Site hosted by Angelfire.com: Build your free website today!

Talking Stick, Nš XV, Verão de 1994

UMA RECEITA PARA TRABALHAR COM FADAS:

Mágica e Eco-política em conjunto

Desde o último Equinócio da Primavera, eu tenho trabalhado com as fadas e os guardiões da terra pela proteção do Brasil, Grã-Bretanha e Iraque (sim, do Iraque! Eu também não gosto do Saddam Houssein, mas sinto grande simpatia pelo povo e pelas crianças do Iraque). A escolha destes três países foi óbvia: nos últimos quatro anos tenho vivido na Inglaterra, sou Brasileira de nacionalidade, e Sacerdotisa de Inana/Ishtar numa organização chamada Fellowship of Isis (Confraria de Isis). Inana/Ishtar é a Grande Deusa do Amor e da Guerra dos povos outrora conhecidos como Sumérios, Babilônicos e Assírios. Modernos Iraque e Irã de nossos tempos.

 Decidi trabalhar com as fadas e os espíritos guardiães destas três terras para tentar ajudar na cura de certos temas que senti deveriam receber tratamento especial. É neste ponto que a palavra política faz a sua entrada. Pensei profundamente nos antigos Sacerdotes e Sacerdotisas que eram também magos e magas, os conselheiros dos reis e rainhas, bem como nos Reis Sacerdotes e Rainhas Sacerdotisas, cuja liderança e poder estavam baseados nas Medidas Sagradas dos Poderes do Céu e da Terra, e que usavam tal poder a serviço de suas terras e de seus povos. Como uma sacerdotisa de Inana/Ishtar, desta época e lugar, morando em Londres, poderia talvez tentar fazer algo pelas terras de sua escolha, e desta forma seguir a tradição das Sacerdotisas Rainhas e Senhoras de Estado, que governavam não pela espada, mas pela força do espírito? Decidi então escolher uma causa para cada país e agir no plano astral para tentar resolver os desafios de cada uma. Mágica e eco-política agindo em conjunto praticadas por uma sacerdotisa moderna, a fim de buscar uma mudança nas forças que atuam nos corredores do poder para estes três países.

 Para a Grã-Bretanha, inicialmente escolhi a proteção das mães solteiras e seus filhos. Na época, havia muita discussão sobre o corte de benefícios destinados a elas e suas crianças. Disse "inicialmente" porque à medida em que surgiram outras necessidades mais prementes, também incluí outras causas. Ou seja, em caso de enchentes na Cornualha ou País de Gales, tempestades na Escócia, tais lugares também foram incluídos nas minhas preces.

 Para o Iraque, tenho escolhi trabalhar com os Shiahs, os moradores dos pântanos do Sul do Iraque, que têm sido perseguidos com grande crueldade pelo ditador local, invocando os Homens e Mulheres Justos daquele país.

 Para o Brasil, decidi também trabalhar com os antepassados e pilares morais da história do país para dar sustentação à democracia, bem como pela proteção das crianças de rua, principalmente das meninas e adolescentes que não têm lar.

 Esta constitui uma prática semanal extremamente simples: um ritual que realizo nas terças-feiras, alternando os países, um de cada vez. Naturalmente, se há uma necessidade muito grande, outros países também são incluídos, como Ruanda, África do Sul, Irlanda do Norte ou Bósnia.

Algumas destas causas "chegaram" até mim, ou aconteceu de ser importante que eu tentasse fazer algo por elas num determinado momento. A lista de sincronicidades é enorme. Talvez um dos exemplos mais memoráveis que posso dar foi um programa de televisão que me levou a escolher os Shiahs como causa de proteção para o Iraque. Isto aconteceu logo no primeiro ritual, quando não sabendo o que escolher para a proteção do Iraque, eu havia pedido aos Poderes do Ar para me mandarem um sinal, a fim de trabalhar para a paz e a properidade daquele país: acabado o ritual, liguei a televisão, e um programa especial sobre os Shiahs do Iraque, suas dificuldades e modo de vida começou de imediato! Outra vez, eu estava cansada demais para fazer qualquer coisa, tendo trabalhado muito durante o dia. Mas era Terça-feira, o país escolhido da semana era a Grã-Bretanha, o que fazer então? Eu simplesmente me ajoelhei em frente de meu pequeno altar, e ofereci todos os ideais e energia que coloco no meu trabalho, oferecendo assim o cansaço como uma espécie de sacrifício aos deuses para assegurar a prosperidade daquela terra. Quando acabei de enunciar esta sentença, recebi um fluxo de energia tão grande que todo cansaço foi esquecido até alta madrugada!

Após a escolha das causas, o segundo passo é buscar contato com o Mundo Subterrâneo e o Domínio das Fadas e perdir a seus Guardiões a permissão e bênçãos para os trabalhos a serem realizados. Tomei este passo no Equinócio de Outono do ano anterior. E aqui, eu gostaria que as fadas fossem entendidas como os Espíritos dos Elementos que fazem parte da memória ancestral da terra, e não na visão reducionista de criaturinhas de 30 cm de altura, delicadas ou cheias de malícia, que trazem bons desejos e mil encantos.

O terceiro passo é o contato com as vozes e os guardiões da terra para trabalhar com eles a fim de poder causar algum efeito sobre as causas escolhidas. Como este é um trabalho feito nos níveis mais profundos dos domínios sócio-políticos e econômicos, deve-se gerar energia e dá-la aos Guardiões/ao Rei e Rainha das Fadas para que Eles dirijam a energia para o fim desejado. Como Guardiões e Protetores da Memória Ancestral e da Terra, este trabalho a Eles compete. Eu sou apenas uma colaboradora, não a fonte do poder. Houve, entretanto, ocasiões, em que juntos abençoamos estas terras.

Eu trabalho com mitos, deuses e deusas destes três países, e meus portais para o Mundo Subterrâneo têm sido muitos: as raízes da Árvore de Huluppu de Inana, um portal submarino, a descida clássica pela escadaria de pedras, etc. Existem muitos portais, é só escolher. Há também várias formas de se fazer mágica e ecologia: como mergulhar num rio poluído no plano astral e despoluir tal rio com o poder da fé e da vontade de ver tal rio voltar à vida.

O que aprendi com tais experiências, com a convivência com as Fadas, os Ancestrais e Guardiões da Terra ao longo destes oito meses? Que os Mundos Interiores sustentam os Mundos Exteriores e que é possível redimir a Terra que nos cerca procurando dar-lhe de volta os elementos que lhe faltam, e que tem o potencial de regenerar e curar a terra ameaçada.

Mas acima de tudo, aprendi algo mais importante: que os Guardiões Adormecidos e os Heróis de todos os lugares sempre acordam quando são chamados. Tudo o que eles pedem é um beijo de amor e a integridade do propósito daquela(e) que se propõem a despertá-los.

Luz de Ishtar, 1994

VOLTAR PARA BABILÔNIA-BRASIL