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O poder da música no governo do mundo

O poder mágico que teriam os sons impulsionou aos imperadores a criar uma Oficina Governamental de Pesos e Medidas encarregada de buscar a altura correta dos lü e vigiar a música empregada nas cerimônias rituais. o primeiro tubo do sistema musical era chamado Huan-Chung e possuía um comprimento e um diâmetro preestabelecido. Servia não somente como padrão sonoro, como também como padrão de comprimento e peso, (neste último caso, levam em conta os grãos de cereal que entravam em seu interior).

No final do período Tem (202 a.C. –220 d. C) os lü de bambu seriam reempregados por campainhas de bronze, muito mais duráveis que as frágeis canas. Quem sabe isto explica o porquê do nome “campainha amarela” para o símbolo chinês Huang-Chung.

Para os chineses, obter o valor absoluto do primeiro lü, quer dizer o número exato de vibrações que devia ter, equivalia a afinar a música com as forças ocultas do universo. Todo imperador acreditava que os males dos governos anteriores eram conseqüência da incorreta medida do padrão básico Huang-Chung. em conseqüência ordenavam a seus músicos e astrólogos para recalcularem o largo do mesmo. Conseguido isto, seu governo harmonizava da melhor maneira possível com o céu e a terra.

O imperador Huang-Ti da China pre-dinástica, acreditava que a música refletia o estado de harmonia de todas as esferas e influía sobre o equilíbrio e a conveniente proporção e correspondência de todo lü que se produz no mundo.Assim conceituada, a música era um arma poderosa para o governo imperial, e se vinha obrigados a legislar sobre ela. Seu poder mágico converteu a música em um arte sem autônomia. As lendas que tem chegado até nós, nos permitiram constatar o poder extramusical que atribuíam aos sons,

No sec. VI a. C. o duque (sic) Ling viajava com sua escolta, cerca do rio Pou. não silêncio da noite viu uma belíssima melodia executava em um kin invisível. Como somente ele e seu mestre de música podiam escutá-la, pensaram que devia provir do espírito de um morto ou de um deus. Duas noites se deteve a comitiva para que o mestre de música pudesse aprender a melodia. Ao chegar, dias depois ao palácio do duque Phing, este e seus acompanhantes quiseram escutar a misteriosa melodia. O mestre de música começou a executá-la, mas antes de chegar ao final, o mestre de música do duque Phing lhe rogou que cessara a execução, pois era uma melodia de perdição, pertencente a um reino destruído. o duque Phing, que amava a música e não acreditava nessas coisas, quis seguir ouvindo a bela melodia. Aos poucos instantes se fizeram sentir os nefastos efeitos da mesma. Primeiro chegou um bando de pássaros que arruinou todos os manjares e lastimou aos invitados; imediatamente se escureceu o céu e se desatou um vento encanado que derrubou e levou as varandas do terraço imperial; finalmente, uma seca total sobreveio ao país e se converteu o solo em terra estéril, por anos e anos.

“Tudo o que se escuta, ou traz bem estar ou traz mal estar a música não deve ser executava sem consideração”.

No sec VI a.C. Confúcio dizia que mediante a música e o cerimonial era possível manter o ordem, os costumes e a sociedade. Pero nem dos os filósofos chineses pensariam da mesma forma. O fiósofo Chung-Tsé combateu a doutrina de Confúcio, pois acreditava que a propaganda moralizante leva, paradoxicamente, ao oposto do que procurado, quer dizer, à desordem. Também Mo-tsé quería abolir o ceremonial e a música dos antigos, pois acreditava que “uma doutrina quanto mais se deteriora da humanidade em general, quanto mais deve ser considerada como deteriorizada das leis que governam o mundo”.

Fonte:

Pergamo, Ana Maria Locatelli de: La Música Tribal Oriental y de Las Antiguas Culturas Mediterrâneas

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