As bênçãos do discipulado
41-Quinta-feira, 10 de Agosto
Mateus 5.1-12; 1 Timóteo 1.11.
Quando Jesus percorria a Galiléia, "vendo as multidões, subiu ao monte, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los." Jesus abre seu sermão do monte com o grande presente das bem-aventuranças. Suas palavras não foram fortes exortações, mas foram presentes. Pedro diria mais tarde: "Em seu maravilhoso poder Deus nos providenciou tudo o que é necessário para uma vida na luz e perfeita bem-aventurança." Bem-aventurado - é a expressão da mais alta felicidade de um ser humano. Felizes - Jesus sabe que ansiamos por alegria e felicidade. E ele não precisa colocar este nosso desejo "de molho, esperando". Ele o pode saciar, e é o seu desejo que os que lhe pertencem sejam felizes. "O vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar." (Leia Lc 10.20; Jo 15.11; 16.22,24; At 8.4-8,39; Fp 4.4.) Quando Jesus diz "Bem-aventurados são, felizes são...", então isto não é apenas um desejo ou uma promessa, mas uma realidade presente. Felicidade não é uma questão de posses, ou de casamento, ou de vida confortável e também não de compreensão e amor humanos. No mais profundo fundamento felicidade depende do nosso relacionamento com Deus. Alegria, felicidade, estão "diante de sua face" (Sl 16.11; leia Ne 8.10; Sl 30.5,10,11; Is 12.1-3). Esta felicidade paira sobre todas as circunstâncias, sobre uma frustração, uma perda repentina. Muitas vezes testemunham crentes que enfrentaram sofrimento inimaginável: fomos carregados através dele. O sofrimento está aí, mas experimentamos também a felicidade de estarmos abrigados em Cristo. (Leia Is 61.10; At 16,23-25.)
42-Sexta-feira, 11 de Agosto
Mateus 5.3; Isaías 29.19; 57.15.
A primeira bênção é, "Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus." A cada bem-aventurança é nos dito, quem pertence aos felizes e no que consiste a felicidade. De quem se trata na primeira bem-aventurança? Aos pobres espiritualmente. E no que consiste sua felicidade? Têm o Reino dos Céus. Isto é uma felicidade surpreendente, inimaginável. Será que as pessoas em volta de Jesus e os discípulos compreenderam o que significa ser pobre espiritualmente? Talvez Pedro estivesse pensando naquela manhã em que caiu de joelhos diante de Jesus dizendo: "Senhor, afasta-te de mim, pois sou homem pecador." Só por quebrantamento e conversão é possível ter parte no Reino dos Céus. "Conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos." (2 Co 8.9). "Na palavra que bem-aventura os pobres de espírito e lhes promete o Reino dos Céus, se apega o sangue da sexta-feira santa. O que foi prometido aqui depende totalmente da pessoa e obra do Salvador. Feliz bem-aventurança e Reino dos Céus são alcançáveis pela mediação de Cristo. Quem a ele estende sua mão tem o seu mister. O portão de entrada no Reino dos Céus é a graça da nulidade." (W. Lüthi). (Leia Lc 15.14-24.) Ser pobre, também espiritualmente, é uma condição que nós não alcançamos por desejo próprio. Mas todo tipo de necessidade quer nos levar à bem-aventurança e nos tornar herdeiros do reino dos céus, um tesouro que ninguém tem à disposição. "Meu filho, tudo que é meu é também teu." "Meu Deus vos ajudará em toda necessidade, conforme sua riqueza na glória, em Jesus Cristo." (Cf 1 Sm 2.8; Sl 51.17; Tg 2.5.)
43-Sábado, 12 de Agosto
Mateus 5.3; 2 Co 1.3-7.
A segunda bênção: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Quem de nós ainda não experimentou ser consolado? Jesus não passa ao largo de nosso sofrimento. Uma vez ele estava indo a uma cidade e de lá saía o féretro de um jovem, único filho de sua mãe. "Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!" Jesus está na empreitada de enxugar nossas lágrimas. Sofrimento leva ao fundo, e muitas vezes é do fundo que surge o grito clamando por Deus. Assim cada sofrimento nos leva ao caminho de Deus. A felicidade dos sofredores é ser consolados por Deus, que "põe os abatidos em lugar alto. (Jó 5.11; leia Is 38.17; 1 Ts 3.7-9). "Bem-aventurados os que choram." O que abarcam estas palavras além de sofrimento pessoal? Ter misericórdia com a dor, a infelicidade dos outros. Certamente é mais fácil fechar os olhos diante do sofrimento, mas isto não é o jeito de Jesus. "O Senhor é cheio de misericórdia e compaixão." "Sede compassivos, fraternos e longânimes." (Tg 5.11; 1 Pe 3.8; Cf Is 53.3; Hb 2.17,18; Gl 6.2). O maior sofrimento nos mostra melhor o pecado. A palavra de Jesus vale para aqueles que se assustam com seu pecado e o admitem. Estes serão consolados. O consolo dos pecadores está naquela palavra de Jesus na cruz: "Está consumado!" O pecado está sanado, curado, o poder do pecado está quebrado. O perdão dos pecados está disponível a todos. Jesus o preparou a cada um. Além dele não há nenhum salvador que pudesse oferecer este consolo. "Jesus aceita os pecadores, consolai-vos todos com estas palavras!" (Leia Jo 6.37; At 3.19,20; 2 Co 7.8,10.)
44-Domingo, 13 de Agosto
Mateus 5.5; Salmo 37.11,14.
A terceira bênção: "Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra." Não importa pertencermos ao grupo de pessoas que tem sucesso, ou daqueles que tem e exercem poder, ou daqueles que vencem na vida e se impõem. Jesus afirma que serão os mansos que serão vitoriosos e serão os futuros moradores da terra. Quando se discutiu entre os discípulos acerca de quem seria o maior, mostrou-lhes Jesus um outro caminho: "Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Mas não deverá ser assim entre vós." Mais uma palavra do Senhor: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" - eu não venho com violência e superioridade (Mc 10.42,43; Mt 11.29). É surpreendente que Jesus diz: "Eles herdarão a terra.", pois céu, compreenderíamos. Mas a terra? Em Jó 19.25 lemos: "Eu sei que meu redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra." E com ele estarão seus mansos. Os mansos estão dispostos a abrir mão de sua parte na terra, por isso será novamente sua. - É importante que nós tenhamos diante dos olhos a imagem da mansidão, para compreender estas particularidades: "Vesti-vos como eleitos por Deus..." Ingenuidade, moderação, condescendência, longanimidade - estas são as atitudes do manso. (Leia Cl 3.12-15.) Pensemos em Abraão, que para não brigar com Ló, lhe deu a escolha. Pensemos em Moisés, que suportou intrigas dos outros. Ele não se defendeu, mas orou. Poderíamos chamar isso de mansidão vitoriosa! (leia Gn 13.6-13; 45.4-8; Nm 12.1-3; Lc 6.29.)
45-Segunda-feira, 14 de Agosto
Mateus 5.6; Salmo 24.3-6.
A quarta bênção: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça pois serão fartos." Quem aqui são chamados de felizes? Os que tem fome e sede por justiça! E no que consiste sua felicidade? Serão satisfeitos. - Assim como ao nascimento de Cristo haviam grupos tementes a Deus que aguardavam o messias (Lc 2.25,26), assim, quando Jesus apareceu, havia muitos que sabiam de sua falta. Estes jovens que conhecemos do primeiro capítulo do evangelho de João, e que pertenciam na maioria aos seguidores de João, eram pessoas que tinham fome de justiça. Queriam agradar a Deus a todo custo, e perguntavam mais pela justiça de Deus do que por pão e água. Assim seus corações estavam preparados para a mensagem de Jesus. Não era seu interesse que acontecesse justiça de qualquer forma, para eles interessava ultrapassar o abismo entre injustiça e Deus, o justo. Queriam alcançar a justificação que vale diante de Deus, para vivenciar a comunhão com Ele. "Minha alma tem sede de Deus, o Deus vivo! Em Jesus, aquele que se confia a Ele, recebe justificação. "Eu não tenho justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé." (Fp 3.9; leia Rm 3.21-24; 4.5-8; 1 Co 1.30; 2 Co 5.21; Lc 18.9-14). Estamos sedento por uma vida agradável a Deus? Sedentos de fazer jus a Deus em pensamentos, palavras e ações? "Nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe ser agradáveis." (2 Co 5.9; leia Os 10.12).
46-Terça-feira, 15 de Agosto
Mateus 5.7; Efésios 2.4,5.
A quinta bênção: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia." Quem nunca responde duramente, não despreza ninguém, que é sempre pronto a perdoar? Quem não passa de largo quando vê alguém necessitado? Quem é compreensivo? São os misericordiosos! Eles não jogam pedras nos outros, vão aos necessitados. Como eles se tornaram misericordiosos? Eles mesmos experimentaram a misericórdia de Deus. "Ele é o Pai das misericórdias", dele veio este presente às suas vidas. "A mim me foi dada compaixão que não mereci! Isto eu conto aos poderosos, meu coração não o desejou. Agora eu sei, e estou feliz e louvo sua misericórdia. "É um fato maravilhoso que Deus é misericordioso e que "sua misericórdia não tem fim, mas se renova a cada manhã" (Lm 3.22,23; leia 1 Tm 1.13; Tt 3.5; Sl 103.17). Receber misericórdia porém não ser misericordioso, não encaixa, isto Deus desaprova. "Não deverias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?" (Mt 18.21-35; Tg 2.13). Se .
experimentamos misericórdia, então também devemos ser misericordiosos aos outros, perdoar e esquecer! "Sede misericordiosos como vosso Pai no céu." Se não somos misericordiosos aos outros, nossa gratidão a Deus não é pura. O perigo disto é: a misericórdia de Deus estanca. A bênção, da felicidade da misericórdia consiste em sempre de novo podermos contar com a misericórdia de Deus. Jesus disse: "Eles alcançarão misericórdia." "O que te coroa de graça e misericórdia!" (Leia Sl 41.1,2; 112.9; Is 58.10,11.)
(Meditações veiculadas no devocionário "Com Deus" no ano de 1995)