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De onde vem o forró?

Até ganhar título de "universitário", o forró sofreu muito preconceito. Trazido ao sul do país pelo mestre Luiz Gonzaga no auge da era do rádio, demorou para ser aceito, Coque era ouvir boleros, valsas e tangos. Baião e Xaxado não eram considerados de "bom gosto". O próprio Luiz Gonzaga, rei do Baião, foi proibido de usar chapéu de couro e roupas de vaqueiro em suas primeiras apresentações na Rádio Nacional.

O passado marginal está na raiz do forró. Em sua origem, a palavra não designava um gênero musical, mais o local onde se dançava. Nem sempre esses bailes eram um mar de tranqüilidade. As brigas, causadas pelo alto teor etílico reinante, podiam transformá-las num belo fuá.

Vem daí a origem do nome, Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, forró é uma contração da palavra forrobodó, que significa confusão, bagunça. Com o tempo, forró virou sinônimo de arrasta-pé, bate-coxa, baile reles.

Existe uma outra versão. A de que a palavra forró seja uma variação da expressão inglesa for all, que quer dizer para todos. O termo teria  sido herança dos tempos da construção da primeira ferrovia pernambucana pelos ingleses da "Great Western". Quando as festas da companhia eram abertas aos operários, escreveia-se "for all" do lado de fora do salão, aviso que os sertanejos pronunciavam "forró".

Definição à parte, o forró se espalhou pelo Brasil. Acabou designando um gênero, em que cabem xote, baião, xaxado, todos os ritmos nordestinos. mas forrozeiros da "segunda geração", como Dominguinhos, Alceu Valença e Zé Ramalho, concordam que a origem de tudo está no velho baião. A diferença é o ritmo mais ligeiro, que dá leveza e sensualidade ao forró atual.

Depois de cair no gosto da juventude classe média, o gênero ficou conhecido como forr;i universitário. Grupos como Falamansa, peixe elétrico e rastapé são a tradução desse movimento, que valoriza o forró tradicional de sanfona, zabumba e triângulo.

Agora, o forró não pertence mais a velhos ou moços, ricos ou pobres. Como previu Luiz Gonzaga em Danado de Bom, já não cabe mais. Eita "forrozinho bonitinho, gostosinho, safadinho, danado de bom".

Grupo "Rastapé"

fonte: Revista "Forro POP Dez Mais" nº 1, Editora Abril, ano 2001