Música na Índia

Fonte mais antiga:
A partir de 1000 a.C.

4 livros védicos: Rig Veda, Sarna Veda, Yajur Veda e

Atharva Veda (livros em sânscrito atribuídos ao deus Brahma) - estes livros são para a casta superior.

Natyaveda ( 200 a.C.) 5º livro para as castas restantes.
Onde aprender: Natya Sastra - 7 capítulos dedicados à teoria musical (intervalos, modos, etc.)
Canto Védico: principal manifestação musical religiosa.
 Obs. Os rígidos métodos de ensino levam a supor que o canto se mantém hoje, como era antigamente. Notação: ajuda para a aprendizagem oral-Jovem deve aprender a repetir o canto sem uma mínima variante - para isso usa-se regras mnemóticas ( Ex. aprender o texto ao contrário, repetir o texto com música ou sem)
Vikrti-s: técnica de aprendizagem - através dela chega-se a um automatismo absoluto ( que mantém intacta a música antiga)
Hoje: só os Brahmanes podem cantar (Vedas) os demais se ouvem. RigVeda - estilo silábico - 3 ou 4 notas.
3 tons:

(com movimentos da cabeça)

Sama Veda: canto mais elaborado - pode ser em heptatônica - valor litúrgico complementar.
Obs. O Brahmane que se incline mais para a música do que para o texto está arriscando sua posição. Alguns rituais proíbem os hinos do Sama Veda. Mahabarata - epopéia em sânscrito - fala sobre o poder da música. divisão atual da música: Indostânica (norte) Carnática (sul)
Obs. Séc. XIV - norte da índia é islamizado.
Outra divisão: Marga (música celeste) - Deschi ( música profana)

" Desde os átomos até o universo, cada um dos movimentos cósmicos possui um tempo, um ritmo, um período e pode ser comparado a uma vibração, portanto a um som que expressa sua natureza.
Nosso ouvido não percebe todas as vibrações (um dos objetivos da toga e ampliar a percepção)
Se pudessemos reproduzir as vibrações e relações sonoras correspondentes a cada coisa do mundo... nós também seríamos capazes de dar vida. Por isso: a palavra cantada possui poder enorme - A exatidão do canto védico é fundamental para que o universo mantenha sua estabilidade. Canto védico - valor simbólico - Mantra- A finalidade dos 4 livros é indicar caminhos para a alma humana (para voltar à origem: Deus). Quando os Vedas são muito elevados para o indivíduo ele deve buscar seu caminho de elevação na arte.

Música na Índia

Teoria musical indiana:

 

Tudo se baseia no som como vibração.
NADA: som primordial
SRUTI: menor intervalo entre 2 sons (uma 8a. tem 22 srutis)
SVARA: agrupamentos de srutis: Svara de 4 srutis (Tom); de 3 (Tom) de 2 Srutis (Semitom).

Obs. os 22 srutis da Ba. recebem nomes de 7 ninfas: Sardja,Richalba Gahdhara, Madyana, Pandrama, Dhaivata, Nichada - soletra-se a lá. sua sílaba - Sa, Ri, etc - equivalente a Do, Re, etc (Svaras são intervalos mas também são nomes de notas).. 8.14. Tagore atribui a cada Svara um determinado grito de animal Sa (pavão real); Ri (boi); Ga (cabra), Na (Cha - cal); Pa (cuco); Da( rã ou cavalo); Ni (elefante) - estes gritos animais são provenientes da técnica vocal indiana.

VIKRTI-S  regras de memorização do canto védico RELAÇÕES ENTRE AS NOTAS: VADI (fundamentais); SAMVADI(consonantes); VIVAM (dissonantes); ANUVADI (auxiliares) - implica em fundamental,dominante e tônica... (Ex. de consonância 4a. 5a.J; dissonância: 2a.) GRAMA: reunião de svaras. Ex. Sa-Grama (Dó a Dó - aproximadamente). MURCHANA : cada nota de Sa-Grama, por ex. pode ser ponto de partida de de uma série (ascendente ou descendente) cantada ou executada em instrumento - com extensão de 3 oitavas.O nº  de murchanas cresce se acrescentar-se. : ANTARA-GA (mib) ou KAKALI-NI (sib).

As vocalizações ou execuções instrumentais das murchanas não são 50 exercícios - são prelúdios dos RAGAS.

JATIS: combinações de sons possíveis na murchana - melodias; ornamentos. TALA: desenho rítmico.

BOLS:  versões onomatopaicas dos tambores (modelos silábicos - pre-percussivos)

RAGA: inclui mais de 15 itens: tala, grama, murchana, ,jatis, gamaka (ornamentação) sentimento, hora do dia, etc...

INSTRUMENTOS: Mridanga (tambor); Pakhavaj (tambor - do Norte); Tabla e Banya (tabla - tambor- madeira; Banya - tambor - argila, cobre ou prata); Em ou Vina do Norte (cítara); Saravasti ou Vina do Sul (alaúde) Sitar (alaúde); Tambura (alaúde) etc...

A MÚSICA DA ÍNDIA

Disco 1
A Recitação do Canto Védico
Gravação e Comentários por Alain Daniélou

O canto védico é provavelmente a forma conhecida mais antiga da salmodia. Métodoa de lnstrução muito rígidos e complexos tornaram possível atrair aos hindus preservar seu canto ritual intacto a despeito de mi- lhares de anos de guerras, conquistas e mudanças sociais. As notações do canto védico - que são as notações conhecidas mais antigas - chegam até nós de épocas tão distantes que a história hesita  em se aventurar até lá. as notaçõis que ainda hoje os cantores Brahmin usam para salmodiar os textos sagrados dos Vedas.

Em todas as regiões da Índia, sejam quais forem as diferenças de roça, cultura ou língua, o canto védico permanece idêntico, sem mudanças, muito embora, a música profana seja bem diferente.O cento védico é, contudo, complexo e relativamente variado. Cada um dos Vedas é salmodiado de maneira diferente, e os textos secundários como os Bahamanas os Ãranyakas, os Upanisads, os Upanisads, que formam o todo da literatura védica, São também, entoados com tipos diferentes de salmodia.

Tratados (ou dissertações) pedagógicos antigos, os Siskas ou "Instruções", escritos em sanscrito arcaico, descrevem as especificações técnicas do canto védico. Lemos ali que o Rg Veda é salmodiado numa ou nota e Yajur Veda em duas, e o Sãma Veda em três. Todavia, podemos notar que na prática atual do canto litúrgico hindu o Rg Veda é cantado em três notas, o Yajur geralmente em cinco, e o Sãma em sete. Isto porque as notas acima e abaixo de uma nota principal são considerados como acentos. Desta forma vários grupos de três notas, algumas das quais sendo comuns a vários grupos, combinam para formar a meio dia.Todos os textos podem ser, de acordo com as circunstâncias, recitados ou cantados e há estágios intermediários e entre recitações e salmodia. Somente a salmodia dos hinos Sãma Veda é considerada realmente melódica e musical. É por esta razão, incidentalmente, que o Sãma Veda tem sido considerado criticamente e tem ocupado um plano secundário no ritual. Seu caráter, que podemos chamar de artístico, confere a ele o estigma de mundanidade. Música e dança são manifestações consideradas estigma de mundanidade. Musica e dança são consideradas inferiores, e o Brahmin que se devota a estas artes, corre o risco de
perder sua classe. Os hinos Sãma Veda, porque são considerados musicais demais, são proibidos em certos ritos particularmente importantes.

Há vários ramos (Sãkhãs) do canto védico especialmente para o cantar do Sãma Veda. A tradição deles está associada com nomes de antigos sábios. Estes ramos apresentam diferenças em estilo, notação, acentuação, etc. Estes ramos apresentam diferenças em estilo, notação, acentuação, etc. Por causa do caráter mágico e sagrado do texto veda, dá-se muita importância a estas variantes. Os principais ramos existentes, os quais conseguimos gravar, são o Kauthuma Sãkha e o Rãnãyani Sãkhã. O último representa um a tradição mais melódica que o primeiro. Os Brahmins que cantam o Rãnãyani do Sãma Veda. Na Realidade suas tradições familiares são o Rg Veda e do Atharva. Eles estudavam a tradição mais melódica que o primeiro. Os Brahmins que cantam o Rãnãyani Sãkha no Norte da Índia não eram, em épocas remotas, cantores do Sãma Veda. na realidade suas tradições familiares são o Rg Veda e do Atharva.Eles estudavam a tradição do Rãnãyani Sãkhã apenas no caso de certos mantras os quais eles salmodiavam quando eles preenchiam as funções de "guardiões dos muros" (dvaraspãlas) nos sacrifícios rituais (yajnãs), mas eles não sabem o restante do Sãma Veda, ao menos tradicionalmente não. Estes extratos do Sãma Veda, cantados segundo a tradição, estão reunidos em manuais chamados Govardhani.

Além da divisão das ramos, há também vários estilos de canto (gana) para o Sãma Veda chamados Ãranya Gãna, Uha Gãna,Uhya Gãna,Vehya Gãna e Veha Gãna. O sentido técnico destes termos está  de certa forma esquecido atualmente, mas sua tradição é respeitosamente mantida.

Podemos perguntar como foi possível preservar através dos séculos formas as tão elaboradas de salmodia sem quaisquer transformações importantes. Isto se deve ao método meticuloso pelo qual o canto védico é ensinado e transmitido. A transmissão do canto védico, em teoria, inteiramente oral. Os textos escritos são apenas "de ajuda à memória", e o  texto que não foi transmitido oralmente, não tem valor ritual. As crianças que memorizam alguns versos cantados dos Vedas devem recitá-los de maneira que criem automatismo tal que elas mais tarde não os mudem de maneira alguma - nem uma sílaba, nem a pronuncia. As crianças são forçadas a recitar cada verso de maneiras diferentes, conscientes do significado ou não, do começo para o fim e do fim pan o começo, de acordo com cartas ou padrões, algumas das quais sendo extremamente complicadas. Como resultado disto tudo, somente um absoluto automatismo da memória torna possível a representação deles.estes métodos de instrução são chamados vikrtis (alterações).

A forma recitada, semelhante à língua falada, chama-se Mula.

O verso recitado, separando-se as palavras sem fazer ligações é chamado Pada (silábico). A forma mais simples dos Vikrtis é o Krama (ordem), no qual a pessoa pronuncia a primeira palavra, depois a segunda, depois repete a segunda seguida da primeira, depois a terceira etc. O próximo vikrtis é chamado Jata (trança). As palavras são faladas nesta ordem: 1-2, 2-1, 1-2, 2-3, 3-2, 2-3, etc. Um dos vikrtis mais complicados é o chamado ghana (denso). As palavras aparecem nesta ordem: 1-2, 2-1, 1-2-3, 3-2-1, 1-2-3, 2-3, 3-2, 2-3-, 4-3-2, 2-3-4, etc. Outros vikrtis importantes são Gãna (cântico), Pusvamãlã (colar de flores), Krama-mãlã (colar ordenado), Sikhã (ponto), Rekhã (linha), dhvaja (bandeira) e ratha (carnungem).

Ou versos dos Vedas podem ser falados ou salmodiados apenas por Brahmins
Eles deveriam ser ouvidos apenas por hindus de casta alta. Estas restrições eram absolutas em tempos antigos, são ainda hoje observadas.das em uma escala bastante larga entre os Brahmins ortodoxos aos quais unicamente pertence à tradição do canto védico. Para que se fizesse a gravação do canto védico, conseqüentemente, muitos obstáculos tiveram que ser transpostos, o que fez que ele demorasse vários anos para se conseguir.

os mantras são fórmulas rituais enriquecidas com poder mágico do qual o significado simbólico pode ser bastante independente de significação lingüística das palavras.'ns. Através do mantra a presença da divindade pose ao fazer sentir numa imagem ou símbolo.Os mantras védicos usados para ofícios religiosos e especialmente para os do Sãma Veda estão compilados em manuais escritos a mão e transmitidos de geração a geração e usados para cânticos cerimoniais. Alguns destes mantras não são encontrados nos textos ou impressos, os quais são, eles mesmos, baseados em manuais semelhantes, dos quais alguns trazem agrupados versos tirados de diferentes hinos. No presente caso, estamos seguindo os textos usados pelos cantores e indicamos, quando surge o caso, uma referencia a mantras idênticos ou semelhantes que estão nos textos impressos. Não consegui obter o texto do cantor nas gravações nº 4 e 5, e não tenho certeza de que os textos apresentados aqui das
versões impressas correspondem exatamente aos textos cantados.

Os textos sanscritos no script devanãri e sua transliteração no script romano são dados apenas com o texto francês.

Notas:

Nos textos salmodiados, as indicações musicais são dadas pela inflexão da voz usual para textos védicos. As notas "elevadas" (udãtta) não tem acento. As notas "não-e1evadas" ao nível do discurso são indicadas por uma linha horizontal colocada abaixo da sílaba. As notas acentuadas (svarita), mais altas tua as notes "elevadas", são indicadas por uma linha vertical acima da sílaba. No Sãmã Veda, as notas indicadas por números começam de baixo. A letra R indica que uma nota deve ter duração dobrada.

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