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At 15.(1-11)12-29 - Lei e evangelho

P. Rolf Joaquim Dietz / rjdietz@zaz.com.br / IECLB / Sinop MT
www.angelfire.com/md/MidiEvangBr
16/02/2000

Queridos irmãos!

A comunidade de Jerusalém estava diante de uma grande decisão. Podemos dizer com certeza uma das mais cruciais decisões da história da igreja.

Jesus e os discípulos eram judeus, e os primeiros cristãos todos eram judeus, pelo simples fato de o lugar onde estes fatos aconteceram ter sido a terra de Israel.

O evangelho tinha se espalhado entre o mundo não judeu e muitos gentios começaram a aceitar o evangelho. Isto gerou uma polêmica, pois tocava a fundo em todos os judeus. Uma pessoa para se tornar judia tinha que passar por um processo difícil de conversão ao judaísmo, tanto é que muitos interessados no judaísmo não chegavam a se converter plenamente, permaneciam como “temente a Deus” (p.ex. At 10.2; 16.14; 18.7), ou seja, simpatizantes da religião de Israel, mas não praticante plenos.

A mensagem do evangelho tem um caráter muito judeu, pois o fundamento da nossa fé está no Antigo Testamento, nas promessas de Deus a Abraão, suas alianças, etc.

Por isso havia uma tendência de querer que os novos cristãos em primeiro lugar assumissem os cerimoniais judeus para então se tornarem cristãos plenos.

Exemplos destes cerimoniais: circuncisão, sábado, purificações, etc.

Este tema foi muito controvertido naqueles tempos, tanto é que a maioria das cartas de Paulo gira em torno desta questão, se a graça de Deus é suficiente para a salvação, ou se ainda são necessários os rituais judaicos, principalmente a circuncisão.

Então a comunidade de Jerusalém, a comunidade mais importante, onde os apóstolos tinham sua base de trabalho, se reuniu em assembléia para deliberar sobre este assunto. Isto é o que trata o texto.

  1. O cristão em relação à Lei.

Muito se pergunta sobre a atitude do cristão quanto às leis do Antigo Testamento. Sempre de novo somos confrontados com questionamentos acerca do sábado e outras leis. Como devemos entender isso?

A comunidade de Jerusalém colocou 4 itens:

  1. Não cometer idolatria (contaminações dos ídolos), que é o princípio fundamental da fé, adorar somente ao Deus vivo e seu Filho; os ídolos contaminam, pois são demônios que pedem de seus servos muitos sacrifícios (1 Co 10.20).

  2. Não ter relações sexuais ilícitas. Geralmente é considerado o pecado mais grave, é o pecado que mais afasta e endurece uma pessoa contra Deus, ele mina a base do que é mais fundamental para a edificação da fé: um lar sadio, o amor entre o casal, o respeito, etc.

  3. Não comer a carne de animais mortos por asfixia. Era um sinal de respeito a Deus devolver a vida ao criador. Por isso se derramava no chão o sangue dos animais que eram mortos.

  4. Não (comer) sangue, literalmente abstenhais do sangue. Esta proibição remonta às religiões pagãs, onde se bebia e se era batizado com o sangue dos animais. Hoje ainda estas práticas são comuns. Através delas se estabelecem pactos com os demônios.

    Com estas 4 leis, a comunidade de Jerusalém entendeu ser uma cerca mínima para proteger os novos cristãos na sua fé. Vale lembrar que os outros ensinamentos de Moisés que não estão enquadrados nestes quatro, foram tomados como pressupostos, veja o v.21. Na verdade todo o ensinamento do Antigo Testamento é importante, não como lei ritual, mas como orientação para a vontade de Deus.

    Diferença entre ritual e vontade de Deus

    Muita gente está tentando (já naquele tempo entre os judeus) se salvar através de uma obediência cega a certos mandamentos. Pensar que a salvação é comprada pelo cumprimento de um certo número de regras.

    Não devemos entender estes 4 pontos apontados pela comunidade de Jerusalém desta forma, pois não há espaço para este tipo de legalismo. Estas 4 regras, e todos os mandamentos de Deus são proteção para a fé, porque a fé parte de um princípio totalmente diferente, que é: o amor a Deus. O cristão busca as escrituras não para negociar com Deus (o que é impossível, mas muitos tentam), mas para encontrar a vontade amorosa e perfeita de Deus (Rm 12.2).

  1. Como tomar decisões

    Há neste texto proveito para estudarmos como se tomou esta decisão difícil.

    v.1 Tinha havido briga entre Paulo e Barnabé e aqueles que ensinavam sobre a circuncisão

    v.2 Decisão: levar a questão para uma instância superior

    v.4 Paulo e Barnabé falam das bênçãos do trabalho entre os gentios

    v.5 Fariseus criam confusão (insurgiram-se) quando defendem seu ponto de vista. Aqui se tem um princípio. O diabo tenta impor suas idéias através de confusão. Onde há confusão, Deus não está falando.

    v.6 Reuniram-se para examinar a questão

    v.7 Houve grande debate sobre o assunto.

    V7 ss - Pedro se levanta para falar. A sabedoria dos líderes: deixar os outros falar primeiro para depois encaminhar uma conclusão

    v.13ss - Depois da exposição que Paulo e Barnabé fizeram dos fatos, e depois que Pedro analisou as Escrituras sobre este assunto, juntando com a revelação que Pedro havia recebido, a conclusão foi fácil para Tiago, que resumiu todos os argumentos levantados.

    Para concluir este processo decisório, a resposta foi colocada por escrito e enviada para onde o problema se originou.

    Desafio

    Voltando à questão da lei e evangelho: será que entendemos perfeitamente o caminho de Jesus? Será que nossa fé está alicerçada em Deus ou em minhas obras esforçadas e rituais? Estou buscando a Deus e sua vontade, ou somente quero um seguro contra inferno?!

    Amém.