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Deus, mundo, ser-humano
- A pré-história. Gênesis 2

27-Quinta-feira, 27 de Julho

Gênesis 2.1,2; Romanos 11.34-36.

O dia santo - a peça central da criação.

Depois dos atos criadores de Deus, se alteia o atuar de Deus de forma especial no sétimo dia: "Deus terminou, Deus descansou, Deus abençoôu, Deus santificou." Enquanto os atos criadores de Deus anteriores se realizaram nas obras criadas (Gn 1), agora tudo se concentra exclusivamente no criador. Já no primeiro capítulo resplandece a glória incomparável de Deus nas suas ações (Cf Sl 104.) Agora o assunto é só Ele , o invisível, o eterno, do qual o ser-humano não pode nem deve fazer imagem. Nenhuma obra artística extraordinária, nenhum conceito teológico corretíssimo, poderia se aproximar, captar, a Deus. (Leia Êx 20.4; Is 40.21-26.) Por isto é tão espantoso o fato de que ele nos convida a refletirmos sobre Ele e nos relacionarmos pessoalmente com Ele. O fato de Ele ter preparado um dia especialmente para este fim não elimina o fato de ele sempre estar disposto a nos falar e tem tempo para nós. Mas justamente confirma seu interesse e movimento em nossa direção. (Leia Jo 16.24; Sl 94.9; 116.2; 139.1-5; 145.1; Pv 5.21.) Por isto o dia de descanso não é um apêndice inútil, mas a peça-chave da criação. "Este sétimo dia, que simplesmente diz ‘Deus’, é como um número um, sem o qual os outros dias seriam simplesmente zeros" (W. Lüthi). Deus não abandonou simplesmente sua maravilhosa obra criadora ao léu, mas a leva ao término e descanso divinos. O que significa então que "Deus completa sua obra", a qual já era "muito boa"? Depois do trabalho pronto, é colocado, por assim dizer, um brilhante ponto final: esta tudo pronto, formalmente completado e belo, alegrai-vos juntamente!

28-Sexta-feira, 28 de Julho

Gênesis 2.1-3; Êxodo 31,17.

Assim como os seis primeiros dias da criação estavam cheios da atividade de Deus, o sétimo estava cheio do descanso de Deus. "E Deus descansou de toda sua obra que fizera." "Deus descansou." Deus se cansa? Precisa espairecer? Descansar? Dormir? Dele se diz afinal: "Deus eterno é o Senhor, o criador dos confins da terra. Ele não se cansa nem se fatiga." (Leia Sl 121.4; Is 40.28-31.) Então quando se diz do sétimo dia, "Deus descansou de todas suas obras", então pertence esta palavra à majestática liberdade de Deus. Se ele quer descansar, porque não? Nossas medidas humanas são muito pequenas para poder interpelar Deus. Deus não carece de se explicar a pequenos seres humanos como nós; porém o faz, por nossa causa. - Este descanso, que colocou para coroar a criação, ele pensou como um presente a nós. Claro que Adão e Eva não estão diretamente citados nestes versos, mas podemos supor que eles também usufruíram deste descanso. Deus quer repartir seu descanso com os seus. Senão, como poderia estar escrito em sua Palavra muitas vezes: "Descansa no Senhor e espera nele."? "Em vos converterdes, e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança a vossa força." "Ainda resta um repouso para o povo de Deus." (Sl 37.7; 62.1,5; Is 30.15; Hb 4.9,10). Este descanso, quietude é mais que o contrário de inquietude, trabalho e correria. O descanso do povo de Deus contém em si satisfação, felicidade, diálogo, silenciosa alegria na adoração, grata doação ao maravilhoso senhor da vida e do amor. (Leia Sl 65.1; 132.7,8; Zeph? 3.17.)

29-Sábado, 29 de Julho

Gênesis 2.2,3; Isaías 58.13,14.

O presente do descanso divino Adão e Eva receberam imerecidamente. Eles afinal não tinham feito nada ainda. O dia sétimo de Deus é para Adão e Eva o primeiro. Antes de o ser-humano ser enviado ao dia de trabalho, Deus lhe preparou um dia de festa. Não "primeiro o trabalho depois o lazer", Deus tem outro plano. Ele sabe quanta criatividade, força e a alegria podemos obter em nosso trabalho, se primeiramente estivemos com ele e nos abastecemos de sua riqueza infinita. Ele colocou o descansar com Ele antes de todo trabalho. Primeiro o descanso depois o esforço. Primeiro a alegria depois o trabalho. Primeiro a paz depois a luta. Assim Deus o desejou. Por isto escolhe um dia entre os outros de forma especial, "o santifica", o reserva e o cerca contra todo trabalho. Pastor W. Lüthi escreveu sobre isto: "Assim Deus criou o sétimo dia contra pressões e invasões das atividades e tarefas diárias. Deus deseja que o homem possa ter comunhão com Ele e sua Palavra desimpedidamente. Para o próprio bem do ser humano este dia é chamado por Deus de seu dia. Assim o ‘santificou’. Não é apenas ordem do terceiro mandamento (Êx 20.8-11; 31.13; 35.2), também Jesus confirmou o dia santo como dia de fazer o bem aos semelhantes (Mc 2.27,28; 3.2-5). Sim, somente em Cristo nós realmente reconhecemos e experimentamos o que significa ‘plenitude’, ‘descanso’, ‘bênção’, e ‘santificar’. A dádiva da alegria, da liberdade, e da paz, nos leva diretamente a Cristo. Ele amortiza o pecado e a morte. Ele combateu as forças da perdição que queriam nos roubar a alegria, a liberdade e a paz. (Leia 1 Jo 3.8; Ef 2.14a; Cl 1.20.) Com autoridade filial ele renova o convite ao ‘dia de Deus’ () e nos oferece o descanso que está ao alcance do povo de Deus." (W. Lüthi) "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei,... eu vos darei descanso." (Mt 11.28,29)

30-Domingo, 30 de Julho

Gênesis 2.3; Mateus 28.1-6.

Desde o dia da ressurreição de Cristo, os cristãos começaram a preferir o primeiro dia da semana para prestar culto. (Jo 20.19; At 20.7). Será que poderíamos expressar hoje nosso reconhecimento pelo domingo como Jonathan Krause (1701-1762), que disse: "Descansai, meus negócios, hoje tenho outro labor, pois preciso colocar todas minhas forças no Deus altíssimo. Hoje nenhum trabalho me atrai, apenas a Palavra de Deus."? - Não devemos pensar em termos legalistas a prática do domingo, é previsível que coisas necessárias devam ser feitas, até mesmo, tenham que ser feitas (Cf Lc 13.10-17; 14.1-6.) A pergunta fundamental é: são todos os dias da semana iguais? No que se distingue o ‘dia especial’ dos outros? Existe uma necessidade de descanso intensivo e regular diante de Deus? Quais são os valores principais de minha vida: Deus e sua Palavra? Para o ritmo da semana vale também o que se refere ao trabalho diário: antes do trabalho vem o descanso. Antes do falar, o ouvir. Antes de qualquer atividade, a uma conscientização silenciosa. Antes gastar, o receber. Foi isso mesmo que Jesus praticou (Mc 1.35-39; Lc 6.12,13; 9.18; 11.1-4). Isto o Senhor espera de seus discípulos. Quando Jesus escolheu doze discípulos dentre a multidão dos discípulos, não só passou uma noite inteira orando, mas ensinou isto aos seus colaboradores: primeiramente é essencial estar "com Ele", para depois os seu "pregarem" (Mc 3.13,14). Primeiramente vem a reunião, depois o envio. A veracidade desse fio vermelho espiritual podemos verificar no cotidiano, quer seja ‘colorido’ ou ‘cinzento’: sempre novamente devo silenciar por um instante e olhar para Jesus.

  • Dentro da alegria maravilhosa

    devo a ti, Jesus olhar um instante,

    só para agradecer que tu me a dás,

    mesmo que passageira, vem de ti.

    No trabalho atribulado, quantas vezes

    preciso olhar de volta a ti um instante,

    para recolocar meus caminhos difíceis

    logo novamente sobre ti, que leva minhas preocupações.

    E em todo sofrimento e dias maus

    preciso fugir a ti por um instante,

    por favor me dê forças para os carregar,

    para que eu também possa experimentar a bênção.

    Assim fico satisfeito, quando levo primeiramente meu sofrimento e alegria, a Jesus por um instante.

    Quando minha vida assim está na mão de Deus,

    está segura - nele estou bem.

    H. Bezzel

  • 31-Segunda-feira, 31. de Julho

    Gênesis 2.4-14; Salmo 100.3.

    O ser humano é o grande amor de Deus, "este é o motivo da criação dos céus e da terra." Estas palavras exprimem o seguinte: depois de ter Deus tudo criado, é necessário relatar a continuação do desenvolvimento histórico da vida na terra. Por isto o segundo capítulo da Bíblia não é um segundo relato da criação ou uma simples repetição/reprodução do primeiro, mas desdobramento e aprofundamento. Antes de ser falado sobre os seres humanos, descrevem os versos 5 e 6 a cena dos acontecimentos. Cai em vista que já havia uma rica vegetação (Gn 1.11,12), mas ainda não havia terra cultivada, pois crescimento e produção dependem da dádiva divina da chuva e do trabalho humano da terra. Desde o início Deus providenciou um ambiente de vida para os seres-humanos responsável, propício e abençoado que eles deveriam e teriam que administrar. (Cf Is 51.3.) O relacionamento de Adão e Eva com seu criador fora pensada para ser afetiva e intensa. Isto se expressa verbalmente no nome de Deus, que é citado pela primeira vez no verso 4b, é "Javé Eloim", "Senhor Deus". Enquanto "Eloim" descreve Deus como "o único Deus verdadeiro, infinito e elevado" (Delitzsch), "Javé" (traduzido geralmente para O SENHOR), significa o Deus que "está aí para nós" (H. J. Bräumer). O onipotente é ao mesmo tempo o amoroso, e o amoroso é onipotente. A sua elevação incomparável e majestade, reverte Deus ao cuidado, amor e salvação dos seres humanos. Nenhuma religião, por mais fascinante que seja, conhece um Deus pessoal, que ama e é fiel a cada um pessoalmente.(Cf. Gn 12.1-3,7; 15.7; 16.7,8; Êx 3.4; Is 43.1-4a; 54.10.)

    32-Terça-feira, 1 de Agosto

    Gênesis 2.7; Salmo 103.13,14.

    Qual é o valor do ser humano? Muitas pessoa pensam nesta pergunta atualmente. Qual o valor da vida que cresce no útero de uma mulher? Qual o valor de vidas doentes, portadoras de defeito físico, enfraquecidas pela idade? A Bíblia adentra nossas perguntas. A Palavra de Deus nos responde: o ser humano é o filho mais amado de Deus. Vem da mão do criador. O valor do ser humano se fundamenta no amor do criador e seu desejo de vida para nós. "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Como um oleiro modelou Deus o ser humano do "pó". A expressão "pó" está associada a coisa sem valor. Deus criou o ser humano, por assim dizer, do nada. Aqui se expressam, por um lado, o segredo e o milagre da vida, e por outro, a transitoriedade do ser humano (Sl 49.12,20). Mas Deus não deu apenas um corpo, mas também um espírito. Nenhuma das outras criaturas de Deus se aproxima da glória e dignidade do ser humano criado por Deus. "Criou Deus o homem à sua imagem, à sua imagem criou." (Leia Jó 35.10,11; Sl 139.13-16.) - "Porque tens tanto valor aos meus olhos e também gloriosa e porque te amo..." Esta palavra atingiu o coração de uma jovem japonesa que queria acabar com sua vida, aparentemente sem valor. Ela disse em seu testemunho: "Eu conheci a Deus, que não me abandonou, mas me aceitou, e que me ama. Isto mudou minha ordem de valores. Não quero mais viver num mundo de acusações e queixas mútuas mas como uma pessoa amada e perdoada por Deus, quero viver com Jesus Cristo." (Leia 2 Co 5.17; Gl 2.20; Cl 3.1-5.)

    33-Quarta-feira, 2 de Agosto

    Gênesis 2.8,9; Jó 28.28.

    "E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs nele o homem que havia formado." Deus não colocou o ser humano numa terra deserta, mas providenciou-lhes um "jardim", preparado como lugar maravilhoso para o casal viver. O jardim se localizava no Éden. Éden significa na tradução grega do Antigo Testamento, "paraíso". Este maravilhoso jardim, que apesar de tudo não dispensava o trabalho, foi entregue a eles: "Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar." Era um lugar abençoado e feliz. Quanta graça e amor de Deus vemos por trás disto! E no meio desta "vida mansa", tinham Adão e Eva um a comunhão inabalável com Deus. (v.15ss; 3.8a; leia Sl 16.11; 36.7-9; 89.15-17). Dentre as árvores do paraíso, especialmente duas são mencionadas: a árvore da vida, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Já que eles ainda estavam livres de pecado, a árvore da vida não lhes oferecia problema. A proibição contra a árvore do conhecimento do bem e do mal não os inquietava ou provocava. Seu coração e vontade ainda eram um com a vontade de Deus e depositavam sua confiança nele. Somente quando a árvore do conhecimento do bem e do mal foi para eles a árvore da morte, impediu-lhes Deus o desfrutar da árvore da vida, para que eles não precisassem viver eternamente sob o pecado. (Leia Pv 7.2; 2 Co 2.9; Hb 5.8.) - No apocalipse lemos: "Bem-aventurados os que lavam as suas vestiduras no sangue do cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida." Antes de comermos da árvore da vida, nosso pecado precisa ser lavado, então desfrutaremos completamente da árvore da vida. (Leia Ap 2.7; 22.2; Pv 3.7,8,13,18.)

    34-Quinta-feira, 3 de Agosto

    Gênesis 2.10-14; Salmo 46.4,5.

    Deus então descreve a criação do jardim e sua relação com o resto do mundo: "E saía um rio de Éden para regar o jardim, e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços." A corrente, cuja fonte estava no Éden, rega a terra e espalha a abundância do jardim Paradisíaco. Na saída do jardim, se dividia a corrente em quatro braços. Não é fácil sugerir uma localização geográfica para o jardim. O nome do primeiro rio é "Pisom", que rega a terra de Havilá, onde há muito ouro e pedras preciosas. O nome do segundo rio é "Giom", que corre na terra de Cuche. Será o Cáucaso atual? Os outros dois rios são facilmente identificáveis: O Tigre e o Eufrates. O símbolo dos quatro rios, que se dividem a partir da corrente paradisíaca "é afirmação de que as "veias da vitais" de todas as terras tem sua origem naquela corrente que rega o paraíso." (H. J. Bräumer). Misteriosamente isto aponta para o rio da vida no novo mundo de Deus, que o apóstolo João anteviu "saindo do trono de Deus e do cordeiro" (Ap 22.1; Cf Ez 47.1,12; Zc 14.8). Mas a Bíblia não fala do rio da vida apenas em referência ao início e fim do mundo. Nós não vamos ficar prejudicados. Jesus nos convida a bebermos da fresca e viva fonte da Palavra de Deus (Leia Jo 4.13,14; 7.37,38; Cf Is 12.2,3.) "Quem sabe a localização da água no deserto e esconde esta informação, é culpado pelos que morrem por não tê-la. O que sabes, diga em amor, mas com clareza: que ninguém pode se salvar. Somente na cruz onde Cristo morreu e teve sede, inicia o caminho a Deus e sua fonte" (M. Siebald).

    35-Sexta-feira, 4 de Agosto

    Gênesis 2.8,9,15; Provérbios 12.11.

    Deus incumbe os seres humanos.

    "Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar." Deus mesmo preparou um plano, no qual colocou Adão e Eva. O tempo de vida que nos é dado por Deus deve ser preenchido criativamente por nós. Pela primeira vez é falado aqui do trabalho humano. Martim Lutero diz: "Deus certamente poderia te sustentar sem a necessidade de trabalho, colocar simplesmente tudo sobre a mesa. Mas isto ele não quer, quer que trabalhes." Na carta aos Efésios está escrito: "Trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado." E nos provérbios: "Quem é negligente em sua obra já e irmão do desperdiçador."(Ef 4.28; Pv 18.9; Cf Pv 14.23; 15.19; 1 Ts 4.11; 2 Ts 3.10-12). - Uma dupla tarefa está diante do primeiro casal: deverá administrar o jardim, o que deveria acontecer na dependência de Deus. Deus já havia provisto o necessário: foram presenteados com tempo de vida, capacidade e sensibilidade. Livre de Deus muita coisa pode ser feita, mas vida plena e abençoada só existe com relacionamento com Ele. Quem executa seu trabalho sob o olhar de Deus e contando com sua ajuda, certamente a preenche de tal maneira que ele, nosso Pai, será glorificado. "Façai tudo para a glória de Deus." (1 Co 10.31b; leia Cl 3.17,23,24; Sl 128.1,2; At 20.33-35).

    Em nome de Deus começo a executar meus deveres; com Deus tudo fica bem feito e terminado alegremente.

    O que se faz em nome de Deus é bom e correto em todo lugar, e nos agrada também.

    É Deus quem dá a chance, de fazermos algo bom; nos dá bênção ânimo e força, e permite a obra dar certo.

    Se ele está conosco, nosso caminho será abençoado, teremos a plenitude.

    Por isso, vem Senhor Jesus, me fortalece, me ajuda em minhas obras; se faça notar pela tua graça em minhas feituras;

    Dá tua aprovação a isto, para que eu em tudo herde tua bênção.

    Salomo Liskow - 1640-1689

    36-Sábado, 5 de Agosto

    Gênesis 2.16,17; Deuteronômio 5.29.

    Dentre todas as árvores do paraíso, duas são destacadas: a árvore da vida, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. O mandamento de Deus era que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, o que não era pedir muito, muito ao contrário, era um desafio. Testar a responsabilidade. Com o contraste entre bem e mal Deus tocou "na mais profunda bifurcação da vida humana em cada direção" (D. Bonhoefer). A Adão e Eva deveria ser suficiente confiar e obedecer à Palavra de Deus para encontrar alegria e plenitude de vida. (Leia Sl 119.6-14,54,72,127,133,162.) Enquanto eles obedeciam a palavra de Deus, não precisavam ser afastados do desfrute da árvore da vida, já que seu relacionamento com o Senhor da vida estava inabalado. Somente depois da quebra do merecimento de confiança por parte de Deus, é que o alcance à árvore da vida foi vedado, para que "não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente." (Gn 3.22; Cf Pv 1.29-33). Na árvore do conhecimento do bem e do mal o ser humano reconheceria sua própria liberdade, de escolher entre bem e mal. Ele poderia decidir o que escolheria. A árvore do conhecimento do bem e do mal nos aponta o fato de que cada um tem a liberdade de escolher pelo bem ou pelo mal. Moisés falou pouco antes de sua morte ao povo de Israel acerca dessa escolha: "Tomo hoje o céu e a terra por testemunhas contra vós; vos ofereci a vida e a morte, a bênção e a maldição. Portanto escolhei a vida, para que vivei" (Dt 30.15-20). Qual a escolha fazemos nós em momentos decisórios? (Leia Js 24.15; 1 Rs 18.21; Lc 19.41,42; At 26.27-29.)

    37-Domingo, 6 de Agosto

    Gênesis 2.18-20; Salmo 8.6-9.

    Deus cria a mulher e regulamenta o casamento.

    Antes de ser narrado como Deus criou a mulher, é descrita a relação entre Adão e o reino animal. Deus colocou o ser humano sobre os animais: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra." (Gn 1.26). No capítulo 2 observamos como Deus trouxe os animais ao homem, para que lhes desse nomes. "O nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles." Este fato de dar nomes aos animais é a primeira manifestação de que recebera inteligência. (Cf Jó 35.11; Ec 2.26a). A posição que Deus deu ao ser humano significa também responsabilidade. Ele não deveria tratar os animais conforme seus caprichos pessoais ou até mesmo maltratá-los, mas cuidar deles e organizar seu meio ambiente. "O ser humano também não deve fazer da criação seu bebê de colo" (C. H. Spurgeon). (Cf Nm 22.21,23,25,27-30; Êx 23.3,4; Pv 12.10.) Em Romanos 1 lemos de um perigo que infelizmente nos cerca: "Adorar e servir a criatura, em lugar do criador, o qual é bendito eternamente." Abandonar a Deus leva a grandes deturpações! - Para Adão não foi encontrado entre os animais "uma auxiliadora que lhe fosse companheira", que lhe fosse idônea. Os animais até poderiam ajudar Adão a encher e dominar a terra, mas não eram iguais a ele. "O ser humano não está orientado ‘para baixo’, aos animais, mas ‘para cima’, na relação com Deus. Não que os seres humano estejam ‘por cima’ dos animais, mas que ele de forma única está ‘sob’ Deus" (H. J. Bräumer). (Leia Ef 1.4-6; 2 Tm 1.9.)

    38-Segunda-feira, 7 de Agosto

    Gênesis 2.20-25; Provérbios 31.10,11.

    Depois da nomeação dos animais, e depois que não fora encontrada uma auxiliadora para Adão, que se ‘encaixasse’ com ele, Deus entrou em cena. A ação do criador não ocorre padronizadamente, mas é surpreendentemente nova, e fica encoberta por mistério. Adão não sabia como tudo estava acontecendo. Deus o deixou cair num profundo sono. Com isso Deus retirou mais um dado para a compreensão pelo ser humano. Todas as tentativas de esclarecer a criação da mulher da costela permanecem hipóteses humanas que não levam a lugar nenhum. "E Deus trouxe a mulher ao homem." com surpresa e alegria vê o homem a nova criação: "Esta, afinal, é osso dos meus ossos, e carne da minha carne!" "Nestas palavras reconhecemos a apreciação da visão da primeira mulhrer, que finalmente é semelhante a Adão. É uma apreciação que vai tão longe que futuramente se dirá que o homem ‘deixa pai e mãe e se une à sua mulher. E serão os dois uma só carne’"(W. Lüthi). É a ordenação divina que o homem, e compreensivelmente também a mulher, deixem pai e mãe e como jovem casal inicie um caminho conjunto em amor e união. Também aos pais é importante liberar os filhos para o casamento. (Leia Gn 24.56-67; Pv 18.22; 19.14.) - Aqui se fala da "sua mulher" - não de uma x amada. Não se pensara a troca de parceiros. O fundamento divino está firmemente colocado: um homem - uma mulher! (Cf 1 Tm 3.4,12; 5.9; Mt 19.4-6; Hb 13.4.) No fundamento do casamento está colocado um comissionamento de Deus. O dois, homem e mulher em conjunto, herdaram a terra e devem administrá-la. Esta incumbência desafia a cuidados mútuos, amor, fidelidade, paciência e apoio.

    39-Terça-feira, 8 de Agosto

    Gênesis 2.24,25; Gálatas 6.2.

    "Num tempo de questionamento das ordens instituídas, também a do casamento está ameaçada." Existem todos os tipos de dificuldades que podem perturbar um casamento. Se os dois, homem e mulher, estiverem sob o senhorio de Cristo, está colocado um bom fundamento para a vida em conjunto, em amor e fidelidade. Mesmo sob perturbações estes casamentos podem permanecer verdadeiras comunhões de vida, onde há apoio e amor. "Isto não significa que os dois devam ter sempre a mesma opinião em tudo, e ter o mesmo estado de espírito. Mas significa cada dia de novo aceitar o presente da comunhão, e também dizer e mostrar isso." (P. Deitenbeck). (Leia Ef 5.21-33; 1 Co 7.1-5, 32-34.) - O casamento também serve de modelo para o amor no relacionamento entre os cristãos. O laço para as relações é e será o amor, que não busca vantagem própria, mas está preocupado com as necessidades do outro. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." Amar como Jesus - que projeto! Se tomarmos tempo para realmente refletirmos este mandamento, veremos o quão fraco é nosso amor de fato. (Leia 1 Co 13.1-7.) Não ouvimos já muitas vezes as palavras bíblicas ao tema amor? Mas como está a nossa prática? Como podemos renovar nosso amor no casamento e na família? Depois disso, na vizinhança e comunidade, no círculo de amigos? Não existe uma receita pronta, apenas um caminho formado por pequenos passos. Talvez este caminho seja difícil, mas vale a pena. "Porque sois eleitos por Deus e seus filhos amados, deveis amar-vos afetuosamente e com misericórdia, graça, humildade, tolerância e paciência. Não haja discórdia entre vós e estai preparados para vos perdoar mutuamente."

    40-Quarta-feira, 9 de Agosto

    Gênesis 2.25; Salmo 119.31.

    O casal Adão e Eva viviam em conjunto no paraíso, enquanto o mundo ainda estava em ordem, em feliz harmonia, liberdade total e santidade divina. Não havia segredos, nada precisava ser escondido ou falado em voz baixa. Tudo era aberto diante de Deus e entre eles. E também não havia absolutamente nada que fosse mau. Por isto está escrito "e eles não se envergonhavam." Vergonha simplesmente não podia existir ali, já que ela é uma conseqüência da desobediência para com Deus. Desde a entrada do pecado no mundo, a vergonha faz parte do ser humano (Gn 3.6-8). Envergonhar-se está associado à nossa consciência e é um sensível sistema de proteção. Por isso a vergonhosa revelação do pecado (vergonhosa para fora e para dentro) foi unívoca para o reino do mal. (Cf Gn 9.20-27.) Cristãos que confiam na sabedoria de Deus escrita na Bíblia, quanto a como se vive e acontece comunhão, devem relacionar isto com suas palavras e toda a vida. (Leia 1 Co 6.9-11,19,20; 2 Co 6.20.) Ligado ao nosso sentimento de vergonha há também uma revelação boa, quando tem como conseqüência a descoberta, o reconhecimento e o afastamento do pecado na vida pessoal. (Leia Sl 51.1-7, 10-12; Lc 15.18-24; Ap 3.17-19.) Quem expõe o seu pecado e se confessa "pobre e miserável" diante de Deus, é envolto nas "vestes da salvação" (Is 61.10). Na comunhão com Deus e com os outros, no contato com a Bíblia e prática obediente da Palavra de Deus somos fortalecidos para vencer as forças da tentação e largar o pecado. (Leia Gn 39.1-12; 1 Pe 5.8-10.)

    (Meditações veiculadas no devocionário "Com Deus" no ano de 1995)