucional aos civis, resolveram gozar as delícias do Olimpo. Porque os grupos que ali chegaram, no Palácio do Planalto, não honraram o nome e nem a tradição das Forças Armadas, respingando lama na instituição. Aliaram-se e foram envolvidos pela escória civil (esses políticos), a mesma escória que aí continua a sangrar o dinheiro público. Do jeito que as coisas estão caminhando, com as Forças Armadas sem equipamento e sem efetivo, vivendo à míngua, dependente dos entreguistas que estão no poder, não vai sobrar muita coisa em curtíssimo espaço de tempo.

Por isso, se nós temos uma saída democrática, e se essa saída democrática é pelo voto, mesmo manipulado pelas pesquisas, confundido pela máquina administrativa e comprado pelas estruturas partidárias (onde se reduz criminosamente o tempo gratuito de televisão que seria destinado aos opositores do sistema), está na hora de mudar e de se procurar alternativa para o Brasil antes que seja tarde demais. Vamos entrar nessa campanha, atuar como se fosse a última esperança, trabalhar os que temos consciência desse gravíssimo quadro, para remover o lixo apodrecido de nossa atividade política e administrativa. Vamos, acima de tudo, acreditar, mais uma vez, procurando o melhor para os nossos descendentes, agindo, por questão de dever cívico e de cidadania. Essa é uma tarefa gigantesca, colocada com todo o seu peso nos ombros daqueles que ainda conseguem pensar no Brasil.

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