Métodos de Anestesia
-Sr James Y. Simpson: 1847
introduziu o Clorofórmio,
O método mais amplamente utilizado no controle da Dor nas intervenções
odontológicas é a analgesia regional ou bloqueio de uma via de condução dos
impulsos da dor.
Este bloqueio é executado pela deposição de uma
solução anestésica nas proximidades de um nervo específico ou de fibras
nervosas. O anestésico local, difundindo-se pelos tecidos vizinhos entrará em
contato com o nervo, fixar-se-á à membrana do nervo e impedirá o nervo de
transmitir qualquer impulso no sentido central, a partir daquele ponto.
O sucesso deste método de controle da dor depende da
habilidade do dentista para depositar a solução anestésica no local anatômico
indicado de tal modo que esta possa se difundir para o nervo ou nervos em
volume e concentração suficientes para produzir o efeito almejado.
Os termos: Anestesia, Anestesia Geral, Anestesia
regional, Analgesia regional, bem como a expressão Anestesia local, são muitas
vezes usados indiscriminada e indistintamente. Como cada termo abrange
diferentes aspectos da ação do medicamento e condutas diferentes, é mais
proveitoso empregar cada um deles para expressar um significado específico.
Anestesia: é a perda total ou parcial da
sensibilidade, em qualquer de suas formas, que se manifesta em resultado de
várias causas mórbidas, ou é conseguida de propósito para aliviar a dor ou
evitar que ela apareça no curso das intervenções cirúrgicas.
Anestesia Geral: nesta ocorre: a perda total da
sensibilidade e da consciência.
Analgesia: refere-se à perda da sensação dolorosa sem
perda da consciência. A analgesia regional, portanto, refere-se à abolição da
sensação da dor numa área anatômica específica, sem perda da consciência, como
também à interrupção de todas as demais sensações, incluindo temperatura,
pressão e função motora.
Como a dor é a principal modalidade de sensação dos
dentes, a analgesia deveria ser obtida com mais freqüência. Nos nervos que são
tanto sensitivos como motores e onde a pressão e temperatura são também
eliminadas, a anestesia deve ser o resultado final visado.
A Analgesia regional pode ser dividida em partes
componentes, dependendo das áreas a serem anestesiadas, do local da incisão e
da técnica empregada.
Este é aplicado para obtenção de Analgesia ( Anestesia regional ), pela
deposição de uma solução anestésica local apropriada nas proximidades de um
tronco nervoso principal, impedindo, desse modo, que os impulsos aferentes
prossigam em sentido central além daquele ponto.
Bloqueio de Campo
Este consiste na deposição de uma solução anestésica nas proximidades
dos ramos terminais maiores de um nervo, de tal modo que a área a ser
anestesiada é bloqueada, ficando impossibilitada de transmitir os impulsos
aferentes em sentido central. Isto tecnicamente ocorre quando uma solução
anestésica é depositada no ápice radicular de um dente, tornando-o insensível à
dor.
Infiltração Local
Nesta, pequenas terminações nervosas finais na área da cirurgia são
embebidas com uma solução de anestésico local, tornando-o insensível
à dor ou impedindo-as de serem estimuladas e gerarem um impulso.
Analgesia Tópica
Na analgesia tópica, as terminações nervosas livres de estruturas
acessíveis, ficam impossibilitadas de estimulação pela aplicação de uma solução
apropriada diretamente na superfície da área (membranas mucosas intactas, pele
ou córnea ocular).
Métodos de Indução
Há diversos métodos para
obtenção de bloqueio de nervo ( tronco nervoso ) e de campo ( ramos terminais
principais ) e infiltração local. Cada um deles oferece certas vantagens. O
método usado dependerá da existência das circunstâncias, bem como da área a ser
anestesiada.
Os Bloqueios de Nervos podem ser obtidos por vias intra-orais e
extra-orais. Em Odontologia são empregados quase que exclusivamente as vias
intra-orais; entretanto, não devemos desprezar o conhecimento das técnicas
extra-orais.
Os bloqueios de campo e a infiltração local, são classificadas segundo
a área a ser instrumentada. O mesmo método e técnica, classificados como um
bloqueio de campo quando os instrumentos vão ser usados na periferia do local
da injeção, seria classificado como uma infiltração local, quando a
instrumentação for na própria área da injeção.
Os métodos de bloqueio de campo e infiltração socal são denominadas de anestesias terminais infiltrativas.
Material e
instrumental:
-Seringa carpule,
-Agulhas curtas descartáveis,
Cuidados:
-O bisel da agulha deve estar sempre voltado
para o osso,
-Nunca penetrar com a agulha até o
intermediário
tocar a mucosa.
São técnicas anestésicas, pelas quais, por injeção, depositamos na pele ou mucosa, uma certa quantidade de solução anestésica próxima às terminações nervosas livres, para obtermos a insensibilização de uma determinada área anatômica.
1. Sub-mucosa
2.
Supraperiosteal
3.
Subperiosteal
4. Intra-septal
5. Intra-óssea
6. Peridental
7. Intrapulpar
1-Sub-mucosa:
Quando a solução anestésica é depositada
no tecido mole que cobre a zona a intervir, e por difusão através da região,
insensibilizando terminações nervosas livres.
Indicações:
Anestesia da mucosa oral e tecidos conjuntivos subjacentes. Em cirurgias de partes moles : papilomas, hipertrofias mucosas, etc.
2-Supraperiosteal:
Consiste em se puncionar a mucosa,
fazendo com que a ponta da agulha penetre até a região submucosa, junto ao
periósteo, mas sem atingi-lo ou penetrá-lo.
Indicações: Pode ser utilizada para intervenções em
dente superior, tanto em adultos como em crianças. Pode ser utilizada na região
anterior da mandíbula de crianças, devido ao fato dessa região ser mais porosa.
Técnica: Pode ser utilizada para intervenções em dente superior, tanto em
adultos como em crianças. Pode ser utilizada na região anterior da mandíbula de
crianças, devido ao fato dessa região ser mais porosa.
3-Subperiosteal:
O anestésico é depositado sob o periósteo, junto ao tecido ósseo.
Consiste em se
puncionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha penetre até a
região submucosa, junto ao ápice dentário com inclinação tal que sua ponta
atravesse o periósteo e atinja o osso.
Indicações:
Pode ser utilizado para intervenções em qualquer dente da arcada
superior tanto em adultos como em crianças. Não deve ser empregada para
anestesia de dentes inferiores de adultos devido à compacta óssea ser muito
espessa e, portanto, a difusibilidade do anestésico ser prejudicada.
Técnica:
Puncionamos a mucosa bucal no fundo de saco, na altura do dente que
sofrerá a intervenção, de tal modo que o longo eixo do conjunto seringa-agulha
esteja em 45° em relação ao longo eixo do dente que irá sofrer intervenção. A
agulha deverá penetrar até que sua ponta atravesse o periósteo, chegando até o
osso, no mesmo nível do ápice dentário.
Sintomas:
Subjetivos: Sensação de adormecimento e edema ou endurecimento da região.
Objetivos: Observados pelo toque.
4-Intra-septal:
É realizada por injeção no septo ósseo de dois dentes contíguos. A
solução injetada rapidamente passa pela estrutura óssea esponjosa, avança pelos
canalículos e lacunas ósseas, anestesiando as terminações nervosas livres que
inervam o alvéolo, atingindo assim o ligamento periodontal
Indicações:
Aplicado em periodontia (raspagem supra e subgengival), dentística
colocação de matriz para restaurações), colocação de grampos para isolamento do
campo em dentística e endodontia.
Técnica: Consiste em penetrar com a agulha pela papila gengival de modo que sua
ponta penetre no septo ósseo entre dois dentes contíguos.
5-Intra-óssea:
Tem como objetivo a anestesia da maxila ou da mandíbula, por meio de
depósito do agente anestésico no osso medular (esponjoso) entre as corticais
ósseas.
Indicação: Não é utilizada rotineiramente, ficando restrita para casos especiais,
quando outras técnicas forem contra indicadas.
Técnica: Consiste em fazer-se preliminarmente uma anestesia sub-mucosa ou
subperiosteal, incisar a mucosa até o periósteo e deslocá-lo. No septo ósseo
entre dois dentes, para não lesar suas raízes, faz-se um orifício na cortical
com uma broca. A trepanação óssea não deve ser de diâmetro maior que o da
agulha a fim de evitar o refluxo da solução anestésica.
6-Peridental:
Consiste em injetar-se no ligamento alvéolo-dental, introduzindo a
agulha sob a borda livre da gengiva no lado mesial do dente. Os resultados
práticos nem sempre são satisfatórios, e são obtidos às custas de fortes dores
ao paciente.
Indicações:
Pacientes hemofílicos, como complementação de técnica
anestesiológica.
Técnica: Consiste na introdução da agulha sob a borda livre da gengiva no lado
mesial do dente.
7-Intrapulpar:
Consiste na deposição da solução anestésica diretamente na câmara
pulpar, com fortes dores para o paciente
Indicações: quando todas as outras técnicas falharem.
Técnica: Coloca-se algodão embebido com
solução anestésica diretamente sobre a câmara pulpar, e em seguida introduz-se
a agulha diretamente na polpa, injetando-se o anestésico sob compressão
enérgica e o paciente reagirá bruscamente pela dor
provocada
B)Extra-oral:
Utilizada em cirurgia para drenagem de abscessos extra-orais, colocação
de drenos, pequenas plásticas, etc.
Técnica: A agulha é inserida sub-cutaneamente circunscrevendo a região a ser anestesiada.
Em presença de infecção a zona sub-cutânea só deverá receber anestesia para
permitir a incisão de drenagem
Fatores
envolvidos na seleção do método de indução:
Os vários fatores a serem considerados na escolha de um determinado
método são:
1. Área a ser anestesiada
2. Profundidade necessária
3. Duração da anestesia
4. Presença de infecção
5. Idade do paciente
6. Condição (geral) do paciente
7. Hemostasia, quando necessária.
A escolha do método dependerá
dos fatores previamente enumerados, bem como de sua habilidade individual. O
profissional não deve eleger um método particular em detrimento de outro,
porque é difícil prever a superioridade de um método sobre o outro.